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Violência perdura no Egito apesar de toque de recolher

A onda de violência desde sexta-feira passada - quando se lembrou o segundo aniversário da revolução - custou a vida de 50 pessoas no Egito

Manifestantes de oposição ao presidente egípcio Mohamed Mursi: milhares de pessoas se reuniram em Tahrir em protesto contra Mursi e a violência. (REUTERS / Amr Abdallah Dalsh)
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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2013 às 16h47.

Cairo - Os atos de violência prosseguiram nesta segunda-feira no Cairo e outras cidades do Egito apesar do estado de emergência e do toque de recolher impostos pelo presidente do país, Mohammed Mursi, em três províncias do Canal de Suez.

A situação parece ter piorado no centro do Cairo, onde uma pessoa morreu pelos ferimentos sofridos durante os choques entre policiais e manifestantes nas imediações da Praça Tahrir.

Ali perto, a ponte de Qasr al Nil e parte da margem direita do rio Nilo voltaram a ser palco de uma batalha campal com o lançamento de pedras e gás lacrimogêneo.

No meio de um ambiente carregado de tensão, vários soldados das forças da ordem foram feridos pelos manifestantes, que também incendiaram um veículo blindado.

Coincidindo com o aniversário da denominada "Sexta-Feira da Ira", um dos dias mais sangrentos da revolução de dois anos atrás, os distúrbios se impuseram sobre qualquer tentativa de manifestação pacífica.

Milhares de pessoas se reuniram em Tahrir em protesto contra Mursi e a violência, horas depois que os opositores marcharam com esse mesmo objetivo rumo ao Parlamento e lembraram os falecidos desde a revolução em uma oração coletiva.

Outras três pessoas morreram hoje pelos ferimentos sofridos nos recentes choques de Port Said, intensificados após a condenação à morte de 21 acusados pelo massacre há quase um ano no estádio de futebol local, o que elevou para 40 o número de mortes nessa cidade do nordeste do país.


A onda de violência que desde sexta-feira passada - quando se lembrou o segundo aniversário da revolução - custou a vida de 50 pessoas no Egito levou ontem o presidente egípcio a impor o estado de emergência e o toque de recolher nas províncias vizinhas de Port Said, Suez e Ismailiya.

Alguns grupos juvenis anunciaram que desafiarão estas medidas excepcionais com novas manifestações noturnas nas quais expressarão sua "ira" contra Mursi e a Irmandade Muçulmana.

No terreno político, a Frente de Salvação Nacional - FSN, o principal grupo opositor não islamita - se recusou hoje a participar do diálogo nacional proposto pelo líder, que finalmente se reuniu com partidos islamitas aliados e algumas figuras independentes.

A FSN preferiu pôr uma série de condições antes de sentar-se à mesa de diálogo, entre elas a cessação da violência e do estado de emergência, a criação de um Governo de unidade e a modificação da Constituição.

Em entrevista coletiva, um de seus integrantes, o prêmio Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, considerou que os distúrbios atuais se devem à falta de resposta às reivindicações da revolução, às diferenças sobre a Constituição e à incapacidade do Governo de garantir a segurança.

Nesse ato também estiveram presentes o ex-secretário geral da Liga Árabe, Amre Moussa, e o líder da Corrente Popular Egípcia, o esquerdista Hamdin Sabahi, que insistiu na necessidade de obter garantias para que o diálogo seja "sério".

Por sua parte, a Câmara alta do Parlamento, que exerce atualmente o poder legislativo após a dissolução da Câmara baixa, aprovou a declaração do estado de emergência por 30 dias emitida por Mursi e a reforma da lei que permite ao Exército velar a segurança no país.


Esta norma permite às forças armadas deter civis que atentem contra pessoas ou propriedades e colocá-los à disposição da Procuradoria para que sejam julgados perante tribunais civis.

Além disso, autoriza a cooperação do Exército e da polícia para proteger as instituições vitais do estado, segundo uma lei que estará em vigor até que terminem as eleições legislativas, previstas para os próximos meses.

Com este novo marco legislativo, reforços militares chegaram hoje a Suez e Port Said, onde já haviam sido posicionadas tropas egípcias no sábado passado.

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Ali perto, a ponte de Qasr al Nil e parte da margem direita do rio Nilo voltaram a ser palco de uma batalha campal com o lançamento de pedras e gás lacrimogêneo.

No meio de um ambiente carregado de tensão, vários soldados das forças da ordem foram feridos pelos manifestantes, que também incendiaram um veículo blindado.

Coincidindo com o aniversário da denominada "Sexta-Feira da Ira", um dos dias mais sangrentos da revolução de dois anos atrás, os distúrbios se impuseram sobre qualquer tentativa de manifestação pacífica.

Milhares de pessoas se reuniram em Tahrir em protesto contra Mursi e a violência, horas depois que os opositores marcharam com esse mesmo objetivo rumo ao Parlamento e lembraram os falecidos desde a revolução em uma oração coletiva.

Outras três pessoas morreram hoje pelos ferimentos sofridos nos recentes choques de Port Said, intensificados após a condenação à morte de 21 acusados pelo massacre há quase um ano no estádio de futebol local, o que elevou para 40 o número de mortes nessa cidade do nordeste do país.


A onda de violência que desde sexta-feira passada - quando se lembrou o segundo aniversário da revolução - custou a vida de 50 pessoas no Egito levou ontem o presidente egípcio a impor o estado de emergência e o toque de recolher nas províncias vizinhas de Port Said, Suez e Ismailiya.

Alguns grupos juvenis anunciaram que desafiarão estas medidas excepcionais com novas manifestações noturnas nas quais expressarão sua "ira" contra Mursi e a Irmandade Muçulmana.

No terreno político, a Frente de Salvação Nacional - FSN, o principal grupo opositor não islamita - se recusou hoje a participar do diálogo nacional proposto pelo líder, que finalmente se reuniu com partidos islamitas aliados e algumas figuras independentes.

A FSN preferiu pôr uma série de condições antes de sentar-se à mesa de diálogo, entre elas a cessação da violência e do estado de emergência, a criação de um Governo de unidade e a modificação da Constituição.

Em entrevista coletiva, um de seus integrantes, o prêmio Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, considerou que os distúrbios atuais se devem à falta de resposta às reivindicações da revolução, às diferenças sobre a Constituição e à incapacidade do Governo de garantir a segurança.

Nesse ato também estiveram presentes o ex-secretário geral da Liga Árabe, Amre Moussa, e o líder da Corrente Popular Egípcia, o esquerdista Hamdin Sabahi, que insistiu na necessidade de obter garantias para que o diálogo seja "sério".

Por sua parte, a Câmara alta do Parlamento, que exerce atualmente o poder legislativo após a dissolução da Câmara baixa, aprovou a declaração do estado de emergência por 30 dias emitida por Mursi e a reforma da lei que permite ao Exército velar a segurança no país.


Esta norma permite às forças armadas deter civis que atentem contra pessoas ou propriedades e colocá-los à disposição da Procuradoria para que sejam julgados perante tribunais civis.

Além disso, autoriza a cooperação do Exército e da polícia para proteger as instituições vitais do estado, segundo uma lei que estará em vigor até que terminem as eleições legislativas, previstas para os próximos meses.

Com este novo marco legislativo, reforços militares chegaram hoje a Suez e Port Said, onde já haviam sido posicionadas tropas egípcias no sábado passado.

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