União Europeia recomenda que seus membros negociem adesão da Bósnia-Herzegovina
Com a guerra da Rússia contra a Ucrânia, os mandatários do bloco estão mais interessados em tentar afastar os países dos Bálcãs da influência do Kremlin
Agência de notícias
Publicado em 12 de março de 2024 às 17h24.
Última atualização em 12 de março de 2024 às 17h36.
O braço executivo da União Europeia recomendará que os países do grupo abram negociações de entrada com a Bósnia-Herzegovina, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta terça-feira, apesar das persistentes divisões étnicas no país dos Bálcãs.
A Bósnia-Herzegovina está entre as seis nações da região — ao lado da Albânia, Sérvia, Kosovo, Montenegro e Macedônia do Norte — que se encontram em processo de adesão à UE, mas em fases diferentes, após um período de guerras e crises na década de 1990.
As associações dos países ao bloco estão paralisadas há anos. Mas depois da guerra da Rússia contra a Ucrânia, os mandatários da UE estão mais interessados em tentar afastá-los da influência do Kremlin.
"Percebemos que não basta apenas esperar que os Balcãs Ocidentais se aproximem de nós", disse von der Leyen a parlamentares da UE na terça-feira. "Não basta dizer que a porta está aberta. Devemos também assumir a responsabilidade e apoiar o seu caminho rumo à nossa União de todas as maneiras possíveis".
Os líderes da UE devem discutir a recomendação da Comissão Europeia em uma reunião marcada para a próxima semana em Bruxelas. Não há garantia de que os Estados-membros devem apoiar a recomendação, uma vez que o líder separatista sérvio-bósnio Milorad Dodik, que é um simpatizante do governo russo, continua conturbando a presidência e exercendo influência política na Bósnia.
A Bósnia é marcada por divisões étnicas, mesmo décadas depois da guerra que destruiu o país na década de 1990.
A Bósnia obteve o estatuto de país candidato em 2022. Para que os candidatos sejam aceitos na UE, os países têm de passar por um longo processo para alinhar as suas leis e normas com as do bloco e mostrar que as suas instituições e economias cumprem as normas democráticas.
Von der Leyen disse que a Bósnia precisa fazer "mais progressos" para aderir à UE, mas ressaltou os "passos impressionantes" que o país já alcançou.
A dirigente disse que houve mais progresso em pouco mais de um ano do que em uma década. "Em primeiro lugar, a Bósnia-Herzegovina está agora, totalmente, alinhada com a nossa política externa e de segurança, o que é crucial nestes tempos de turbulência geopolítica."
Ela também elogiou o país pelos seus esforços no combate à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e na melhoria do controle dos fluxos migratórios.