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Anunciar no Google dá lucro? Publicidade gerou R$ 41 bi a brasileiros

Dona de mais de 30% das receitas de publicidade no mundo, empresa mediu o retorno econômico de suas ferramentas

Google: cada empreendedor ganha entre 5,75 e 12,50 reais em vendas para cada real investido no Google Ads (BrianAJackson/Thinkstock)
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Carolina Riveira

Publicado em 18 de março de 2019 às 07h00.

Última atualização em 18 de março de 2019 às 07h00.

Quando se fala em publicidade na internet e em construir uma presença digital para um negócio, é comum que pensemos primeiro nas redes sociais — como fazer uma página na rede social Facebook ou patrocinar um post na rede de imagens Instagram. Mas o Google não está de fora dessa briga, e nem só de buscas, vídeos do YouTube e celulares com sistema Android a empresa é feita.

No Brasil, as ferramentas de anúncios da empresa norte-americana atenderam em 2018 mais de 60.000 empresas e organizações, que usaram plataformas como o Google Ads (anúncios, em inglês) para anunciar em sites na internet, ou pagaram para aparecer na própria página do buscador.

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E a empresa fez um levantamento para medir o quanto os anunciantes — e a própria economia local — ganham com isso. O resultado foi que, em 2018, as ferramentas de busca e publicidade do Google ajudaram a movimentar 41 bilhões de reais em atividade econômica no Brasil.Os números estão no Relatório de Impacto Econômico do Google no Brasil, divulgado nesta segunda-feira.

Além do Ads, focado nas empresas, o Google tem ainda o AdSense (para quem publica conteúdo e quer disponibilizar espaço para propaganda em seu site ou blog) e o AdGrants, onde oferece a ONGs uma doação de 10.000 reais para gastos em anúncios.

Os 41 bilhões movimentados são a soma do impacto econômico gerado por todas essas ferramentas (incluindo os ganhos das ONGs e dos produtores de conteúdo que receberam publicidade em seus sites).

O relatório mostra que cada empreendedor ganha entre 5,75 e 12,50 reais em vendas para cada real investido no Google Ads. As estimativas foram desenvolvidos por Hal Varian, economista-chefe do Google.

“Ajudamos a conectar empresas que vão vender produtos e serviços com o comprador que está buscando esses produtos e serviços. Esse encontro de interesse é a grande contribuição que as plataformas dão para a economia”, avalia Marcelo Lacerda, diretor de políticas públicas e relações governamentais do Google no Brasil.

Presença digital

No mundo inteiro, a venda de espaços de publicidade já rende ao Google mais de 100 bilhões de dólares por ano, segundo os balanços do ano passado.

No último trimestre de 2018, os ganhos com publicidade representaram 83% do faturamento da Alphabet, companhia-mãe do Google.

Ainda que dependa menos de publicidade que o Facebook (onde 98% do faturamento veio de publicidade no mesmo período), o Google tem uma fatia de mercado maior: em 2019, a expectativa é que a empresa abocanhe 37% do que é gasto com publicidade no mundo, ante 22% do Facebook, segundo previsões da consultoria eMarketer.

Lacerda destaca iniciativas como o Meu Negócio, que não entrou na estimativa do impacto econômico do Google, mas cresceu 30% entre os brasileiros no ano passado. Com a ferramenta, que é gratuita, o empreendedor pode configurar os dados da empresa para aparecer na busca do Google (com nome, telefone, endereço e reviews), fazendo parte de um grande catálogo online.

No relatório de impacto, o Google destaca ainda algumas empresas que usaram publicidade na internet para alavancarem a presença digital do negócio. Um exemplo foi a companhia de turismo Ygarapé Tour, que faz passeios por Bonito (MS).

Criada por Norival da Silva Júnior, o “Juca Ygarapé”, a empresa entrou no mapa do turismo local depois de começar a usar o Google Ads e viu o número de clientes crescer 30% de 2017 para 2018. Com isso, o faturamento subiu 75%.

Juca, que tem 58 anos, relatou ao Google que não sabia muito bem como as ferramentas digitais funcionavam, e que dependia majoritariamente de visitas ao balcão de sua loja para atrair clientes. Mas diz que, hoje, quer “acompanhar cada vez mais” as novidades tecnológicas. “Se não fizer isso, estou frito”, diz.

Juca é um exemplo de um perfil comum de brasileiro, segundo Lacerda: empreendedores que ainda não sabem muito bem como usar as ferramentas digitais.

O diretor aponta que no Cresça com o Google, programa que oferece treinamento digital em encontros presenciais pelo Brasil, há sempre muito mais inscritos do que vagas. O programa já treinou 55.000 pessoas, e em 2019, estará em seis capitais.

Para além das ferramentas de anúncios, o Brasil também está entre os cinco maiores mercados do Google em plataformas com mais de 1 bilhão de usuários, incluindo o buscador, o sistema operacional Android e o navegador Chrome.

“Um diagnóstico que a gente pode tirar é que o brasileiro já tem clareza de que a presença digital é necessária para o negócio, mesmo que ainda não saiba quais ferramentas usar”, completa Lacerda. “Marcar presença na internet é essencial em um país com 120 milhões de pessoas conectadas.”

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