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Veja 15 momentos e imagens históricas do reinado de Elizabeth II

Aos 25 anos de idade, Elizabeth II se tornou rainha em 6 de fevereiro de 1952, mesmo dia da morte de seu pai, o rei George VI; ela é a mais longeva monarca do Reino Unido

7th June 1977: Queen Elizabeth II with the Lord Mayor of London, Sir Robin Gillett, on the occasion of her Silver Jubilee. (Photo by Fox Photos/Getty Images) (Fox Photos/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2022 às 15h39.

Última atualização em 8 de setembro de 2022 às 11h42.

A rainha britânica Elizabeth II completou a marca de 70 anos de reinado, sendo a mais longeva monarca na história do Reino Unido (que inclui hoje Inglaterra, Gales, Irlanda do Norte e Escócia).

Elizabeth II se tornou rainha aos 25 anos de idade, em 6 de fevereiro de 1952, mesmo dia da morte de seu pai, o rei George VI, que faleceu de um câncer de pulmão. Sua coroação de fato viria quase um ano depois, em 1953.

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Veja abaixo fotos dos principais marcos da vida da rainha e de seu reinado nos últimos 70 anos.

1926 — Elizabeth nasce em 21 de abril

Hoje com 95 anos, a rainha nasceu com o nome de Elizabeth Alexandra Mary, em Londres, na Inglaterra. Na infância e ao longo da vida, ela ganhou o apelido de “Lilibet”.

Elizabeth com o pai, a mãe e a irmã em 1946 (Lisa Sheridan/Studio Lisa/Getty Images/Getty Images)

1936 — Elizabeth se torna a primeira na linha de sucessão

Quando nasceu, a pequena Elizabeth tinha poucas chances de se tornar rainha: seu pai, George, era o irmão mais novo do primeiro na fila de sucessão, o príncipe Edward.

Mas o papel de Elizabeth mudaria em 1936, quando Edward (nomeado rei Edward VIII) abdicou do trono para se casar com uma mulher americana que era divorciada, movimento proibido na monarquia.

Assim, o pai de Elizabeth foi nomeado rei George VI e Elizabeth, então com somente 10 anos de idade e a mais velha das duas filhas do rei, se tornou a primeira na linha de sucessão.

Imagem usada para anunciar o noivado de Elizabeth e Philip (PA Images/Getty Images)

1947 — Casamento com Philip

Elizabeth e Philip, que têm cinco anos de diferença de idade, se conheceram quando a então princesa tinha 13 anos, em uma visita da família real à Marinha em 1939, onde Philip servia.

Os dois passaram a se corresponder por carta durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), e Philip pede a mão da princesa logo após o fim da guerra.

Elizabeth durante a Segunda Guerra Mundial (Acervo público do Reino Unido/Wikimedia Commons)

A autorização para o casamento de ambos foi cercada de algumas polêmicas. Para se casar com Elizabeth, Philip renuncia a seu título de príncipe grego e se torna um cidadão britânico, passando a usar a versão anglicana do nome de sua mãe, Mountbatten.

Os dois se casaram em 1947 e seguiriam juntos por 73 anos, até a morte de Philip, em abril de 2021.

1952 — Morre o rei George VI

Como mostram os registros da época, Elizabeth não esperava se tornar rainha tão cedo. A morte precoce do rei George VI, aos 56 anos com câncer de pulmão, pegou a todos de surpresa.

Na ocasião do falecimento, a então princesa Elizabeth e o marido, Philip, estavam em viagem para cumprir tarefas reais em países do chamado Commonwealth (organização que sucedeu o “Império Britânico” e então tinha mais de 50 colônias ou ex-colônias). Foi no Quênia que a agora rainha recebeu a notícia do falecimento do pai, dada por Philip.

Elizabeth, já como primeira na linha de sucessão, é fotografada lendo no Buckingham Palace, em 1946 (Lisa Sheridan/Studio Lisa/Getty Images)

1953 — Coroação televisionada

A coroação da rainha aconteceria um ano depois da morte do pai, em 1953. Philip teve a ideia de transmitir a cerimônia pela televisão, que ganhava espaço na época, aproximando a família real da população. Assim, Elizabeth teve a primeira coroação televisionada da história.

Philip se ajoelha em frente à rainha Elizabeth II em sua coroação, em 1953 (PA Images/Getty Images)

Dentro do Reino Unido, estima-se que 27 milhões de pessoas assistiram à cerimônia, e 11 milhões ouviram pelo rádio, mais de 80% da população. O discurso de Natal da rainha também passou a ser televisionado em 1957.

Nos anos seguintes, os eventos da família real se tornaram marcos transmitidos mundialmente, com bilhões de espectadores.

1965 — Visita à Alemanha Ocidental

Nos primeiros anos de mandato, um dos marcos das tarefas diplomáticas da rainha foi uma visita em 1965 à então Alemanha Ocidental (ou República Federal da Alemanha, lado alinhado ao Ocidente, em oposição à Alemanha Oriental, alinhada à União Soviética).

