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UE quer discutir resposta à Síria na ONU

UE não se pronunciaram contra os planos dos Estados Unidos para atuar sem o aval do Conselho de Segurança

John Kerry: secretário de Estado american viajará para capital lituana em busca de apoio ao ataque previsto pelos EUA contra a Síria em resposta ao emprego de armas químicas, no qual a França deve participar. (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2013 às 17h44.

Vilnius - Os países da União Europeia defenderam nesta sexta-feira a importância de abordar nas Nações Unidas a resposta ao uso de armas químicas na Síria , mas não se pronunciaram contra os planos dos Estados Unidos para atuar sem o aval do Conselho de Segurança.

Os 28 responsabilizam o regime de Bashar al-Assad pelo ataque nos arredores de Damasco, em 21 de agosto, no qual teriam morrido mais de 1.400 civis, e, com toda uma série de diferentes matizes, apoiam uma resposta contundente.

Essa foi a postura expressada hoje por grande parte dos Estados-membros, cujos ministros de Defesa e de Relações Exteriores mantiveram reuniões em Vilnius nas quais abordaram a crise síria à espera do encontro que os chefes da diplomacia terão amanhã com o secretário de Estado americano, John Kerry.

Kerry viajará para capital lituana em busca de apoio ao ataque previsto pelos EUA contra a Síria em resposta ao emprego de armas químicas, no qual por enquanto um único país europeu, a França, deve participar.

A mensagem política da UE, no entanto, é importante para Washington, já que há uma divisão evidente no G20 em São Petersburgo (Rússia), onde o presidente Barack Obama não conseguiu convencer seu colega russo, Vladimir Putin, que até agora bloqueou toda resolução contra Damasco na ONU.


A UE, em geral, não se opõe a uma resposta militar americana, mas quer que o assunto seja debatido antes nas Nações Unidas, sobre a base do relatório que os inspetores da ONU preparam, que analisam o ataque químico na Síria, como exigiram hoje vários ministros.

A priori, esse poderia ser a mensagem lançada amanhã pela chefe da diplomacia comunitária, Catherine Ashton, como postura do bloco ao término da reunião ministerial e como ponto de entendimento comum entre os 28, que evitariam dessa forma aparecer divididos.

Por enquanto, essa foi exatamente a linha expressada hoje pela Alemanha, que se encontra no meio do caminho entre os países mais favoráveis a um ataque e aqueles que mantêm mais reservas.

O ministro germânico das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, ressaltou a importância dessa investigação 'independente', dado que 'há outros países importantes' no mundo que, ao contrário de europeus e americanos, 'têm dúvidas' sobre a responsabilidade de Assad.

Os grandes países da UE, com maior ou menor entusiasmo, respaldam a linha da Administração Obama, com a França e o Reino Unido como os mais importantes apoios.

Paris, em todo caso, esperará o resultado do relatório da ONU antes de decidir sua participação definitiva, apesar do chefe de sua diplomacia, Laurent Fabius, ter diminuído hoje a importância ao considerar que não apresentará novos elementos.

Londres, no entanto, reiterou todo seu apoio a uma 'resposta firme', mas não intervirá após o 'não' de seu Parlamento.

Além disso, Washington obteve hoje o apoio explícito da Espanha e da Itália, que assinaram um comunicado conjunto de 11 países a favor de uma 'forte resposta internacional' ao uso de armas químicas na Síria e das iniciativas americanas, destacando a situação de bloqueio no Conselho de Segurança.

Apesar da impossibilidade prática da resolução prosperar em Nova York, um bom número de ministros europeus sublinharam hoje a importância de que o assunto seja pelo menos debatido nesse fórum.

'Eu peço que façamos tudo para ter este debate no Conselho de Segurança', assinalou o ministro luxemburguês, Jean Asselborn, uma postura que também foi expressada pelo holandês Frans Timmermans e pelo sueco Carl Bildt.

Em todo caso, dentro da reunião mantida em Vilnius pelos ministros da Defesa, o apoio foi generalizado para os planos de Washington para realizar uma intervenção militar limitada a tempo e alvos, segundo indicaram fontes comunitárias.

