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Ucrânia se prepara para escalada de ataques no "Dia da Vitória" da Rússia

Data comemora a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra, e pode ser um marco para um esperado aumento dos ataques russos

Guerra na Ucrânia: civis sendo retirados de Mariupol (Russian Defence Ministry/AFP)

Guerra na Ucrânia: civis sendo retirados de Mariupol (Russian Defence Ministry/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de maio de 2022 às 15h01.

Última atualização em 7 de maio de 2022 às 15h11.

As tropas ucranianas solidificaram suas posições em torno de Kharkiv neste sábado, quando as forças russas promoveram ataques mais intensos a uma siderúrgica em apuros em uma tentativa de completar sua conquista do porto sul de Mariupol a tempo das celebrações do Dia da Vitória.

Com o feriado de segunda-feira comemorando a vitória da União Soviética na Segunda Guerra Mundial sobre a Alemanha nazista se aproximando, cidades em toda a Ucrânia se prepararam para um esperado aumento dos ataques russos. Autoridades pediram aos moradores para ficar atentos aos avisos de ataque aéreo.

"Essas datas simbólicas são para o agressor russo como o vermelho para um touro", disse o primeiro vice-ministro do Interior da Ucrânia, Yevhen Yenin. "Enquanto todo o mundo civilizado se lembra das vítimas de terríveis guerras nestes dias, a Federação Russa quer desfiles e está se preparando para dançar sobre ossos em Mariupol."

Os combates mais intensos dos últimos dias ocorreram no leste da Ucrânia, onde os dois lados estão entrincheirados em uma corrida feroz para capturar território que não está sob seu controle. Analistas militares ocidentais disseram que uma contra-ofensiva ucraniana avançava em torno da cidade de Kharkiv, no nordeste, enquanto os russos faziam ganhos menores em Luhansk, uma área onde os separatistas apoiados por Moscou lutam desde 2014.

Contra esse pano de fundo, os combatentes ucranianos estavam fazendo uma ofensiva final para evitar uma conquista completa de Mariupol. O estrategicamente importante porto do Mar de Azov daria a Moscou uma ponte terrestre para a península da Crimeia, que a Rússia anexou da Ucrânia durante uma invasão de 2014.

Novas fotos de satélite mostraram vasta devastação em uma extensa siderúrgica à beira-mar que é o último canto da resistência ucraniana na cidade. Edifícios na fábrica de Azovstal, incluindo um em que centenas de combatentes e civis estão provavelmente escondidos, tinham grandes

buracos no telhado, de acordo com as imagens tiradas sexta-feira pelo Planet Labs PBC. O bombardeio da siderúrgica se intensificou nos últimos dias, apesar de uma promessa russa de um cessar-fogo temporário para permitir que civis que estão dentro escapem. A Rússia usou morteiros, artilharia, sistemas de foguetes montados em caminhões, bombardeio aéreo e bombardeios do mar para atingir a instalação.

Equipes de resgate tentaram evacuar mais civis no sábado, após uma semana de comboios de ida e volta para tirar as pessoas de Mariupol. Dezenas de civis foram entregues na sexta-feira aos cuidados de Nações Unidas e Cruz Vermelha, confirmaram oficiais russos e ucranianos. Militares russos disseram que o grupo de 50 inclui 11 crianças. Outros 500 outros já tinham sido autorizados a deixar a fábrica e outras partes da cidade nos últimos dias.

O governo ucraniano pediu às organizações internacionais que também ajudem a evacuar os combatentes que defendem a usina. Pela mais recente estimativa da Rússia, cerca de 2.000 combatentes ucranianos permaneceram em Azovstal. Eles se recusaram repetidamente a se render. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que "Estados influentes" estavam envolvidos nos esforços para resgatar os soldados, embora não tenha mencionado nenhum por nome.

"Também estamos trabalhando em opções diplomáticas para salvar nossas tropas que ainda estão em Azovstal", disse ele em discurso em vídeo neste sábado.

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