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A grife mais rentável do mundo

Os segredos da Louis Vuitton, marca que acaba de completar 150 anos, fatura 3,8 bilhões de dólares por ano e dá aos donos um retorno de 45%

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 17h43.

A marca Louis Vuitton comemorou recentemente seu aniversário com uma festa inesquecível no Lincoln Center, em Nova York. O agito, que contou com a presença da modelo Naomi Campbell e da atriz Jennifer Lopez, foi repetido em mais três cidades: Paris, Tóquio e Hong Kong. Tanta celebração tem uma explicação. A Louis Vuitton chega aos 150 anos de idade na condição de marca de luxo mais rentável do mundo. O faturamento anual bateu a casa dos 3,8 bilhões de dólares e o retorno operacional chegou a 45% -- um recorde na história da grife. As receitas de 2004 vão aumentar 30% em relação às do ano anterior e a empresa comemora seguidas taxas de crescimento desde 1989. Num espaço de 15 anos, as vendas simplesmente quintuplicaram. O desempenho fica ainda mais espetacular se comparado ao resultado da concorrência. A Gucci, por exemplo, apresentou redução de 1% nas vendas. A rival Prada não saiu do lugar. As receitas de 2004 vão repetir os números do ano anterior. Mas qual a fórmula de sucesso da Louis Vuitton? A resposta começa pelo próprio presidente da grife. À frente da LVMH desde 1989, ano da virada, Bernard Arnault foi o responsável pela reformulação da grife. Ele introduziu uma dose de modernidade nas coleções e tornou os processos mais eficientes. Arnault aliou a tradição da mão-de-obra artesanal, marca da empresa desde os tempos de Napoleão III, à tecnologia de ponta na produção. Os equipamentos que testam as bolsas da marca, por exemplo, são o que há de mais moderno no setor. Os testes para avaliar a resistência dos produtos vão de máquinas de raio ultravioleta a equipamentos que abrem e fecham o zíper das bolsas 5 000 ve zes. O mesmo cuidado é tomado com a matéria-prima usada na fabricação dos produtos. A Louis Vuitton é proprietária de todas as fazendas de gado cujo couro abastece suas fábricas. Com essas implementações, a produtividade cresceu 5% em 2004, e o tempo entre a decisão de lançar uma coleção e sua chegada às lojas caiu pela metade -- de um ano para seis meses. Uma das explicações para o sucesso é o trabalho do atual estilista da grife. O americano Marc Jacobs, enfant terrible de Nova York conhecido pelo visual grunge, desembarcou em Paris em 1997 e abriu as portas da grife para o mundo fashion. Como diretor de arte da Louis Vuitton, Jacobs deu uma pitada de ousadia à empresa e desenvolveu novas linhas de produtos. Antes conhecida pelas bolsas e malas de viagem, a Louis Vuitton passou a exibir nas passarelas suas coleções de moda feminina e masculina, além de sapatos e jóias. Foi uma aposta arriscada da grife. Para uma marca de tradição, investir numa transformação foi um ato de coragem. Mas deu certo. Jacobs deu um sopro de oxigenação à marca, repaginando o estilo Louis Vuitton de forma contemporânea. "Ele é peça primordial no sucesso da grife", atesta Carlos Ferreirinha, diretor da consultoria de luxo MCF e ex-presidente da Louis Vuitton no Brasil. A maior parte dos consumidores de luxo cita duas razões para justificar suas compras. A primeira é a busca pela recompensa do trabalho suado. A segunda é ligada à mensagem que a marca transmite às outras pessoas. Quando compra uma bolsa Louis Vuitton, o consumidor não está procurando apenas um objeto portátil para guardar carteira, agenda e outros utensílios. Está em busca daquilo que considera ser um passaporte para um universo de luxo e sofisticação. A bolsa é símbolo de um estilo de vida de alto padrão, de sucesso, bom gosto e poder. Ela faz com que o comprador seja (ou se sinta) parte de um grupo seleto. Essa identificação da grife com o que há de bom na vida é o que faz dezenas de mulheres (e homens) se apressarem a pôr o nome na fila de espera antes mesmo que os lançamentos da Europa cheguem ao Brasil. A advogada carioca Maria Luiza Barros Correia, de 39 anos, é uma delas. Cliente da grife há oito anos, ela procura a loja a cada catálogo que recebe com as novas coleções. Em seu armário, têm lugar de destaque três pastas, cinco bolsas, três pares de sapatos, uma mala, três carteiras e três chaveiros. Todo mês, ela compra gravatas, cada uma a 500 reais, para dar de presente a clientes e colegas de trabalho. "A grife transmite confiança e credibilidade", diz Maria Luiza. As lojas são um capítulo à parte no mundo Louis Vuitton. Hoje, são 3 000 pontos espalhados por 51 países. A tarefa de criar os novos espaços cabe a uma equipe jovem. São 26 arquitetos com média de idade de 32 anos. Para cada país, há mudanças que respeitam a cultura local. Assim foi desenhada a loja Omotesando, em Tóquio, no Japão. Mas sempre é possível reconhecer uma loja Louis Vuitton em qualquer parte do mundo. Na Omotesando, por exemplo, há uma pilha de caixas transparentes evocando a imagem de baús de viagem que fizeram a marca tão famosa desde seus primórdios. Mas nenhuma se compara à loja da Quinta Avenida, em Nova York, aberta no início de 2004. No interior de um prédio art déco com fachada de vidro, uma parede transparente funciona ao mesmo tempo como vitrine e tela, na qual são projetados filmes e imagens. A escada que leva ao segundo andar parece flutuar, e detalhes que misturam madeira, vidro e metal dão um toque especial ao lugar. Esse é o mundo Louis Vuitton.