Todos na Europa insistem, ao mesmo tempo, em que a solução para guerra na Síria só pode ser política e pedem um avanço na convocação de uma conferência de paz.

Em Vilnius, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, voltou a defender uma intervenção militar inclusive se não houver uma resolução do Conselho de Segurança da ONU. EFE

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Os 28 responsabilizam o regime de Bashar al-Assad pelo ataque nos arredores de Damasco, em 21 de agosto, no qual teriam morrido mais de 1.400 civis, e, com toda uma série de diferentes matizes, apoiam uma resposta contundente.

Essa foi a postura expressada hoje por grande parte dos Estados-membros, cujos ministros de Defesa e de Relações Exteriores mantiveram reuniões em Vilnius nas quais abordaram a crise síria à espera do encontro que os chefes da diplomacia terão amanhã com o secretário de Estado americano, John Kerry.

Kerry viajará para capital lituana em busca de apoio ao ataque previsto pelos EUA contra a Síria em resposta ao emprego de armas químicas, no qual por enquanto um único país europeu, a França, deve participar.

A mensagem política da UE, no entanto, é importante para Washington, já que há uma divisão evidente no G20 em São Petersburgo (Rússia), onde o presidente Barack Obama não conseguiu convencer seu colega russo, Vladimir Putin, que até agora bloqueou toda resolução contra Damasco na ONU.


A UE, em geral, não se opõe a uma resposta militar americana, mas quer que o assunto seja debatido antes nas Nações Unidas, sobre a base do relatório que os inspetores da ONU preparam, que analisam o ataque químico na Síria, como exigiram hoje vários ministros.

A priori, esse poderia ser a mensagem lançada amanhã pela chefe da diplomacia comunitária, Catherine Ashton, como postura do bloco ao término da reunião ministerial e como ponto de entendimento comum entre os 28, que evitariam dessa forma aparecer divididos.

Por enquanto, essa foi exatamente a linha expressada hoje pela Alemanha, que se encontra no meio do caminho entre os países mais favoráveis a um ataque e aqueles que mantêm mais reservas.

O ministro germânico das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, ressaltou a importância dessa investigação 'independente', dado que 'há outros países importantes' no mundo que, ao contrário de europeus e americanos, 'têm dúvidas' sobre a responsabilidade de Assad.

Os grandes países da UE, com maior ou menor entusiasmo, respaldam a linha da Administração Obama, com a França e o Reino Unido como os mais importantes apoios.

Paris, em todo caso, esperará o resultado do relatório da ONU antes de decidir sua participação definitiva, apesar do chefe de sua diplomacia, Laurent Fabius, ter diminuído hoje a importância ao considerar que não apresentará novos elementos.

Londres, no entanto, reiterou todo seu apoio a uma 'resposta firme', mas não intervirá após o 'não' de seu Parlamento.

Além disso, Washington obteve hoje o apoio explícito da Espanha e da Itália, que assinaram um comunicado conjunto de 11 países a favor de uma 'forte resposta internacional' ao uso de armas químicas na Síria e das iniciativas americanas, destacando a situação de bloqueio no Conselho de Segurança.

Apesar da impossibilidade prática da resolução prosperar em Nova York, um bom número de ministros europeus sublinharam hoje a importância de que o assunto seja pelo menos debatido nesse fórum.

'Eu peço que façamos tudo para ter este debate no Conselho de Segurança', assinalou o ministro luxemburguês, Jean Asselborn, uma postura que também foi expressada pelo holandês Frans Timmermans e pelo sueco Carl Bildt.

Em todo caso, dentro da reunião mantida em Vilnius pelos ministros da Defesa, o apoio foi generalizado para os planos de Washington para realizar uma intervenção militar limitada a tempo e alvos, segundo indicaram fontes comunitárias.

Todos na Europa insistem, ao mesmo tempo, em que a solução para guerra na Síria só pode ser política e pedem um avanço na convocação de uma conferência de paz.

Em Vilnius, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, voltou a defender uma intervenção militar inclusive se não houver uma resolução do Conselho de Segurança da ONU. EFE

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