Negócios

5 tendências que vão mudar o jeito que você faz compras

Conheças as tendências apresentadas no NRF Retail’s Big Show 2018, a maior feira de varejo do mundo

Loja The Webster, com itens garimpados, em Nova York (Maurício Queiroz/Divulgação)

Loja The Webster, com itens garimpados, em Nova York (Maurício Queiroz/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 10h09.

Aconteceu em Nova York, na semana passada, a NRF Retail’s Big Show 2018, evento com foco em varejo, que reúne participantes de todo o mundo em busca de qual será o direcionamento do mercado para os próximos anos.

Em meio a um mar de informações, de diferentes setores e de diferentes posicionamentos (creio que este ano resolvemos a questão online/offline), aponto aqui a essência das tendências que apareceram na feira e irão nortear as decisões do mercado nos próximos anos.

Compartilhado e social

O compartilhamento que vemos na mobilidade, no trabalho em espaços de coworking e na hospedagem começa a desenhar seu espaço nas lojas.

A rede de roupas e acessórios American Eagle, lançou recentemente sua nova flagship, batizada de AE Studio e localizada na Union Square. E lá a marca decidiu instalar uma lavanderia coletiva, arquibancada para espera e lounge para estudos. Como utilizar? Apresente sua carteira de estudante para usufruir dos serviços.

A marca de cereais Kellog’s vai pelo mesmo caminho e em dezembro formatou uma nova loja com degustação de produtos, espaço de coworking e mini cenário para turbinar as fotos para posts nas redes sociais. Não a toa, o espaço também está na Union Square.

Ian Schraeger, criador do lendário Estudio 54 e do conceito Hotel Boutique, lançou recentemente o hotel Public, cuja proposta é ter um local aberto, que compartilha suas áreas sociais - bar, lounge/coworking, café grab and go, arquibancada, mesa de jogos - com hóspedes e visitantes. Tudo com o melhor do design e serviço.

Loja da American Eagle agora tem lavanderia compartilhada (Maurício Queiroz)

Personalização e Customização

Outra tendência que apareceu forte na NRF 2018 é a personalização dos produtos. Num mundo onde tudo se consegue digitando algumas palavras no seu marketplace favorito, a customização permite que você - e somente você - tenha aquele item único, tailor made.

Marcas como Rayban, Nike, Levis, e até a japonesa Muji têm espaços para customização. A Converse agora tem uma “fábrica” na loja, onde é possível escolher a sola, tecido, cadarço, bordados e construir um tênis do zero. A Normal produz fones de ouvido via impressão 3D, usando o molde de seu ouvido, que por sua vez é feito a partir de um scan pelo app do seu smartphone.

Curadoria

É uma experiência diferente: entre em uma loja e perceba que os produtos foram cuidadosamente garimpados para compor um mix único, com peças exclusivas selecionadas ao redor do mundo.

Lojas como a The Webster e a Duble RL apostam neste nicho. Na segunda, que é uma marca do grupo Ralph Lauren, peças e assessórios vintage garimpadas e reformadas dividem as prateleiras com os produtos das novas coleções.

Residencial feeling

Quem já se hospedou pelo “Airbnb” entende que o homeappeal e a pessoalidade mudam a experiência.

Lojas como a Apartment by The Line, e o showroom da Sonos são bons exemplos de como esse clima de casa pode influenciar o consumo.

No primeiro, um luxuoso apartamento no terceiro andar de um edifício no Soho expõe produtos ambientados entre o living e a cozinha do imóvel. No segundo, pequenas casas, cada uma representando um ambiente, sevem de cenário para o cliente testar seu equipamento de som.

Loja da Sonos, com pequenas casas para o cliente testar seu equipamento de som

Loja da Sonos, com pequenas casas para o cliente testar seu equipamento de som (Maurício Queiroz)

Loja híbrida/ Guide shop

Talvez o tema mais recorrente das últimas edições da NRF seja o confronto entre o varejo digital e o varejo físico. É também o tema que mais causa dúvidas e insegurança para o setor. Mas, enfim, um caminho consensual começa a ser delineado.

Mais do que a tendência do Omnichanel, que prega integrar o físico e o digital, o varejo começa a ser híbrido e fluido.

Várias operações têm adotado o conceito de guide shop – lojas sem estoque, onde o consumidor pode comprar online na loja e receber o produto em casa em algumas horas. Outra tendência é o Bopis, que significa comprar online e retirar na loja, sem custo de frete e sem espera.

Movimentos como o da gigante Amazon comprando cadeias de varejo físico (Whole Foods, rede de supermercados com apelo saudável) e montando livrarias físicas com expertise digital (a Amazon Books) apenas mostram que o físico ainda está firme e forte.

Por outro lado, o Walmart, maior rede de supermercados dos Estados Unidos, que adquiriu operações digitais como a Bonobos e o marketplace Jet por 3 bilhões de dólares, não deixa dúvidas de que acredita que o modelo híbrido será o futuro.

Segundo Daniel Zhang, presidente da Hema, rede de supermercados do Alibaba, o desafio no futuro não está em fazer crescer os 15% de participação nas vendas do e-commerce na China, e sim transformar os 85% das vendas das lojas físicas em uma experiência totalmente nova e digital.

Parece que a diferença entre o físico e o digital persiste somente na visão do varejo tradicional.

Novamente voltamos ao básico. Que é entender a necessidade e anseio do consumidor -comprar de forma rápida, segura e que seja mais conveniente e prazerosa. Seja em uma loja ou com alguns cliques em seu smartphone.

*Maurício Queiroz é designer de consumo

Acompanhe tudo sobre:TendênciasVarejo

Mais de Negócios

Os criadores do código de barras querem investir em startups brasileiras de olho no futuro do varejo

Marca de cosméticos naturais Laces aposta em 'ecossistema' para chegar a 600 salões e R$ 300 milhões

Uma vaquinha de empresas do RS soma R$ 39 milhões para salvar 30.000 empregos afetados pela enchente

Ele fatura R$ 80 milhões ao transformar gente como a gente em palestrante com agenda cheia