Airbus alerta que falta de acordo no Brexit ameaça empregos no Reino Unido
Dois após votação pelo Brexit, empresas se tornam cada vez mais vocais sobre ambiente de comércio e regulatório assim que o Reino Unido deixar a UE
Reuters
Publicado em 22 de junho de 2018 às 20h30.
Paris/Londres - A fabricante de aeronaves Airbus emitiu seu mais forte alerta sobre o impacto da decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia (UE), dizendo que uma saída sem acordo forçaria a empresa a reconsiderar sua posição de longo prazo e colocaria milhares de empregos britânicos em risco.
Em memorando na noite de quinta-feira, a Airbus disse que os planos atuais de um período de transição até dezembro de 2020 ainda são muito curtos para a fabricante europeia de aviões adaptar sua cadeia de abastecimento e a impediria de expandir a base de fornecedores britânica.
A Airbus, que produz asas para todos os jatos de passageiros no Reino Unido, informou que deixar o mercado comum da UE e a união aduaneira imediatamente e sem qualquer acordo de transição levaria a uma "severa disruptura e interrupção" da produção.
"Simplificando, um cenário sem acordo diretamente ameaça o futuro da Airbus no Reino Unido", afirmou Tom Williams, diretor de operações da Airbus Commercial Aircraft.
Dois após a votação pelo Brexit , as empresas se tornam cada vez mais vocais sobre o ambiente de comércio e regulatório assim que o Reino Unido deixar a UE em março do ano que vem.
O grupo industrial alemão BDI alertou que o Reino Unido está caminhando em direção a uma saída desordenada que pode ter consequências disastrosas para sua economia e a de parceiros.
Ecoando pedidos da alemã Siemens no começo desta semana, a Airbus informou que precisa de detalhes imediatos sobre como suas operações teriam que ser organizadas.
A vice-presidente sênior da companhia, Katherine Bennett, disse que o tempo para se chegar a um acordo está rapidamente se esgotando. "Se houver um Brexit sem acordo, será catastrófico para esse país, e catastrófico para Airbus e nossa cadeia de abastecimento", disse ela em entrevista à Reuters.