Mundo

Unesco premia Frei Betto por contribuição à paz

Frei Betto foi eleito por seu trabalho como educador, escritor e teólogo, por sua oposição a todas as formas de discriminação, detalhou a Unesco


	O teólogo Frei Betto: adepto à Teologia da Libertação e militante de movimentos pastorais e sociais, ele foi assessor especial do ex-presidente Lula
 (Norberto Duarte/AFP)

O teólogo Frei Betto: adepto à Teologia da Libertação e militante de movimentos pastorais e sociais, ele foi assessor especial do ex-presidente Lula (Norberto Duarte/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2013 às 11h23.

Paris - A Unesco reconheceu nesta sexta-feira Frei Betto com o Prêmio José Martí 2013 por sua "contribuição à construção de uma cultura de paz universal e a justiça social e os direitos humanos na América Latina e no Caribe".

A diretora geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) escolheu Frei Betto - cujo nome completo é Carlos Alberto Libânio Christo - por recomendação de um júri internacional, informou em comunicado a organização com sede em Paris.

"Frei Betto (Belo Horizonte, 1944) foi eleito por seu trabalho como educador, escritor e teólogo, por sua oposição a todas as formas de discriminação, injustiça e exclusão e por sua promoção da cultura de paz e os direitos humanos", detalhou a Unesco.

O premiado, autor de mais de 50 livros traduzidos para vários idiomas, ingressou na ordem dos dominicanos aos 20 anos de idade, quando estudava jornalismo.

Durante a ditadura militar, o mineiro foi preso duas vezes, a primeira em 1964, que o levou a deixar a universidade, e a segunda entre 1969 e 1973, por colaborador com a organização guerrilheira Ação Libertadora Nacional (ALN), que dirigia Carlos Marighella.

Quando recuperou a liberdade, trabalhou durante cinco anos em uma favela da cidade de Vitoria.


Durante a década dos anos 1980, foi consultor sobre as relações Igreja-Estado de vários países como Nicarágua, Cuba, China, União Soviética, Polônia e Tchecoslováquia e na década seguinte integrou o conselho da Fundação Sueca de Direitos Humanos.

Adepto à Teologia da Libertação e militante de movimentos pastorais e sociais, foi assessor especial do ex-presidente Lula, entre 2003 e 2004 e foi coordenador de Mobilização Social do programa "Fome Zero".

O prêmio José Martí, criado em 1994 por iniciativa do governo de Fidel Castro, reconhece "contribuições extraordinárias de organizações e de indivíduos à unidade e a integração da América Latina e do Caribe baseada no respeito das tradições culturais e nos valores humanistas".

A cerimônia de entrega do prêmio vai acontecer no dia 30 em Havana, durante a terceira Conferência Internacional pelo Equilíbrio do Mundo, realizado na capital cubana de 28 a 30 de janeiro e marca o 160º aniversário do nascimento de José Martí.

O último vencedor do prêmio, de US$ 5 mil, foi o analista político argentino Atilio Alberto Borón, por sua contribuição à unidade e integração dos países da América Latina e do Caribe e por sua contribuição ao estudo e a promoção do pensamento do apóstolo da independência de Cuba, concluiu a Unesco. 

Acompanhe tudo sobre:DitaduraONU

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame