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Vaticano enviou carta desmentindo postura de Maduro, diz oposição

O secretário-geral da MUD afirmou que essa mensagem do Vaticano "desmente a postura do governo" e de seus representantes no processo

Jesus Torrealba: o líder da aliança de oposição disse que a carta foi enviada com cópia para ele (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
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EFE

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 13h43.

Caracas - O secretário-executivo da Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesus Torrealba, afirmou nesta segunda-feira que o Vaticano enviou uma "carta confidencial" que desmente a postura do presidente da Venezuela , Nicolás Maduro, nas negociações.

Durante o programa de rádio "Força e União", o líder da aliança de oposição disse que a carta foi enviada com cópia para ele, o coordenador do governo nas negociações, Jorge Rodríguez, o secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), Ernesto Samper, e para os ex-presidentes que atuam como acompanhantes.

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"Eu devo confirmar hoje que existe a carta do Vaticano e o conteúdo da carta. Vou me abster, por enquanto, de fazer maiores considerações ou de divulgar alguma informação, porque o Vaticano pediu que fosse confidencial", indicou Torrealba.

No entanto, o secretário-geral da MUD afirmou que essa mensagem do Vaticano, que media o diálogo, "desmente a postura do governo" e de seus representantes no processo, que negaram que as libertações de opositores presos ou a realização de eleições tenha sido proposta nas negociações em andamento na Venezuela.

"Isso é muito importante porque revela a inaptidão e a condição falaciosa do governo. Desmente de maneira absolutamente clara essas alegações oficiais", acrescentou o opositor.

O presidente da Assembleia Nacional, o também opositor Henry Ramos Allup, disse via Twitter que estava "100% de acordo" com a carta e anunciou que seu partido deixará as negociações amanhã se o governo descumprir os compromissos firmados entre as partes.

"Como o Vaticano pressionou o regime a cumprir os compromissos adquiridos na mesa diálogo, agora Maduro o acusa de infiltrado e sabotador", acrescentou Ramos na rede social.

Entre as exigências da MUD para continuar no diálogo estão que a Suprema Corte suspenda o status de desacato ao parlamento, a abertura de um canal humanitário para a entrada de remédios e alimentos que estão escassos e a libertação de presos políticos.

Maduro disse que há "manobras" para encerrar os diálogos que contam com a "cumplicidade" de um dos acompanhantes internacionais e ajuda do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Além disso, o presidente disse que, em recente visita a Cuba para o velório de Fidel Castro, "três altos representantes da direita" pediram que ele "salvasse o diálogo" com a oposição e afastasse o Vaticano do papel de mediador do confronto.

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