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Alba: o novo alvo da Unilever

Lucas Amorim Celebridades lançando seus próprios negócios não chega a ser uma novidade. O volume, e a ambição, são cada vez maiores. O rapper Jay-Z, por exemplo, lançou em 2015 o serviço de música Tidal para competir com o Spotify. O ator Ashton Kutcher, foi investidor de startups como FourSquare e Skype. O apresentador Luciano Huck […]

JESSICA ALBA: Unilever negocia comprar sua empresa por mais de 1 bi de dólares / Theo Wargo/ Getty Images (Theo Wargo/Getty Images)

JESSICA ALBA: Unilever negocia comprar sua empresa por mais de 1 bi de dólares / Theo Wargo/ Getty Images (Theo Wargo/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2016 às 12h23.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h44.

Lucas Amorim

Celebridades lançando seus próprios negócios não chega a ser uma novidade. O volume, e a ambição, são cada vez maiores. O rapper Jay-Z, por exemplo, lançou em 2015 o serviço de música Tidal para competir com o Spotify. O ator Ashton Kutcher, foi investidor de startups como FourSquare e Skype. O apresentador Luciano Huck investe em mais de 20 negócios. A lista de donos de restaurantes e casas noturnas é quilométrica: Sandra Bullock, Clint Eastwood, Al Pacino, Fernanda Lima.

Mas a atriz americana Jéssica Alba está levando a transição para o mundo dos negócios a outro patamar. Ela foi estrela de sucessos de bilheteria como Sin City e Quarteto Fantástico. Há cinco anos, fundou junto com três sócios a Honest Company, uma fabricante de produtos orgânicos para bebês com sede em Santa Monica, na Califórnia. Agora, Alba está em negociações para vender sua empresa para a gigante de bens de consumo Unilever por mais de 1 bilhão de dólares, segundo o jornal Wall Street Journal. O cheque pode chegar a 1,7 bilhão de dólares — avaliação feita na última rodada de investimentos da companhia, em 2015. Se o negócio não for em frente, a companhia continua estudando a opção de abrir o capital.

A Honest Company é um sucesso financeiro desde a largada. Já conseguiu mais de 200 milhões de dólares de investidores como General Catalyst Partners (sócia do Snapchat e do Airbnb), Lightspeed Venture Partners (que já investiu em mais de 200 negócios no Vale do Silício). Seu faturamento chega a estimados 300 milhões de dólares por ano, vendendo tanto em seu próprio site quanto em 4.400 varejistas, de pequenas empresas a grandes varejistas como Target e Whole Foods.

Seria a segunda startup comprada pela Unilever com um cheque de nove zeros em dois meses. Em julho, a empresa comprou a Dollar Shave Club, um clube de assinaturas de lâminas de barbear que entrega produtos mensalmente na casa dos clientes por preços que começam em um dólar. Naquela ocasião, a compra foi o caminho mais curto para a companhia entrar no promissor mercado de assinaturas, sucesso especialmente entre os consumidores mais jovens, e bater de frente com a P&G, dona da líder de mercado Gillette. A Honest Company seria um passaporte para outro mercado promissor — o de cosméticos e produtos de limpeza “verdes”.

A Honest Company virou um alvo para as grandes empresas porque conseguiu criar uma base fiel de clientes entre as mães mais jovens e antenadas. Vende fraldas descartáveis e produtos de limpeza e cosméticos sem produtos químicos considerados agressivos e alergênicos.

Alba de fato trabalha lá. Tem uma mesa no meio do escritório aberto com cerca de 500 funcionários. Ela decidiu criar a empresa quando estava grávida de seu primeiro filho, Honor, hoje com oito anos. Como costuma acontecer, ganhou uma enxurrada de roupinhas. Quando foi lavar a primeira leva, com um detergente dado pela mãe, surtou. “E se meu bebê for alérgico? E se a garganta dele fechar?”.

Na mesma noite, ela jogou o nome dos ingredientes no Google e descobriu que algumas substâncias tóxicas poderiam ser rotuladas como fragrâncias. Depois, descobriu que a agência reguladora americana proibia apenas 12 substâncias químicas, enquanto na Europa mais de 1.300 químicos eram considerados inseguros. Decidiu imediatamente que tinha uma oportunidade de negócios nas mãos.

A empresa começou a tomar forma em 2011, quando Alba conheceu o empreendedor Brian Lee, que havia vendido sua primeira empresa por 200 milhões de dólares. Hoje, Lee é o presidente executivo. A empresa começou com 17 produtos e, claro, Jessica Alba como principal ferramenta de marketing. Hoje, são mais de 130 itens para bebês, entre pasta de dentes, vitaminas, detergentes. Em 2015, a empresa chegou à Coreia, e estuda ir para outros mercados — uma estratégia que certamente seria acelerada pela Unilever.

Recentemente, a Honest Company se viu envolvida em uma sucessão de polêmicas. Em 2015, precisou mudou a fórmula de seu protetor solar após denúncias de queimaduras. No início do ano, uma reportagem do Wall Street Journal revelou que o detergente de roupas continha sulfato de sódio, uma das substâncias químicas que a empresas dizia evitar. Em abril, a empresa recebeu uma enxurrada de processos de mães que alegavam que as fórmulas infantis não eram 100% orgânicas como a empresa alegava. Alba sempre negou as acusações e afirmou que é perseguida por ser um “alvo fácil”. Nada que afugente a Unilever.

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