Um monarca britânico não visitava a Alemanha desde 1913 — desde então, os dois países foram rivais tanto na Primeira Guerra (1914-18) quanto na Segunda Guerra (1939-45).

Elizabeth com o presidente da Alemanha Ocidental, Heinrich Lubke, em 1965 (Express/Hulton Archive/Getty Images)

A visita marcou 20 anos do fim da Segunda Guerra e foi vista como um reconhecimento da reconciliação entre britânicos e alemães e da volta da Alemanha como potência europeia.

A rainha fez outras viagens consideradas históricas ao longo de seu reinado: em 1957, se tornou a primeira monarca a abrir um ano parlamentar no Canadá (que é até hoje parte do Commonwealth e tem Elizabeth como rainha); em 1986, foi também a primeira monarca britânica a visitar a China continental (anos depois, em 1997, a ilha de Hong Kong seria devolvida à China pela premiê Margareth Thatcher).

1968 — Charles se torna príncipe de Gales

O príncipe Charles, primeiro filho de Elizabeth e Philip, nasceu em 1948, seguido dois anos depois por sua irmã, Anne. A rainha teria ainda outros dois filhos nos anos 1960: Andrew, em 1960 (hoje envolvido em escândalos de abuso sexual) e Edward, em 1964.

Mas ao longo do reinado de Elizabeth, boa parte dos holofotes estiveram centrados em Charles, e esperava-se que, em breve, o herdeiro se tornaria rei. Em 1968, ele foi nomeado “Príncipe de Gales”, título oficial conferido ao herdeiro do trono. Biógrafos apontam que a relação de Charles com a mãe foi, em vários momentos, conturbada, embates que se tornariam claros após o casamento de Charles com Diana, nos anos 1980.

Elizabeth cumprimenta multidão na Tasmânia, em 1970 (Central Press/Getty Images)

1970 — Primeira “caminhada entre os plebeus”

Biógrafos apontam que a rainha Elizabeth, ao longo das décadas de mandato e do mundo em transformação que presenciou, quebrou alguns protocolos então existentes na monarquia.

Um dos mais lembrados é a instituição da caminhada entre a população, o que Elizabeth fez pela primeira vez em 1970 em uma visita à Austrália. Até então, nas visitas oficiais, monarcas britânicos somente acenavam de veículos ou a uma distância segura das multidões.

Desde então, o gesto de cumprimentar a população mais de perto passou a ser seguido por outros membros da família real em visitas no exterior e eventos internos no Reino Unido.

Rainha Elizabeth II e Philip no Parlamento da Nova Zelândia na viagem de comemoração do Jubileu de Prata da rainha, em fevereiro de 1977 (Serge Lemoine/Getty Images)

1977 — Jubileu de prata

A rainha Elizabeth II completou em 1977 25 anos no trono, um marco. Em discurso, a rainha recordou uma fala que havia feito (ainda pelo rádio) quando era princesa, nos anos 1950 e antes da morte do pai, quando prometeu dedicar “a vida” a servir o Reino Unido e o Commonwealth. “Embora esse voto tenha sido feito nos meus dias de juventude [...], não retiro nenhuma palavra do que eu disse.”

Sir Robin Gillett, no Jubileu de Prata da rainha em 1977 (Fox Photos/Getty Images)

Na ocasião, momento de crise econômica no Reino Unido, a rainha também foi elogiada por viajar mais de 50 mil quilômetros para visitar uma série de países do Commonwealth, das Américas à Ásia e África.

1992 — 'Annus Horribilis' e crises familiares

O ano de 1992 marcou um combo de divórcios na família real. Como era sabido na época, o casamento entre o príncipe Charles e Diana Spencer, em 1981, foi longe de ser bem-sucedido, com relações extraconjugais e polêmicas. Os dois finalmente se separaram em 1992, se divorciando anos depois, em 1996.

Casamento de Charles e Diana, em 1981. Os dois se divorciaram nos anos 1990 (Tim Graham Photo Library/Getty Images)

No mesmo ano, o príncipe Andrew se divorciou de sua esposa, assim como a princesa Anne de seu primeiro marido. Por fim, o castelo de Windsor, residência da família real, pegou fogo — e imagens de luxuosos artigos sendo salvos do incêndio fez a riqueza da família real ser exposta em rede nacional. Em meio às críticas, a rainha Elizabeth concordou em pagar impostos sobre sua renda privada. Mais tarde, descreveria 1992 como “Annus Horribilis” (“ano horrível”, em latim).

