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Zelensky defende ‘paz justa’ enquanto Putin reforça comando militar nas fronteiras

Ofensiva ucraniana em Kursk faz parte de estratégia mais ampla para pressionar a Rússia por um acordo; Putin busca fortalecer defesa nas regiões fronteiriças

Volodymyr Zelenskyy, presidente da Ucrânia, afirmou que ofensiva faz parte de um esforço para Rússia aceitar acordo de paz 'justo'. (Volodymyr Tarasov/ Ukrinform/Future Publishing/Getty Images)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 26 de agosto de 2024 às 06h17.

O conflito entre Rússia e Ucrânia atingiu um novo nível de intensidade com a recente incursão das forças ucranianas na região de Kursk, em território russo. Esta operação, que marca uma das primeiras ofensivas militares significativas em solo russo desde a Segunda Guerra Mundial, visa tanto a proteção da região nordeste da Ucrânia, particularmente Sumy, quanto a captura de soldados russos, que poderiam ser utilizados em futuras trocas de prisioneiros de guerra.Segundo o governo ucraniano, mais de 1.250 quilômetros quadrados de território russo já estão sob o controle de Kiev. As informações são da Bloomberg.

Em resposta a esses avanços, o presidente russo, Vladimir Putin, realizou uma reunião de emergência com seus principais comandantes militares na noite de sábado, 24.O objetivo do encontro, que foi amplamente divulgado pelo Kremlin no domingo, 25, foi avaliar a situação nas fronteiras e determinar os próximos passos para garantir a defesa das regiões russas afetadas. Pelo menos cinco comandantes envolvidos diretamente nas operações em Kursk participaram da reunião, que enfatizou a necessidade de reforçar as defesas e repelir as forças ucranianas.

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No mesmo dia, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky conversou com jornalistas que estavam visitando Kiev, discutindo a ofensiva em Kursk e seus objetivos mais amplos. Zelensky afirmou que as ações militares da Ucrânia fazem parte de um esforço coordenado para forçar a Rússia a aceitar um acordo de paz que ele considera justo para ambas as partes. Ele também discutiu os preparativos para uma segunda cúpula de paz e reiterou o desejo de Kiev de se integrar à União Europeia, algo que considera essencial para a segurança e o futuro do país.

Tropas russas respondem

Enquanto as tensões continuam a aumentar, o Ministério da Defesa da Rússia informou que suas tropas estão engajadas em operações contínuas para repelir as forças ucranianas em várias áreas da região de Kursk. A intensificação dos combates forçou milhares de moradores a abandonar suas casas, à medida que as forças russas conduzem operações de reconhecimento e busca para identificar e eliminar grupos de sabotagem ucranianos. Estas operações estão sendo conduzidas em áreas florestais, onde os combates têm se mostrado particularmente intensos.

O Kremlin também divulgou imagens de Putin em reunião com Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Russas, mas não esclareceu quando a reunião ocorreu.Essa falta de clareza tem gerado especulações sobre o estado atual das operações e a capacidade da Rússia de controlar a situação nas regiões fronteiriças. A reunião, embora ostensivamente para discutir questões militares, também levanta questões sobre a eficácia da resposta russa aos desafios impostos pela ofensiva ucraniana.

A capacidade de Moscou de manter a estabilidade nas regiões afetadas está sendo testada como nunca antes, e a resposta russa às incursões ucranianas poderá definir o curso do conflito nas próximas semanas. À medida que o conflito se desenrola, cresce a incerteza sobre se as duas nações poderão encontrar uma solução diplomática ou se a escalada do confronto militar se tornará inevitável. A busca de Zelensky por uma "paz justa" enfrenta desafios significativos, enquanto Putin busca reforçar o controle sobre as regiões mais vulneráveis da Rússia.

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