KOH DONG-JING, CHEFE DE CELULARES NA SAMSUNG: o executivo se desculpa em apresentação nesta segunda-feira, em Seul / Kim Hong-Ji/ Reuters
Da Redação
Publicado em 23 de janeiro de 2017 às 04h07.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h13.
O ano de 2016 foi tenebroso para a fabricante de eletrônicos coreana Samsung. A empresa viu sua principal aposta no setor de smartphones, o Galaxy Note 7, literalmente explodir. Lançado em 19 de agosto, não demorou para surgirem os primeiros casos de aparelhos que pegavam fogo sem um motivo aparente. Hoje, a empresa espera acabar com essa sina ao apresentar para o mercado os resultados da investigação que realizou sobre o caso.
A culpada pelo prejuízo bilionário seria a bateria, que, produzida em um tamanho irregular, acabava superaquecendo e causando o incêndio. A fornecedora do equipamento para a multinacional é a Amperex Technology. Junto com a linha S7, o aparelho era a esperança da maior fabricante de celulares do mundo para tentar desbancar os iPhones 6 Plus e 6S Plus, da rival Apple. Acabou sendo uma falha que custou, em estimativas internas, 6 bilhões de dólares, sem contar com os prejuízos para a imagem da marca.
Foram vendidos 2,5 milhões de aparelhos ao redor do globo e a companhia tentou reiteradamente realizar o recall dos produtos até admitir que teria que encerrar sua produção, no início de dezembro. De acordo com a empresa, 96% deles retornaram – os outros estão proibidos de entrar até em aviões. Os clientes que foram prejudicados receberam o dinheiro de volta e desconto de 50% na compra de outro aparelho da empresa. Oficialmente, o Note 7 não chegou a ser vendido no Brasil.
Com o relatório de hoje sobre as falhas, a Samsung espera, enfim, se concentrar no futuro. A semana passada trouxe um alívio: o vice-presidente Jay Y. Lee foi inocentado de suspeitas de um escândalo de tráfico de influência que pode derrubar o governo sul-coreano. Agora, a Samsung deve focar no lançamento de seus dois próximos smartphones, um da linha S, sucessor do Galaxy S7, em março ou abril, e o Galaxy Note 8, em agosto. Eles são a esperança de dias melhores para a maior fabricante de celulares do mundo.