Não haverá renegociação do acordo do Brexit, alerta União Europeia
Aviso vem num momento no qual a disputa pela sucessão de Theresa May chega à fase final, com Boris Johnson e Jeremy Hunt entre os finalistas
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de junho de 2019 às 10h24.
Última atualização em 22 de junho de 2019 às 10h25.
Bruxelas - A União Europeia alertou na sexta-feira, 21, - mais uma vez - ao futuro primeiro-ministro britânico que o acordo do Brexit, concluído em novembro com Theresa May, não é renegociável.
"O acordo de retirada não está aberto à renegociação", disse o chefe do Conselho Europeu, Donald Tusk, em entrevista ao final de uma cúpula realizada em Bruxelas.
Os líderes do bloco, que se reuniram ontem sem May, analisaram por dez minutos a situação do processo de divórcio do Reino Unido da UE, programado para 31 de outubro, segundo uma fonte europeia.
A UE reiterou, em declaração que acompanha o acordo de separação, que sua disposição de renegociar a futura relação somente ocorrerá "se a posição do Reino Unido evoluir", segundo Tusk.
"Estamos aguardando a nomeação do novo primeiro-ministro britânico. Esperamos decisões, novas propostas do governo britânico, mas nossa posição permanece inalterada."
A expectativa da UE com relação ao novo governo do Reino Unido deve acabar somente no fim do julho, quando os resultados da eleição do Partido Conservador serão divulgados e um novo premiê será escolhido.
Disputa pela sucessão de Theresa May
A disputa pela liderança do partido - e consequentemente pelo cargo de primeiro-ministro do Reino Unido - está entre o ex-prefeito de Londres Boris Johnson e o ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt.
Johnson, apontado até agora como favorito, afirmou diversas vezes que estava determinado a não pedir mais adiamentos à UE.
Nas últimas etapas das primárias do partido, entretanto, adotou um discurso mais moderado, sem "garantir" a saída em outubro.
Por outro lado, Hunt não descartou a possibilidade de um terceiro adiamento do Brexit para tentar obter o apoio do Parlamento britânico, o que poderia levar o Reino Unido a uma saída menos tumultuada do bloco.