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Um ano após protesto violento, neonazistas marcharão até a Casa Branca

Em 11 de agosto de 2017, simpatizantes neonazistas marcharam pelas ruas de Charlottesville, na Virginia, e houve conflito com grupos antifascistas

O objetivo da polícia é manter os grupos separados, declarou o chefe da Polícia de Washington (Chet Strange/Getty Images)

O objetivo da polícia é manter os grupos separados, declarou o chefe da Polícia de Washington (Chet Strange/Getty Images)

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AFP

Publicado em 10 de agosto de 2018 às 10h02.

Última atualização em 2 de junho de 2020 às 09h49.

Manifestantes neonazistas e antifascistas são esperados no domingo (12) diante da Casa Branca para uma tensa manifestação, um ano depois dos violentos protestos que demonstraram o crescimento da extrema-direita nos Estados Unidos.

As autoridades reforçaram a segurança na capital americana para a marcha convocada em nome dos "direitos cívicos dos brancos" e organizada pela Unite the Right. Esta é a mesma rede supremacista que convocou o protesto do ano passado em Charlottesville, na Virgínia, que terminou em sangue.

Grupos antifascistas também planejam uma contramanifestação na mesma área, e muitos temem um novo confronto.

"O objetivo da polícia é manter os grupos separados", declarou o chefe da Polícia de Washington.

Em 11 de agosto de 2017, centenas de simpatizantes neonazistas, acompanhados de homens portando fuzis e tochas acesas e gritando frases racistas, marcharam pelas ruas de Charlottesville, em uma cena que lembrou as marchas da Ku Klux Klan no sul dos Estados Unidos antes do movimento pelos direitos civis dos negros.

O grupo protestava contra a remoção de estátuas de líderes da Confederação, o conjunto de estados americanos que lutou para manter a escravidão durante a Guerra Civil no final do século XIX.

No dia seguinte, houve enfrentamentos entre simpatizantes neonazistas e antifascistas do grupo Antifa.

De repente, um elemento neonazista jogou seu carro contra a multidão de manifestantes antifascistas, matando Heather Heyer, de 32 anos, e ferindo outras 19 pessoas.

Os EUA de Trump

Cerca de 400 simpatizantes da Unite the Right serão admitidos no pequeno parque Lafayette, diante da Casa Branca, e os contramanifestantes também estão autorizados a se reunir no mesmo local. Todas as armas estarão proibidas no perímetro, mesmo para quem possui permissão de portá-las.

Os manifestantes de extrema-direita começam a se reunir na tarde de domingo em uma estação de metrô no centro da cidade antes de marchar para a Casa Branca.

Lecia Brooks, analista do Southern Poverty Law Center (SPLC), um observatório de monitoramento de grupos extremistas, disse à AFP que a marcha reflete "a crescente ousadia dos nacionalistas brancos neste país".

Vários candidatos abertamente racistas buscam entrar no Congresso, nas eleições de novembro, incluindo Arthur Jones, um nazista declarado que se apresenta em Illinois pelo Partido Republicano, ou Paul Nehlen, figura da extrema-direita que lidera a corrida dos republicanos em Wisconsin.

Alguns veem essas expressões como o reflexo de uma tácita aquiescência do presidente Donald Trump, ao não condenar abertamente os grupos neonazistas pela violência em Charlotesville.

"Ninguém deve estar surpreso. Este são os Estados Unidos de Trump. Estas são as forças que ele desencadeou", afirmou o presidente do grupo que luta contra o ódio no Southern Poverty Law Center, Richard Cohen, em uma carta aberta.

"Em vez de tentar unir o país depois de Charlottesville, em vez de examinar o impacto de sua própria retórica e ações, Trump dobrou a aposta na xenofobia tóxica e na semente de terror que alimentou sua vida política", acrescentou.

Para a marcha de domingo, a Unite the Right pediu a seus simpatizantes que levem bandeiras americanas, ou confederadas, consideradas um símbolo racista.

Do outro lado do parque, estará a Answer Coalition, um grupo que convocou uma ação em massa para protestar contra quem se descreve como racista, fascista, neonazista e supremacista branco.

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