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Vice-presidente do Equador é condenado por caso Odebrecht

A Corte Nacional de Justiça do Equador condenou nesta quarta-feira o vice-presidente do país, Jorge Glas, a seis anos de prisão

Glas: ele foi condenado por atos relacionados a quando era ministro de Setores Estratégicos, entre 2010 e 2012 (Daniel Tapia/Reuters)
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EFE

Publicado em 13 de dezembro de 2017 às 21h49.

Quito - A Corte Nacional de Justiça do Equador condenou nesta quarta-feira o vice-presidente do país, Jorge Glas, a seis anos de prisão pelo crime de formação de quadrilha no escândalo de pagamento de propinas protagonizado pela Odebrecht.

Para o tribunal, a delação de José Conceição Santos, gerente da Odebrecht no Equador, mostra que os atos executados por Glas foram "principais" para formação de quadrilha em cinco projetos estratégicos, e que esses fatos foram provados por "outros meios de prova".

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Glas foi condenado por atos relacionados a quando era ministro de Setores Estratégicos, entre 2010 e 2012. Ele assumiu a vice-presidência nas eleições de abril, quando foi companheiro de chapa do atual presidente, Lenín Moreno, de quem se distanciou pouco depois.

Este é o primeiro processo no Equador referente ao escândalo de corrupção envolvendo a Odebrecht. Além do vice-presidente equatoriano, também foram acusados seu tio Ricardo Rivera e outras sete pessoas.

A pena máxima, de seis anos, foi imposta também a Rivera e a três acusados. Os demais obtiveram penas menores, e um deles, Diego Cabrera, foi absolvido.

O advogado de Glas, Eduardo Franco Loor, classificou a sentença como "iníqua" e "bárbara" ao sair da sala de audiências, onde o juiz Édgar Flores Mier levou 41 minutos para ler toda a sentença.

Do lado de fora do tribunal, centenas de pessoas se juntaram para se manifestar pró e contra o vice-presidente. Quando a sentença foi conhecida, os opositores do político entoaram gritos de comemoração, e simpatizantes do movimento Aliança País (AP), do ex-presidente Rafael Correa, entraram em confronto com a polícia.

Antes do anúncio da decisão, na leitura da relação de crimes vinculados à concessão de cinco projetos estratégicos à empresa brasileira, o tribunal deu como "confirmada" e "ratificada" a delação de José Conceição Santos.

O brasileiro prestou depoimento na Corte Nacional de Justiça equatoriana em 27 de setembro de 2017, quando afirmou que pagou propinas para que a Odebrecht conseguisse contratos com o governo para executar obras públicas.

O julgamento do vice-presidente e dos outros acusados começou em 24 de novembro e a data da sentença foi marcada para hoje na última sexta-feira, depois que o procurador Carlos Baca Mancheno pediu a pena máxima - seis anos de prisão - para Glas, Rivera e os três acusados, o que foi acatado.

Outro pedido do procurador que foi aceito pela Justiça foi o de indenização aos cofres públicos de mais de US$ 33 milhões. Deste total, US$ 14 milhões terão que ser pagos por Glas e seu tio.

O julgamento de Glas causou uma profunda crise política no movimento governista - agora dividido entre os aliados de Rafael Correa e os de seu sucessor, Lenín Moreno -, e despertou interesse internacional pelas ramificações do escândalo de corrupção envolvendo a Odebrecht fora do Brasil.

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