América Móvil tem maior prejuízo trimestral em 16 anos
A empresa de telecomunicações do bilionário mexicano Carlos Slim foi prejudicada pela depreciação do peso em relação ao dólar e ao euro
Reuters
Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 09h43.
Cidade do México - A América Móvil , a joia da coroa do império do bilionário mexicano Carlos Slim, registrou o maior prejuízo em 16 anos no quarto trimestre, prejudicada pela depreciação do peso em relação ao dólar e ao euro.
A empresa de telecomunicações, que é controlada pela família da Slim e tem operações em toda a América e na Europa Oriental, registrou prejuízo líquido de 11,295 bilhões de pesos (575 milhões de dólares) no quarto trimestre encerrado em dezembro, ante prejuízo de 5,972 bilhões de pesos no mesmo trimestre do ano anterior.
Os analistas em uma pesquisa da Reuters esperavam que a empresa reportasse lucro líquido de 4,231 bilhões de pesos.
A empresa atribuiu o resultado a problemas cambiais no trimestre, quando o peso mexicano se depreciou quase 8 por cento em relação ao dólar.
Isso prejudicou a América Móvil, porque sua dívida está principalmente em dólares norte-americanos, na libra britânica e no euro, disse o analista Gregorio Tomassi, do Itaú BBA.
A moeda mexicana tem sido impactada nos últimos meses pela incerteza sobre o futuro do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), um pilar da economia mexicana, e pelo nervosismo antes das eleições presidenciais mexicanas em julho.
Mas o mercado estava otimista de que os lucros da América Móvil aumentarão agora que a empresa pode cobrar rivais por chamadas para sua rede no México, disse o analista da Intercam, Alik Garcia. Melhora nas condições econômicas no Brasil também estão aumentando o valor de suas ações, disse Garcia.
A receita e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) no trimestre ficaram em linha com a expectativas dos analistas.
A receita foi de 263,9 bilhões de pesos, ligeira queda ante 269,3 bilhões de pesos no quarto trimestre de 2016.
No Brasil, onde opera as marcas Claro, NET e Embratel, as operações da América Móvel registraram receita de 8,94 bilhões de reais no quarto trimestre, alta de 0,8 por cento ante o mesmo período de 2016, e Ebitda de 2,7 bilhões de reais, alta de 11,6 por cento na mesma comparação.