Velório de Diana, em 1997. Da esquerda para a direita: príncipe Philip, príncipe William, conde Spencer (irmão de Diana), príncipe Harry e príncipe Charles (JEFF J. MITCHELL/AFP/Getty Images)

1997 — Morte da princesa Diana

Com Diana sendo altamente popular no Reino Unido e fora do país (chamada de “Princesa do Povo”, ou People’s princess), as sabidas desavenças entre a rainha e a princesa levaram a uma crise de imagem na família real. O ápice ocorreu após a trágica morte de Diana em um acidente de carro.

A princípio, a família real se isolou no interior e não fez muitas declarações públicas sobre o acidente. Mas, diante das críticas, a rainha Elizabeth terminou tendo de voltar a Londres e fazer um pronunciamento na televisão.

Rainha-mãe, princesa Margaret e rainha Elizabeth (Tim Graham Photo Library/Getty Images)

2002 — Jubileu de ouro e morte da mãe e irmã

O ano de 2002 marcou os 50 anos do reinado de Elizabeth, e após as críticas nos anos 1990, a popularidade da família real começou a se restaurar no século 21.

No mesmo ano, a rainha foi atingida por uma tragédia familiar dupla: morreram, com sete semanas de diferença, sua única irmã, princesa Margaret, aos 71 anos, e sua mãe (a “Rainha mãe”, Elizabeth Bowes-Lyon), aos 101 anos.

2012 — Jubileu de diamante

A rainha completou em 2012 60 anos de reinado. No mesmo ano, quebrou outro recorde, ao abrir as Olimpíadas de Londres (como a rainha já havia aberto os jogos de Montreal 1976, se tornou a primeira monarca a abrir duas competições olímpicas).

Três anos depois, em 2015, Elizabeth se tornaria a monarca a mais tempo governar o Reino Unido, quando superou a então recordista, a rainha Vitória, que é também sua tataravó.

Rainha Elizabeth em pronunciamento em 2012, quando completou 60 anos de reinado (John Stillwell/Pool/Reuters)

Vitória governou de 1837 até sua morte, em 1901 (e, em parte desse período, teve também o título de “imperatriz da Índia”, em meio à colonização britânica). Ao todo, seu período de reinado, chamado de “era vitoriana”, durou 63 anos e 216 dias.

Uma família assiste à mensagem anual de Natal da rainha Elizabeth II, em 25 de dezembro de 2021 (AFP/AFP)

2020 — Crise do coronavírus

A rainha também será lembrada na história por estar à frente do trono britânico durante a pandemia da covid-19, o que ela própria considerou como um dos maiores desafios do Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial.

“Isso me faz lembrar da primeira transmissão que eu fiz, em 1940, ajudada por minha irmã”, disse a rainha em um raro pronunciamento na televisão, lembrando o período da Segunda Guerra Mundial.

“Embora tenhamos enfrentado desafios antes, este é diferente. Desta vez, nos unimos a todas as nações do mundo em um esforço comum”, disse.

2021 — Morte do príncipe Philip

Ainda em meio à covid-19, a família real perdeu no ano passado um de seus principais nomes, o príncipe Philip, que esteve casado com a rainha por 69 anos, o mais longevo "consorte" da história britânica.

Rainha Elizabeth II e o Príncipe Philip, Duque de Edimburgo, em uma de suas últimas aparições públicas (Antony Jones/Getty Images)

O duque de Edimburgo foi hospitalizado em fevereiro de 2021 depois de “se sentir mal ” e recebeu tratamento para uma infecção e uma doença cardíaca preexistente. Ele havia tido alta em março, mas faleceu semanas depois, em abril de 2021.

Desafios da atualidade

Embora Elizabeth II seja atualmente uma das figuras mais populares do mundo e respeitada entre os suditos no Reino Unido, a família real terá o desafio de seguir se reiventando nas próximas décadas. O primeiro na linha sucessória do trono é Charles, hoje aos 73 anos. Depois, vem seu filho, William, ele próprio já com 39 anos.

O príncipe William e o príncipe Harry no velório do príncipe Philip, em abril de 2021 (AFP/AFP)

Enquanto isso, a família real entrou em polêmicas recentes diante do casamento do príncipe Harry (neto da rainha e filho de Charles) com a americana Meghan Markle. A imprensa britânica especula desavenças de Harry também com o irmão, príncipe William. Em entrevista à apresentadora Oprah Winfrey, o casal diz que Meghan sofreu discriminação da família real e da imprensa britânica, o que culminou na mudança dos dois para os EUA e a decisão de deixar oficialmente as tarefas reais.

Fora do Reino Unido, Elizabeth é ainda a monarca de outros 14 reinos do Commonwealth, mas o próprio papel dos britânicos (outrora a maior economia do mundo) vem mudando, o que respinga no futuro da família real. Com movimentos antirracismo, autodeterminação dos povos e de rejeição ao histórico de colonização europeia crescendo pelo mundo, uma série de países então membros do Commonwealth deixaram a organização nas últimas décadas. A mais recente separação foi de Barbados, terra natal da cantora Rihanna e que se declarou uma república neste ano.

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