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UE estuda propor adiamento do Brexit por um prazo de 3 meses; Johnson nega

Boris Johnson foi forçado pelo Parlamento a pedir 3 meses de adiamento, mas ainda existe a chance de alguns países da UE exigirem uma prorrogação mais curta

Brexit: em tese, o Reino Unido deixará a UE em 31 de outubro (Victoria Jones - PA Images / Colaborador/Getty Images)

Brexit: em tese, o Reino Unido deixará a UE em 31 de outubro (Victoria Jones - PA Images / Colaborador/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 23 de outubro de 2019 às 10h08.

Última atualização em 23 de outubro de 2019 às 10h18.

Bruxelas — Líderes da União Europeia estudarão nesta quarta-feira o pedido de adiamento da separação do Reino Unido feito pelo governo britânico, e é provável que sugiram prorrogar o prazo de 31 de outubro por um prazo de três meses, que pode ser abreviado se o Reino Unido sancionar uma legislação antes disso.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse no Twitter que recomendou na noite de terça-feira que os líderes do bloco apoiem um adiamento. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foi forçado pelo Parlamento a pedir três meses, mas ainda existe a chance de alguns países da UE, sobretudo a França, exigirem uma prorrogação mais curta.

Johnson suspendeu o projeto de lei sobre o acordo do Brexit que firmou na semana passada com os outros 27 países-membros do bloco depois das votações dramáticas de terça-feira, nas quais o Parlamento aceitou o acordo em princípio, mas rejeitou um cronograma de três dias para sancioná-lo.

O governo havia argumentado que o cronograma apertado é necessário para cumprir o prazo da semana que vem, mas parlamentares disseram que precisam de mais tempo. Johnson já havia submetido um pedido de adiamento de três meses no sábado com relutância, insistindo que ainda pretende retirar o país dentro do prazo.

Com a aproximação do prazo, o Brexit fica em compasso de espera enquanto parlamentares divididos debatem quando, como e até se a ruptura deveria acontecer mais de três anos depois do referendo de 2016 que deu início ao processo tortuoso.

Agora cabe aos líderes dos 27 países-membros decidir se a data de 31 de outubro deve ser prorrogada.

"O desfecho mais provável é um adiamento até 31 de janeiro, como solicitado por Londres, com a possibilidade de o Reino Unido sair antes, contanto que finalize seus processos legais", disse um diplomata da UE envolvido nos debates do Brexit. "Basicamente, assim que o próprio Reino Unido estiver pronto, pode partir".

A grande incerteza é se a França concordará.

Na terça-feira, uma fonte diplomática disse que Paris está disposta a conceder alguns dias adicionais para facilitar a votação no Parlamento, mas que se opõe a qualquer prorrogação que vá além disso - qualquer adiamento tem que ser unânime entre os 27 membros.

A duração de qualquer prorrogação pode decidir o curso do Brexit: um adiamento longo daria tempo para uma eleição e para os oponentes da separação pressionarem por um novo referendo, e um adiamento curto pode aumentar a pressão para o Parlamento aprovar um acordo.

Johnson nega

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, nesta quarta-feira, que não quer outro adiamento para o Brexit, confiante de que ainda pode aprovar um acordo no Parlamento até 31 de outubro, disse um porta-voz do premiê.

Questionado sobre a possibilidade de Johnson ratificar um acordo até o fim de outubro, o porta-voz afirmou que "essa era a mensagem que o primeiro-ministro deu a Donald Tusk mais cedo nesta manhã".

"É bastante claro que o público quer isso feito... eles querem o Brexit efetivado... Somos muito claros que queremos o Brexit concluído até 31 de outubro".

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