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A marca Louis Vuitton comemorou recentemente seu aniversário com uma festa inesquecível no Lincoln Center, em Nova York. O agito, que contou com a presença da modelo Naomi Campbell e da atriz Jennifer Lopez, foi repetido em mais três cidades: Paris, Tóquio e Hong Kong. Tanta celebração tem uma explicação. A Louis Vuitton chega aos 150 anos de idade na condição de marca de luxo mais rentável do mundo. O faturamento anual bateu a casa dos 3,8 bilhões de dólares e o retorno operacional chegou a 45% -- um recorde na história da grife. As receitas de 2004 vão aumentar 30% em relação às do ano anterior e a empresa comemora seguidas taxas de crescimento desde 1989. Num espaço de 15 anos, as vendas simplesmente quintuplicaram. O desempenho fica ainda mais espetacular se comparado ao resultado da concorrência. A Gucci, por exemplo, apresentou redução de 1% nas vendas. A rival Prada não saiu do lugar. As receitas de 2004 vão repetir os números do ano anterior. Mas qual a fórmula de sucesso da Louis Vuitton? A resposta começa pelo próprio presidente da grife. À frente da LVMH desde 1989, ano da virada, Bernard Arnault foi o responsável pela reformulação da grife. Ele introduziu uma dose de modernidade nas coleções e tornou os processos mais eficientes. Arnault aliou a tradição da mão-de-obra artesanal, marca da empresa desde os tempos de Napoleão III, à tecnologia de ponta na produção. Os equipamentos que testam as bolsas da marca, por exemplo, são o que há de mais moderno no setor. Os testes para avaliar a resistência dos produtos vão de máquinas de raio ultravioleta a equipamentos que abrem e fecham o zíper das bolsas 5 000 ve zes. O mesmo cuidado é tomado com a matéria-prima usada na fabricação dos produtos. A Louis Vuitton é proprietária de todas as fazendas de gado cujo couro abastece suas fábricas. Com essas implementações, a produtividade cresceu 5% em 2004, e o tempo entre a decisão de lançar uma coleção e sua chegada às lojas caiu pela metade -- de um ano para seis meses. Uma das explicações para o sucesso é o trabalho do atual estilista da grife. O americano Marc Jacobs, enfant terrible de Nova York conhecido pelo visual grunge, desembarcou em Paris em 1997 e abriu as portas da grife para o mundo fashion. Como diretor de arte da Louis Vuitton, Jacobs deu uma pitada de ousadia à empresa e desenvolveu novas linhas de produtos. Antes conhecida pelas bolsas e malas de viagem, a Louis Vuitton passou a exibir nas passarelas suas coleções de moda feminina e masculina, além de sapatos e jóias. Foi uma aposta arriscada da grife. Para uma marca de tradição, investir numa transformação foi um ato de coragem. Mas deu certo. Jacobs deu um sopro de oxigenação à marca, repaginando o estilo Louis Vuitton de forma contemporânea. "Ele é peça primordial no sucesso da grife", atesta Carlos Ferreirinha, diretor da consultoria de luxo MCF e ex-presidente da Louis Vuitton no Brasil. A maior parte dos consumidores de luxo cita duas razões para justificar suas compras. A primeira é a busca pela recompensa do trabalho suado. A segunda é ligada à mensagem que a marca transmite às outras pessoas. Quando compra uma bolsa Louis Vuitton, o consumidor não está procurando apenas um objeto portátil para guardar carteira, agenda e outros utensílios. Está em busca daquilo que considera ser um passaporte para um universo de luxo e sofisticação. A bolsa é símbolo de um estilo de vida de alto padrão, de sucesso, bom gosto e poder. Ela faz com que o comprador seja (ou se sinta) parte de um grupo seleto. Essa identificação da grife com o que há de bom na vida é o que faz dezenas de mulheres (e homens) se apressarem a pôr o nome na fila de espera antes mesmo que os lançamentos da Europa cheguem ao Brasil. A advogada carioca Maria Luiza Barros Correia, de 39 anos, é uma delas. Cliente da grife há oito anos, ela procura a loja a cada catálogo que recebe com as novas coleções. Em seu armário, têm lugar de destaque três pastas, cinco bolsas, três pares de sapatos, uma mala, três carteiras e três chaveiros. Todo mês, ela compra gravatas, cada uma a 500 reais, para dar de presente a clientes e colegas de trabalho. "A grife transmite confiança e credibilidade", diz Maria Luiza. As lojas são um capítulo à parte no mundo Louis Vuitton. Hoje, são 3 000 pontos espalhados por 51 países. A tarefa de criar os novos espaços cabe a uma equipe jovem. São 26 arquitetos com média de idade de 32 anos. Para cada país, há mudanças que respeitam a cultura local. Assim foi desenhada a loja Omotesando, em Tóquio, no Japão. Mas sempre é possível reconhecer uma loja Louis Vuitton em qualquer parte do mundo. Na Omotesando, por exemplo, há uma pilha de caixas transparentes evocando a imagem de baús de viagem que fizeram a marca tão famosa desde seus primórdios. Mas nenhuma se compara à loja da Quinta Avenida, em Nova York, aberta no início de 2004. No interior de um prédio art déco com fachada de vidro, uma parede transparente funciona ao mesmo tempo como vitrine e tela, na qual são projetados filmes e imagens. A escada que leva ao segundo andar parece flutuar, e detalhes que misturam madeira, vidro e metal dão um toque especial ao lugar. Esse é o mundo Louis Vuitton.

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