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Ucrânia renova mandato de premiê para mostrar união

Parlamento aprovou um segundo mandato para o primeiro-ministro, Arseny Yatseniuk

Premiê ucraniano Arseny Yatseniuk fala durante sessão do Parlamento em Kiev (Gleb Garanich/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2014 às 15h24.

Kiev - O Parlamento da Ucrânia aprovou um segundo mandato para o primeiro-ministro, Arseny Yatseniuk, nesta quinta-feira, em uma cerimônia que contradisse relatos de desunião no alto escalão, enviando um recado à Rússia no tocante ao seu apoio aos separatistas no leste do país.

A pompa e a emoção deram o tom da posse da primeira legislatura ucraniana desde a queda, em fevereiro, do presidente pró-Moscou Viktor Yanukovich, cujo sucessor, Petro Poronshenko, declarou em um discurso que não há fórmula futura para a Ucrânia além de um Estado único e unificado.

Mais de dois terços dos deputados no Parlamento de 450 cadeiras votaram a favor da manutenção de Yatseniuk como chefe de governo, cargo que ele ocupa desde que as manifestações derrubaram Yanukovich, levando a Rússia a anexar a península ucraniana da Crimeia e apoiar os rebeldes pró-Moscou no leste.

Em um gesto concebido para dissipar as suspeitas de uma rivalidade nociva entre ele e Poroshenko que alarmou governos ocidentais, Yatseniuk ergueu a mão em direção ao presidente e declarou: “aqui está minha mão para colocar em prática tudo que o senhor acabou de dizer desta tribuna”, desencadeando aplausos.

“Esta é nossa responsabilidade conjunta”, acrescentou antes de ir até Poroshenko e abraçá-lo calorosamente.

A demonstração de união foi encenada em parte para a Rússia, que auxilia os separatistas de língua russa no coração industrial da Ucrânia na conflagração que já matou mais de 4.300 pessoas.

Os partidos políticos a favor de laços mais estreitos com a União Europeia obtiveram uma vitória retumbante na eleição de 26 de outubro, dando a Poroshenko a autoridade para encerrar o conflito, afastar a ex-república soviética da órbita russa e aproximá-la da Europa.

Mas surgiram relatos de desentendimento entre Poroshenko e Yatseniuk a respeito da distribuição de ministérios no novo governo, que pode começar a trabalhar na próxima terça-feira.

Poroshenko disse que 100 por cento dos ucranianos são a favor de um Estado unitário sem federalização, um modelo político que a Rússia tentou impor e que Kiev vê como receita para o desmembramento do país.

Mas ele também afirmou que a realidade é que a Ucrânia sempre terá “que dormir com um revólver debaixo do travesseiro”, uma alusão à sensação de ameaça da Rússia, que por sua vez encara a inclinação de Kiev para a UE e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) como ameaçadora.

Poroshenko declarou que o apoio dos ucranianos à entrada do país na Otan cresceu de três a quatro vezes este ano e que o estatuto de não-alinhamento da Ucrânia não funciona mais.

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Kiev - O Parlamento da Ucrânia aprovou um segundo mandato para o primeiro-ministro, Arseny Yatseniuk, nesta quinta-feira, em uma cerimônia que contradisse relatos de desunião no alto escalão, enviando um recado à Rússia no tocante ao seu apoio aos separatistas no leste do país.

A pompa e a emoção deram o tom da posse da primeira legislatura ucraniana desde a queda, em fevereiro, do presidente pró-Moscou Viktor Yanukovich, cujo sucessor, Petro Poronshenko, declarou em um discurso que não há fórmula futura para a Ucrânia além de um Estado único e unificado.

Mais de dois terços dos deputados no Parlamento de 450 cadeiras votaram a favor da manutenção de Yatseniuk como chefe de governo, cargo que ele ocupa desde que as manifestações derrubaram Yanukovich, levando a Rússia a anexar a península ucraniana da Crimeia e apoiar os rebeldes pró-Moscou no leste.

Em um gesto concebido para dissipar as suspeitas de uma rivalidade nociva entre ele e Poroshenko que alarmou governos ocidentais, Yatseniuk ergueu a mão em direção ao presidente e declarou: “aqui está minha mão para colocar em prática tudo que o senhor acabou de dizer desta tribuna”, desencadeando aplausos.

“Esta é nossa responsabilidade conjunta”, acrescentou antes de ir até Poroshenko e abraçá-lo calorosamente.

A demonstração de união foi encenada em parte para a Rússia, que auxilia os separatistas de língua russa no coração industrial da Ucrânia na conflagração que já matou mais de 4.300 pessoas.

Os partidos políticos a favor de laços mais estreitos com a União Europeia obtiveram uma vitória retumbante na eleição de 26 de outubro, dando a Poroshenko a autoridade para encerrar o conflito, afastar a ex-república soviética da órbita russa e aproximá-la da Europa.

Mas surgiram relatos de desentendimento entre Poroshenko e Yatseniuk a respeito da distribuição de ministérios no novo governo, que pode começar a trabalhar na próxima terça-feira.

Poroshenko disse que 100 por cento dos ucranianos são a favor de um Estado unitário sem federalização, um modelo político que a Rússia tentou impor e que Kiev vê como receita para o desmembramento do país.

Mas ele também afirmou que a realidade é que a Ucrânia sempre terá “que dormir com um revólver debaixo do travesseiro”, uma alusão à sensação de ameaça da Rússia, que por sua vez encara a inclinação de Kiev para a UE e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) como ameaçadora.

Poroshenko declarou que o apoio dos ucranianos à entrada do país na Otan cresceu de três a quatro vezes este ano e que o estatuto de não-alinhamento da Ucrânia não funciona mais.

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