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UE exige do Reino Unido proposta sobre Brexit até o fim de setembro

A União Europeia espera que o Reino Unido tente evitar um divórcio brutal com o bloco

Brexit: a data prevista para a saída do Reino Unido é dia 31 de outubro (Henry Nicholls/Reuters)
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AFP

Publicado em 19 de setembro de 2019 às 15h25.

A presidência finlandesa da União Europeia (UE) exigiu nesta quinta-feira do governo britânico a apresentação de uma proposta escrita sobre o Brexit até o fim de setembro, um ultimato que Londres rejeitou e chamou de "prazo artificial".

"Apresentaremos soluções escritas formais quando estivermos preparados, não em função de um prazo artificial", afirmou um porta-voz do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

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O primeiro-ministro finlandês, Antti Rinne, cujo país preside a UE durante o semestre, advertiu que Londres tem até o fim de setembro para apresentar uma proposta escrita do acordo.

"Na opinião do primeiro-ministro Rinne, o Reino Unido deve apresentar uma proposta por escrito até o fim de setembro", informou em uma mensagem enviada à AFP um porta-voz do chefe de Governo.

Na quarta-feira, líderes da UE pediram a Londres que não "atue como se estivéssemos negociando" para evitar um divórcio brutal entre o Reino Unido e a UE. Também advertiram os eurocéticos britânicos que terão que prestar contas.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, alertou que "o risco de uma retirada sem acordo ainda continua sendo muito real", em um discurso no Parlamento Europeu em Estrasburgo (França).

Na quarta-feira, Antti Rinne declarou, durante uma visita a Paris, que "qualquer proposta" do Reino Unido deveria "ser apresentada a curto prazo para permitir o debate".

"Mas também temos que estar preparados para um Brexit sem acordo", disse, após uma reunião com o presidente francês, Emmanuel Macron.

Os 28 países da UE se reunirão em 17 e 18 de outubro em Bruxelas. A data prevista para o Brexit é 31 de outubro.

"O tempo está acabando para negociar um acordo", advertiu nesta quinta-feira uma fonte diplomática francesa. "Não vamos negociar diretamente no Conselho Europeu em meados de outubro", completou.

"Ainda existem muitos 'se', sinais de interrogação e hipótese", afirmou o governo francês no início da semana, ao destacar que aguardava "propostas britânicas precisas".

"Neste nível, não podemos afirmar hoje se estaremos em posição ou não de ter um acordo e nos preparamos para todos os cenários possíveis, incluindo um Brexit sem acordo", completou a mesma fonte.

Downing Street informou na quarta-feira que Boris Johnson ligou para Jean-Claude Juncker e que os dois conversaram sobre a "determinação comum para conseguir um acordo".

Mais de três anos depois do referendo em que quase 52% dos britânicos apoiaram o Brexit, o Reino Unido não consegue encontrar a maneira de concretizar o primeiro divórcio na história do projeto europeu.

Johnson deseja uma saída sem acordo, apesar das previsões alarmantes, de seu próprio governo, sobre a escassez de alimentos e remédios e do risco de distúrbios públicos.

A fronteira entre a província britânica da Irlanda do Norte e da República da Irlanda é a principal barreira nas negociações.

Londres exige a supressão do "backstop", ou salvaguarda irlandesa, pensada para evitar o retorno de uma fronteira física entre os dois territórios.

Neste caso, a UE deseja que o governo britânico apresente soluções alternativas ao dispositivo, previsto para manter o Reino Unido em um "território alfandegário único", caso não existam mais opções.

Também nesta quinta-feira, a Suprema Corte britânica informou que pretende anunciar "no início da próxima semana" sua decisão sobre a legalidade da decisão polêmica de Boris Johnson de suspender o Parlamento.

A presidente da Suprema Corte, Brenda Hale, ressaltou que a questão "não é simples", mas que que o caso "deve ser resolvido o mais rápido possível".

O primeiro-ministro é acusado por seu detratores de ter adotado essa medida para pressionar a oposição e precipitar uma saída da UE sem acordo.

Ele justifica essa suspensão até 14 de outubro, duas semanas antes da data do Brexit, pela necessidade de preparar e apresentar seu plano de política interna.

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