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União Europeia se choca com assassinato de jornalista eslovaco

O assassinato levantou a questão da corrupção no país, o que, em junho, provocou manifestações de jovens exigindo a demissão de ministros do governo

Assassinato: os corpos do jornalista e de sua namorada Martina Kusnirova foram descobertos no domingo em sua casa em Velka Maca (Warren Little/Getty Images)

Assassinato: os corpos do jornalista e de sua namorada Martina Kusnirova foram descobertos no domingo em sua casa em Velka Maca (Warren Little/Getty Images)

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AFP

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 15h25.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2018 às 16h01.

Os líderes europeus expressaram seu choque pelo assassinato do jornalista eslovaco Jan Kuciak, de 27 anos, que investigava casos de fraude fiscal na Eslováquia, membro da União Europeia e da zona do euro.

O assassinato levantou a questão da corrupção no país, o que, em junho, provocou manifestações de jovens exigindo a demissão de ministros do governo de esquerda de Robert Fico.

A Transparência Internacional classificou recentemente a Eslováquia em sétimo lugar entre os países mais corruptos da UE.

O crime foi imediatamente condenado por líderes da UE e organizações internacionais.

Nesta terça-feira, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Zeid Al Hussein, exigiu "uma investigação para levar os autores deste crime terrível à Justiça".

Jan Kuciak trabalhava para o site aktuality.sk, que pertence ao alemão Axel Springer e ao suíço Ringier. Investigava casos de corrupção, incluindo vínculos entre o mundo dos negócios e o partido SMER-SD no poder.

Os corpos do jornalista e de sua namorada Martina Kusnirova foram descobertos no domingo em sua casa em Velka Maca, a 65 km de Bratislava.

O duplo homicídio foi cometido entre quinta e domingo, de acordo com a polícia. Jan Kuciak morreu com um tiro no peito e sua companheira foi atingida na cabeça.

De acordo com o jornal SME, Jan Kuciak publicaria um artigo sobre os possíveis laços políticos de empresários italianos, ligados à máfia calabresa 'Ndrangheta, que operam na Eslováquia.

A informação foi confirmada por vários jornalistas locais. Contactado pela AFP, o serviço de imprensa do primeiro-ministro absteve-se de qualquer comentário.

Em Bratislava, centenas de pessoas se reuniram na segunda-feira à noite para acender velas em memória do jornalista. Outra mobilização semelhante ocorreu na capital checa, Praga.

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