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Uribe critica processo de paz colombiano com as Farc

Em um encontro público com o analista e escritor argentino Andrés Oppenheimer em Miami, Uribe fez duras críticas às negociações com as Farc

Álvara Uribe: apesar de esclarecer que quer a paz no país, ele destacou que os diálogos resultarão em "impunidade" (©AFP / Ernesto Benavides)
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Da Redação

Publicado em 29 de fevereiro de 2016 às 13h54.

Miami - O ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe afirmou nesta segunda-feira que o problema do processo de paz entre o governo do país e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) é a "impunidade" e fez votos para que a Venezuela abandone o modelo político do chavismo num futuro próximo.

Em um encontro público com o analista e escritor argentino Andrés Oppenheimer em Miami, organizado pelo jornal "El Nuevo Herald", Uribe fez duras críticas às negociações com as Farc.

Apesar de esclarecer que quer a paz no país, ele destacou que os diálogos resultarão em "impunidade" e trarão "instabilidade" para a Colômbia.

"Todos queremos a paz, conheço a dor das pessoas. Mas não se pode abrir a possibilidade de haver impunidade", ressaltou Uribe sobre as negociações iniciadas em novembro de 2012 e que devem ser concluídas no próximo mês.

Entre outras críticas ao atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, Uribe destacou o fato de não exigir que os guerrilheiros paguem indenizações às suas vítimas, mesmo as Farc sendo o "terceiro grupo terrorista mais rico do mundo", de acordo com a imprensa internacional.

O ex-presidente colombiano disse que o governo e as Farc têm uma "interpretação diferente" na questão das armas e assegurou que a guerrilha não mostrou "vontade alguma" de entregá-las.

Para Uribe, há uma "impunidade disfarçada" no acordo que vai surgir das negociações que estão sendo realizadas em Havana. O pacto, na avaliação do ex-líder, "dá plena elegibilidade política às Farc".

"Meu governo não deu legitimidade política aos paramilitares, quando em 2006 acertamos sua desmobilização", disse.

Apesar de serem muito impopulares na Colômbia, Uribe teme que as Farc tenham aspirações políticas no futuro e se apresentem como "líderes do socialismo do século XXI", um termo cunhado por Hugo Chávez.

E lembrou a época da desmobilização do Movimento 19 de Abril (M-19) no fim dos anos 80, que "ganhou um terço da Constituinte".

Sobre o ex-presidente venezuelano, Uribe disse que Chávez pediu ajuda para melhorar as relações com os Estados Unidos, apesar de pouco tempo antes estar insultando George W. Bush.

"Chávez estava totalmente influenciado pelo líder cubano Fidel Castro".

Uribe chamou o atual governo do país vizinho, comandado por Nicolás Maduro, de "ditadura" e aliado das Farc. O ex-presidente colombiano afirmou que apoia e respeita a oposição venezuelana.

"O povo venezuelano sabe da rua, sabe de protestos. O maior estímulo é essa grave crise humanitária. Tomara que Maduro saia rápido, mas que o substituam por outro modelo político", afirmou.

O ex-presidente disse não estar movido pela cólera ou ressentimento pela morte de seu pai, que sofreu um atentado das Farc, mas pela "preocupação" pela Colômbia.

E indicou que seu partido, o Centro Democrático, vai enfrentar os ex-guerrilheiros para que eles não triunfem na política.

"Pessoas que assassinam não podem ter legitimidade política", concluiu.

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Miami - O ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe afirmou nesta segunda-feira que o problema do processo de paz entre o governo do país e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) é a "impunidade" e fez votos para que a Venezuela abandone o modelo político do chavismo num futuro próximo.

Em um encontro público com o analista e escritor argentino Andrés Oppenheimer em Miami, organizado pelo jornal "El Nuevo Herald", Uribe fez duras críticas às negociações com as Farc.

Apesar de esclarecer que quer a paz no país, ele destacou que os diálogos resultarão em "impunidade" e trarão "instabilidade" para a Colômbia.

"Todos queremos a paz, conheço a dor das pessoas. Mas não se pode abrir a possibilidade de haver impunidade", ressaltou Uribe sobre as negociações iniciadas em novembro de 2012 e que devem ser concluídas no próximo mês.

Entre outras críticas ao atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, Uribe destacou o fato de não exigir que os guerrilheiros paguem indenizações às suas vítimas, mesmo as Farc sendo o "terceiro grupo terrorista mais rico do mundo", de acordo com a imprensa internacional.

O ex-presidente colombiano disse que o governo e as Farc têm uma "interpretação diferente" na questão das armas e assegurou que a guerrilha não mostrou "vontade alguma" de entregá-las.

Para Uribe, há uma "impunidade disfarçada" no acordo que vai surgir das negociações que estão sendo realizadas em Havana. O pacto, na avaliação do ex-líder, "dá plena elegibilidade política às Farc".

"Meu governo não deu legitimidade política aos paramilitares, quando em 2006 acertamos sua desmobilização", disse.

Apesar de serem muito impopulares na Colômbia, Uribe teme que as Farc tenham aspirações políticas no futuro e se apresentem como "líderes do socialismo do século XXI", um termo cunhado por Hugo Chávez.

E lembrou a época da desmobilização do Movimento 19 de Abril (M-19) no fim dos anos 80, que "ganhou um terço da Constituinte".

Sobre o ex-presidente venezuelano, Uribe disse que Chávez pediu ajuda para melhorar as relações com os Estados Unidos, apesar de pouco tempo antes estar insultando George W. Bush.

"Chávez estava totalmente influenciado pelo líder cubano Fidel Castro".

Uribe chamou o atual governo do país vizinho, comandado por Nicolás Maduro, de "ditadura" e aliado das Farc. O ex-presidente colombiano afirmou que apoia e respeita a oposição venezuelana.

"O povo venezuelano sabe da rua, sabe de protestos. O maior estímulo é essa grave crise humanitária. Tomara que Maduro saia rápido, mas que o substituam por outro modelo político", afirmou.

O ex-presidente disse não estar movido pela cólera ou ressentimento pela morte de seu pai, que sofreu um atentado das Farc, mas pela "preocupação" pela Colômbia.

E indicou que seu partido, o Centro Democrático, vai enfrentar os ex-guerrilheiros para que eles não triunfem na política.

"Pessoas que assassinam não podem ter legitimidade política", concluiu.

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