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União Europeia concorda em adiar Brexit até outubro

Adiamento funcionaria com uma revisão em junho, com condições impostas ao Reino Unido sendo avaliadas neste período

Brexit: saída será adiada para outubro (Eva Plevier/Reuters)

Brexit: saída será adiada para outubro (Eva Plevier/Reuters)

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Reuters

Publicado em 10 de abril de 2019 às 20h04.

Última atualização em 10 de abril de 2019 às 21h02.

Bruxelas - Líderes da União Europeia concordaram nesta quarta-feira, 10, em adiar o Brexit até o fim de outubro, com uma revisão em junho, disseram à Reuters fontes diplomáticas.

A mudança ainda precisa ser aceita pela primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, segundo fontes diplomáticas ouvidas pela Agência Efe. Inicialmente, a líder do Partido Conservador propôs ao bloco europeu uma prorrogação do prazo (a segunda) até o dia 30 de junho.

"Os 27 países-membros da UE concordaram com a extensão do artigo 50. Agora, me reunirei com a primeira-ministra Theresa May para o acordo com o governo britânico", escreveu o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, em mensagem no Twitter.

May voltou à sede do Conselho Europeu para conversar com Tusk após ter deixado o local durante a tarde. A reunião entre os líderes europeus durou várias horas devido às divergências entre os países.

Tusk defendia um prazo mais longo para o Brexit, de até um ano, que autorizasse o Reino Unido a deixar a UE assim que o país estiver pronto para sair do bloco. No entanto, isso representaria a presença britânica nas próximas eleições para a Eurocâmara em maio.

"Uma prorrogação do Brexit até 31 de outubro é sensível, já que dá tempo para o Reino Unido finalmente escolher seu caminho", disse o premiê de Malta, Joseph Muscat, no Twitter, acrescentando que uma cúpula em junho permitirá aos líderes da UE "fazer um balanço da situação".

A França foi o país mais crítico à possibilidade de conceder ao Reino Unido um prazo mais longo para o Brexit e alertou que a permanência dos britânicos poderia colocar em risco o funcionamento das instituições do bloco europeu.

Fontes diplomáticas afirmaram à Efe que os franceses ficaram isolados nesta posição e que a cúpula entre os líderes já tinha deixado de discutir o Reino Unido, uma alusão à "postura dura" apresentada pelo presidente da França, Emmanuel Macron.

Por outro lado, a Alemanha defendeu um atraso mais longo do Brexit, sendo acompanhada por países como Portugal e Holanda.

O acordo significa que o Reino Unido não deixará o bloco na sexta-feira e dá à May mais do que os três meses que ela havia pedido para conquistar o apoio de uma maioria parlamentar para o acordo de retirada que negociou com a UE no ano passado.

Mas, a pressão de Macron por um Brexit em junho e a forte oposição à preferência de outros líderes por uma prorrogação muito mais longa que poderia aumentar as chances do Reino Unido mudar de opinião e permanecer no bloco, fez com que a reunião terminasse com o meio-termo de outubro.

O dia 31 de outubro também corresponde ao final do mandato de cinco anos da atual Comissão Europeia.

Os líderes irão se reunir novamente em junho, disseram diplomatas da UE, para avaliar a situação. O Reino Unido pode já ter deixado o bloco até lá, se May conseguir formar uma coalizão de apoio a seu acordo com o oposicionista Partido Trabalhista --embora não haja nenhum sinal de resolução por enquanto.

Para continuar como um Estado membro da UE depois do dia 1º de junho, May concordou em realizar eleições britânicas para o Parlamento Europeu no dia 23 de maio, embora ainda seja incerto se essa votação acontecerá e em qual medida ela pode se tornar, na prática, um segundo referendo sobre a filiação à União Europeia que alguns esperam poder fazer com que o Reino Unido cancele o Brexit.

A primeira data para saída do Reino Unido do bloco era 29 de março, mas, sem conseguir aprovar acordos no Parlamento britânico, Theresa May conseguiu uma extensão para o dia 22 de maio com a condição de britânicos aprovarem acordo, como isso não aconteceu, data para a saída tinha sido definida em 12 de abril.

 

 

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