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Ucrânia afirma que Rússia prepara ofensiva no sudeste do país

De acordo com militares ucranianos, a Rússia se prepara para tomar as cidades de Popasna e Rubizhne e o porto de Mariupol

Ucrânia: Prédios destruídos na cidade de Borodianka, a noroeste de Kiev (Sergei SUPINSKY/AFP)

Ucrânia: Prédios destruídos na cidade de Borodianka, a noroeste de Kiev (Sergei SUPINSKY/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de abril de 2022 às 09h07.

Última atualização em 5 de abril de 2022 às 17h43.

Forças russas se preparam, nesta terça-feira, 5, para uma ofensiva no sudeste da Ucrânia, disseram militares ucranianos, no dia em que o presidente do país, Volodymyr Zelensky, fará pronunciamento ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em meio a acusações de que soldados de Moscou mataram civis deliberadamente.

O Kremlin mobiliza tropas no leste da Ucrânia para ganhar o controle do centro industrial conhecido como Donbass. Os ataques acontecem após a retirada russa das cidades ao redor da capital, Kiev, onde cadáveres foram encontrados e provocaram acusações de crimes de guerra, além de demandas por sanções mais duras contra Moscou.

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As forças russas estão concentradas em tomar as cidades de Popasna e Rubizhne nas regiões de Donetsk e Luhansk e o porto de Mariupol, no Mar Negro, disse o Estado-Maior ucraniano em sua página no Facebook. Donetsk e Luhansk são controlados por separatistas apoiados pela Rússia e reconhecidos por Moscou como estados independentes. O Estado-Maior disse que o acesso a Kharkiv, no leste, a segunda maior cidade da Ucrânia, foi bloqueado.

Zelensky, falando da Ucrânia, planeja se dirigir a diplomatas do Conselho de Segurança nesta terça-feira, em meio a exigências de uma investigação de possíveis crimes de guerra.

Antes de Zelensky falar, o órgão mais poderoso da ONU deve ser informado pelo secretário-geral Antonio Guterres; sua chefe política, Rosemary DiCarlo; e o chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, que está tentando negociar um cessar-fogo. Griffiths se reuniu com autoridades russas em Moscou na segunda-feira e deve visitar a Ucrânia.

Jornalistas da Associated Press em Bucha contaram dezenas de cadáveres em trajes civis e aparentemente sem armas, muitos baleados à queima-roupa, e alguns com as mãos amarradas ou os corpos queimados.

Os repórteres também viram corpos envoltos em plástico preto, empilhados em uma extremidade de uma vala comum em um cemitério de Bucha. Muitas dessas vítimas foram baleadas em carros ou mortas em explosões tentando fugir da cidade.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, classificou as cenas nos arredores de Kiev como uma "provocação antirrussa encenada". O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que as imagens continham "sinais de falsificação".

Autoridades ucranianas disseram que os corpos de pelo menos 410 civis foram encontrados em cidades ao redor de Kiev, que foram recapturadas das forças russas.

União Europeia

A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia (UE), vai propor uma série de novas sanções à Rússia, em reação a evidências de matança de civis por forças russas na Ucrânia, segundo fontes diplomáticas. As propostas incluem banir as importações de carvão da Rússia, limitar as compras de potássio russo e proibir exportações de máquinas e equipamento elétrico e de transporte no valor de 10 bilhões de euros, disseram as fontes. A comissão também quer bloquear o acesso rodoviário e marítimo da Rússia à UE e punir mais oligarcas russos e seus familiares, acrescentaram as fontes. As propostas vão exigir aprovação dos 27 países que integram a UE. 

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