(Justin Sullivan/Getty Images)
Repórter de Negócios
Publicado em 2 de maio de 2025 às 10h31.
A escalada tarifária nos Estados Unidos virou um problema para varejistas digitais globais, principalmente as asiáticas.
Empresas como Shein, Alibaba e Temu estão sentindo no bolso os efeitos da política de Donald Trump, que voltou a prometer tarifas de até 145% para produtos importados da China.
A Temu, gigante plataforma da chinesa PDD Holdings e já uma das principais rivais da Amazon nos Estados Unidos, decidiu agir.
A empresa vai abandonar o modelo de importação direta de produtos chineses que a impulsionou no mercado americano, segundo a agência de notícias Bloomberg.
A nova aposta é vender apenas itens de vendedores locais dos EUA, o que pode ajudar a empresa a driblar as tarifas e manter os preços baixos para os consumidores.
A mudança ocorre num momento em que o governo americano revogou a isenção conhecida como de minimis, que permitia importar pequenos pacotes sem taxação. Isso impactou diretamente a operação de empresas como Temu e Shein, que dependiam desse benefício para manter preços agressivos no mercado americano.
“A mudança foi pensada para ajudar os comerciantes locais a alcançar mais clientes e expandir seus negócios”, informou a Temu, em comunicado enviado à Bloomberg. A empresa também afirma que o novo modelo faz parte de um esforço contínuo para melhorar os níveis de serviço.
No médio prazo, o futuro da operação nos EUA depende da reposição dos estoques. Em fevereiro, a Temu já havia testado um modelo híbrido, pedindo que fábricas chinesas enviassem mercadorias em grandes volumes para armazéns locais nos EUA. Mas, com o fim do estoque, se os impostos se mantiverem altos, os preços podem subir.
A pressão tarifária também afeta grandes varejistas como Walmart e Target, que ainda não reajustaram preços nas prateleiras. Mas o cenário é incerto, já que fornecedores chineses resistem a absorver os custos extras. Há também uma pressão política crescente para que essas redes não repassem as altas aos consumidores.
Amazon chegou a anunciar que mostraria o custo das tarifas no valor final dos produtos. Mas voltou atrás após críticas da Casa Branca e reclamações de Donald Trump, que teria feito chegar seu descontentamento diretamente a Jeff Bezos.