União Europeia: prolongamento da operação aconteceu após acordo com a Itália (Francois Lenoir/Reuters)
AFP
Publicado em 27 de março de 2019 às 09h53.
A União Europeia concordou nesta quarta-feira, 27, em estender a operação Sophia contra contrabandistas de migrantes no Mediterrâneo até setembro, mas suspendeu a participação dos barcos, restringindo a apenas a patrulhas aéreas em função do governo italiano.
"Os países decidiram prorrogar o mandato da Operação Sophia por seis meses", disse uma autoridade europeia à AFP, depois de vários dias de discussões entre embaixadores europeus sobre uma operação que expirou em 31 de março. Os 28 membros do bloco também concordaram em suspender temporariamente a mobilização de embarcações, enquanto "continuam trabalhando em uma solução relacionada ao desembarque de migrantes resgatados no mar", disse a fonte.
A decisão de renovar a Operação Sophia deveria ser tomada por unanimidade na UE. No final de 2018 e dada a impossibilidade de chegar a um consenso, os 28 países decidiram prorrogar o atual mandato até 31 de março. A posição da Itália foi o principal obstáculo. O governo de coalizão, de extremistas de direita e antissistema, se recusa a continuar sendo o único país de desembarque dos migrantes resgatados pelos navios dessa operação.
Com essa decisão, a Itália consegue impedir a utilização de embarcações, mas os europeus conseguem estender a operação por mais seis meses, o que continuará mobilizando as patrulhas aéreas para controlar o Mediterrâneo Central. O Conselho da UE, que reúne os ministros do bloco, ainda deve formalizar esse acordo, ao qual as capitais europeias já deram sua aprovação.
Desde o seu lançamento em 2015, após o naufrágio de um barco com migrantes, a missão que nasceu com o objetivo de lutar contra contrabandistas de migrantes prendeu cerca de 150 indivíduos, e também resgatou 45.000 pessoas.
Ao longo dos anos, os europeus acrescentaram novas funções a essa missão, que também treina a Guarda Costeira da Líbia e controla a aplicação do embargo de armas imposto pela ONU à Líbia e ao comércio ilegal de petróleo.