Zapatero oferece ajuda financeira à Tunísia e defende Estado laico
Chefe de Governo espanhol ofereceu crédito de € 300 milhões durante visita ao país africano
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2011 às 19h33.
Túnis - O presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, colocou nesta quarta-feira a Espanha na primeira linha do apoio internacional ao "histórico" processo de transição da Tunísia ao oferecer uma linha de crédito de 300 milhões de euros para apoiar seu desenvolvimento e defendeu o Estado laico.
Zapatero, o primeiro chefe de Governo europeu que viaja para a Tunísia desde a queda do regime de Zine el Abidine Ben Ali, se reuniu nesta quarta-feira com os responsáveis do Governo de transição, da oposição e da sociedade civil para expressar o apoio da Espanha.
A maior urgência do país no momento é atender os milhares de refugiados que cruzam a fronteira com a Líbia e Zapatero antecipou que está disposto a mobilizar aviões e navios para transportá-los a seus países de origem e evitar uma crise humanitária.
Em entrevista coletiva concedida na residência do embaixador espanhol depois de se reunir com o presidente interino da Tunísia, Fouad Mebazaa, e com o novo primeiro-ministro, Beji Said Essebsi, Zapatero lembrou que a Espanha foi o primeiro país a enviar ajuda humanitária e assinalou que já está preparando um segundo avião, que poderia ser utilizado no transporte dos refugiados.
O governante defendeu o lançamento de um "plano Marshall" com apoio das entidades financeiras europeias e baseado fundamentalmente em uma grande coalizão de empresas privadas que apoiem a mudança no norte da África.
O financiamento da União Europeia (UE) se canalizaria através do Banco Europeu de Investimentos (BEI), que já conta com um caixa de mais de 12 bilhões de euros para o desenvolvimento do sul do Mediterrâneo.
Cada país deve se comprometer, e a Espanha, disse Zapatero, concederá uma linha de créditos reembolsáveis de 300 milhões de euros nos próximos três anos.
Zapatero insistiu que os tunisianos devem planejar sua própria transição e considerou que o papel da religião será um assunto fundamental, mas opinou que deve estar no âmbito privado e recomendou à Tunísia que mantenha um Estado laico para conseguir uma democracia duradoura e "mais autêntica".