Ucrânia envia reforços ao 'inferno de Avdiivka', atacada pela Rússia
Em Belgorod, território russo, um bombardeio ucraniano matou seis pessoas nesta quinta-feira
Agência de notícias
Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 20h36.
Tropas ucranianas foram “mobilizadas com urgência” para reforçar a proteção de Avdiivka, epicentro de combates e bombardeios que tornaram "um inferno" a cidade do leste da Ucrânia , alvo de ataques russos.
A poucos dias do segundo aniversário da invasão russa, a Ucrânia enfrenta múltiplos desafios: as forças russas estão na ofensiva, a ajuda militar americana é cada vez mais improvável e o exército ucraniano carece de homens, armas e munição.
"Neste momento, perdemos batalhas. Os ataques aumentam, mas todos resistem. Os que combatem há dois anos já estão mentalmente cansados", disse à AFP um soldado ucraniano do batalhão Azov, em Kramatorsk, na fronteira leste.
A situação se degrada principalmente em Avdiivka, cidade do Donbas devastada pelos combates, onde a posição dos defensores ucranianos é cada vez mais precária frente às forças russas, que lançaram em outubro uma ofensiva para acabar de cercar a cidade.
“A terceira brigada de assalto confirma que foi realocada com urgência” para reforçar essa área, anunciou a unidade hoje no aplicativo Telegram, em mensagem intitulada “O inferno de Avdiivka”.
Alerta dos EUA
Avdiivka corre o risco de cair nas mãos das tropas russas, advertiu hoje o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby. "Infelizmente, estamos recebendo relatos dos ucranianos de que a situação é crítica; os russos continuam pressionando as posições ucranianas diariamente", disse Kirby, que convocou a Câmara dos Representantes a aprovar uma ajuda de 60 bilhões de dólares (298 bilhões de reais) para Kiev.
A brigada afirmou que realiza contra-ataques a bairros de Avdiivka conquistados pelos russos, depois de considerar que as forças adversárias nessa região têm sete brigadas, ou seja, milhares de homens, e que reforços seguem chegando.
A Rússia também realizou durante a noite um novo ataque com 26 mísseis, dos quais 13 foram derrubados, deixando um morto e nove feridos - três em Lviv (oeste) e seis em Zaporizhzhia (sul), segundo autoridades. Em Kherson (sul), uma mulher de 67 anos morreu em um bombardeio russo, segundo autoridades locais.
Ataques em Belgorod
Na cidade russa de Belgorod, além dos seis mortos nos ataques ucranianos, “outras 17 pessoas, incluindo quatro crianças, ficaram feridas", informou o Ministério da Saúde da Rússia. O Ministério da Defesa russo informou que derrubou 14 foguetes ucranianos naquela região, que teriam sido disparados por um sistema de foguetes de lançamento múltiplo RM-70.
Localizada a cerca de 40 quilômetros da fronteira, Belgorod é a capital da região de mesmo nome e alvo recorrente de ataques atribuídos à Ucrânia em resposta aos bombardeios russos.
Ajuda ocidental
Em relação ao custo de dois anos de guerra, a Ucrânia precisaria de US$ 486 bilhões (R$ 2,4 trilhões) para a sua recuperação e reconstrução, segundo um novo cálculo conjunto do governo ucraniano e do Banco Mundial, divulgado hoje. Para obter mais ajuda, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, viajará amanhã à Alemanha e França, onde irá se reunir com o chanceler Olaf Scholz e o presidente Emmanuel Macron.