Venezuela faz grande operação para retomar controle de prisão que tinha discoteca
Facção Trem de Arágua dominava penitenciária, que foi retomada em operação com milhares de policiais
Redação Exame
Publicado em 20 de setembro de 2023 às 21h54.
Última atualização em 20 de setembro de 2023 às 21h54.
"Está totalmente tomada esta penitenciária e a infraestrutura foi totalmente liberada", disse o general Remigio Ceballos, ministro de Interior e Justiça, em declarações transmitidas pela televisão estatal VTV. Durante a ação, as autoridades informaram que um centro de "conspiração e crime" da rede criminosa internacional Trem de Aragua foi desmantelado.
A penitenciária, onde foram construídos um campo de beisebol, um zoológico, uma piscina e até uma discoteca de luxo, além de uma espécie de cidadela, era controlada com total impunidade por esta organização criminosa. Vídeos que circularam nas redes sociais mostram a presença de mulheres e crianças no interior da prisão.
O governo também anunciou em nota a execução de uma segunda fase da operação para busca e captura de "delinquentes fugitivos", sem detalhar o número de presos que escaparam durante a operação das forças de segurança. Segundo uma investigação da jornalista especializada no Trem de Aragua, Roanna Rísquez, o grupo conta com 5.000 integrantes na América do Sul.
Em entrevista à AFP, a jornalista assinalou que a operação foi realizada por pressão de países como Colômbia, Chile e Peru, "que denunciaram a presença de um grupo armado como o Trem de Aragua operando em seus territórios de maneira impune".
Foi a partir desses países que se identificou que esta quadrilha comandava suas operações de dentro da prisão de Tocorón, por isso esses governos pressionaram a Venezuela para que tomasse medidas, acrescentou Rísquez.
O Trem de Aragua surgiu em 2014, realizando atividades mafiosas "clássicas" como sequestros, roubos, tráfico de drogas, prostituição e extorsão. Contudo, expandiram mais tarde sua atuação para a exploração ilegal de ouro.
Com AFP.