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Vacina de Oxford ainda está entre líderes, apesar de atraso nos EUA

A fase de testes ficou suspensa por sete semanas depois que uma pessoa que participava do estudo do Reino Unido ficou doente

(Dado Ruvic/Reuters)
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Bloomberg

Publicado em 27 de outubro de 2020 às 15h22.

Última atualização em 27 de outubro de 2020 às 15h35.

A suspensão de sete semanas do ensaio nos Estados Unidos da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca e Universidade de Oxford tirou a candidata da pole position, mas ainda é uma das primeiras na corrida para a imunização.

As altas taxas de casos conforme a pandemia recupera força e o grande número de participantes em outros ensaios ao redor do mundo devem ajudar a manter o programa de vacinação em andamento, de acordo com cientistas.

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A FDA, que regula fármacos e alimentos nos Estados Unidos, autorizou a retomada do ensaio na sexta-feira, 23, quase dois meses depois que uma pessoa que participava do estudo do Reino Unido ficou doente e semanas após reguladores de outros países liberarem a retomada dos testes.

Um diagnóstico inicial de mielite transversa, uma rara doença neurológica, foi descartado, e Oxford disse posteriormente que os sintomas da pessoa incluíam fraqueza nos membros, e que era improvável que estivessem relacionados à vacina.

A rápida retomada dos outros ensaios permitirá que autoridades de saúde analisem mais dados à medida que o estudo avança nos Estados Unidos. O número crescente de casos na Europa e nos Estados Unidos ajuda, porque os participantes dos ensaios precisam ser expostos a uma quantidade suficiente do coronavírus para mostrar diferença significativa nas taxas de infecção entre os que tomaram a injeção e outros que receberam placebo.

“O estudo da AstraZeneca cobre pelo menos quatro países e, à medida que os casos de covid-19 aumentam no mundo todo, isso vai encurtar o tempo para obter dados suficientes de retorno, disse Gordon Dougan, professor na Universidade de Cambridge, que contribuiu para o desenvolvimento de uma série de vacinas importantes, incluindo algumas para cólera e febre tifóide. “Não acho que a interrupção do ensaio causará um atraso muito grande em termos de prazos.”

Próximas análises

Representantes da FDA e da Astra não quiseram comentar o impacto do atraso. A empresa disse na sexta-feira que espera resultados dos ensaios em estágio final neste ano, dependendo das taxas de infecção. A vacina produziu forte resposta imunológica em adultos mais velhos em um ensaio anterior, disse a empresa na segunda-feira, ecoando dados divulgados anteriormente em voluntários mais jovens.

Outros fabricantes de medicamentos correm para produzir uma vacina contra o coronavírus eficaz até o fim do ano. Várias empresas buscam enviar dados para aprovação em breve. A Pfizer disse que poderia buscar autorização de uso emergencial nos Estados Unidos até o fim de novembro para sua vacina com a parceira alemã BioNTech, enquanto a Moderna também considera a possibilidade de buscar aprovação emergencial em 2020.

Mais de 20.000 voluntários participaram dos testes Astra-Oxford fora dos Estados Unidos, em países como Reino Unido, Brasil e África do Sul, e outros 30.000 devem participar do estudo americano. Durante a pausa, coordenadores do ensaio nos Estados Unidos não conseguiram recrutar novos voluntários.

Segunda dose

A interrupção pode ter criado uma pausa no cronograma para o regime de duas doses da vacina, de acordo com Beate Kampmann, professora de infecção pediátrica e imunidade na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, mas como o ensaio havia começado apenas uma semana antes, o impacto deve ser mínimo.

“É claro que a pausa pode ter afetado o intervalo para a segunda dose da vacina”, o que pode ter impedido alguns voluntários de continuar no ensaio, disse Kampmann. Mas “é mais importante concluir esses ensaios com a diligência prévia necessária do que apressar o cronograma por causa de algumas semanas”.

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