UE anuncia acordo para impor limite às importações agrícolas da Ucrânia
A medida prorroga por um ano a isenção tarifária concedida em 2022, mas acrescenta os cereais à lista de produtos
Agência de notícias
Publicado em 20 de março de 2024 às 08h25.
Última atualização em 20 de março de 2024 às 08h26.
Os países da União Europeia (UE) e o Parlamento Europeu alcançaram um acordo nesta quarta-feira para impor um limite máximo às importações de cereais ucranianos isentos de direitos de importação, uma resposta às reivindicações dos produtores do bloco.
A medida prorroga por um ano a isenção tarifária concedida em 2022, mas acrescenta os cereais à lista de produtos com salvaguardas para evitar que importações baratas inundem o mercado.
Este mecanismo também será aplicado aos ovos, açúcar, milho e produtos avícolas.
Em um comunicado, o Parlamento Europeu afirma que a regulamentação acordada "proporciona um freio de emergência" à entrada de produtos avícolas, ovos e açúcar, mas também de outros produtos como aveia, milho e mel.
Tarifas
Com o acordo, a UE vai impor tarifas sobre o trigo em caso de aumento nas importações de grãos ucranianos.
O mecanismo limita os volumes de importação de produtos incluídos na lista aos níveis importados em média pela UE em 2022 e 2023, a partir dos quais serão retomados os direitos alfandegários.
A UE suspendeu as tarifas sobre os produtos ucranianos para apoiar Kiev na guerra contra Moscou.
Os agricultores europeus, no entanto, afirmam que a entrada de produtos ucranianos provocou a queda dos preços locais e constitui uma concorrência desleal.
Na Polônia, produtores agrícolas bloquearam a passagem de comboios ferroviários com cereais da Ucrânia, devido ao impacto dos carregamentos sobre o mercado local.
Um grande carregamento de milho procedente da Ucrânia foi despejado nos trilhos.
A fúria dos produtores agrícolas foi registrada em toda a UE, de Portugal à Polônia, e a Comissão Europeia adotou medidas para reduzir a insatisfação.
O comunicado do Parlamento Europeu também indica que os legisladores "obtiveram compromissos firmes da Comissão (Europeia) sobre a adoção de medidas em caso de aumento das importações de trigo ucraniano".
Também teriam recebido compromissos de que a Comissão pretende atuar de maneira mais rápida – em um prazo de 14 dias e não 21 – "caso os níveis de ativação das salvaguardas automáticas sejam alcançados", indica o documento.
O acordo deve ser adotado formalmente pelos Estados membros da UE no final de abril, para entrar em vigor em 6 de junho.