Turquia segue atacando curdos e três soldados morrem na ação
Os três militares, entre eles um oficial, morreram em um tiroteio no qual também faleceu um rebelde curdo, indicou o exército, que atribuiu o ataque ao PKK
Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2015 às 11h20.
Três soldados morreram nesta quinta-feira na Turquia em um novo ataque atribuído à rebelião curda, que retomou suas ações de guerrilha em resposta à "ofensiva contra o terrorismo " lançada pelo governo.
Os três militares, entre eles um oficial, morreram em um tiroteio no qual também faleceu um rebelde curdo, indicou o exército, que atribuiu o ataque ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Na quarta-feira, um policial morreu baleado na cidade de Cinar, no sudeste da região de Anatolia, de maioria curda, segundo as agências de notícias Anatolia e Dogan. Poucas horas antes, vários F-16 do exército realizaram ataques contra alvos do PKK na Turquia e nas montanhas do norte do Iraque, onde se refugiou o Estado-Maior dos rebeldes.
Após o atentado suicida de 20 de julho em Suruç (sul), atribuído ao grupo Estado Islâmico (EI) e que deixou 32 mortos, principalmente jovens militantes da causa curda, se multiplicaram os ataques deste tipo como represália.
Os curdos acusam o poder central de não proteger a população local.
Até agora morreram ao menos onze representantes das forças de segurança e todos os dias a televisão nacional transmite ao vivo os funerais destes mártires vítimas do PKK.
Também ocorreram vários sequestros de policiais, às vezes junto com suas famílias, e foram registrados ataques a delegacias, fazendo a Turquia voltar "ao pesadelo recorrente do problema curdo", segundo o editorial do jornal Hurriyet.
O presidente Recep Tayyip Erdogan já disse que considera impossível seguir adiante com o frágil processo de paz que começou em 2012 com o PKK e assegurou que não retrocederá em sua "guerra contra o terrorismo", na qual também inclui a ofensiva contra o grupo jihadista Estado Islâmico.
O atentado de Suruç, o primeiro do EI em território turco, obrigou Erdogan, acusado até agora de conivência com o grupo radical, de mudar sua estratégia e ordenar ataques contra o EI na Síria, uma decisão aplaudida pelos Estados Unidos, que lideram a coalizão internacional contra os jihadistas.
O governo também deu autorização para que os F-16 americanos possam usar a base aérea de Incirlik para atacar o EI na Síria.
No entanto, a prioridade da Turquia parece ser sua luta contra os curdos. Na última semana, o exército realizou dezenas de ataques aéreos contra os alvos do PKK, mas apenas três contra o EI, segundo números do governo.
Além disso, das 1.300 pessoas presas no país desde 20 de julho, 847 o foram por sua suposta relação com a rebelião curda e apenas 137 por seus vínculos com o EI, segundo números oficiais.
Na frente política, o presidente turco e o governo islamita conservador acusam quase diariamente o líder do partido pró-curdo HDP, Selahattin Demirtas, de "ameaçar a segurança nacional" porque rejeita condenar especificamente as ações do PKK.
"Estão criando voluntariamente uma atmosfera de caos diante das eleições antecipadas", segundo Demirtas.
Seu partido, com 80 deputados e 13% dos votos, é considerado um dos grandes vencedores das legislativas de 7 de junho, nas quais o AKP, no poder, perdeu a maioria absoluta pela primeira vez desde 2002.
Segundo a oposição, Erdogan quer debilitar a qualquer custo a oposição antes de convocar eleições antecipadas.
Três soldados morreram nesta quinta-feira na Turquia em um novo ataque atribuído à rebelião curda, que retomou suas ações de guerrilha em resposta à "ofensiva contra o terrorismo " lançada pelo governo.
Os três militares, entre eles um oficial, morreram em um tiroteio no qual também faleceu um rebelde curdo, indicou o exército, que atribuiu o ataque ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Na quarta-feira, um policial morreu baleado na cidade de Cinar, no sudeste da região de Anatolia, de maioria curda, segundo as agências de notícias Anatolia e Dogan. Poucas horas antes, vários F-16 do exército realizaram ataques contra alvos do PKK na Turquia e nas montanhas do norte do Iraque, onde se refugiou o Estado-Maior dos rebeldes.
Após o atentado suicida de 20 de julho em Suruç (sul), atribuído ao grupo Estado Islâmico (EI) e que deixou 32 mortos, principalmente jovens militantes da causa curda, se multiplicaram os ataques deste tipo como represália.
Os curdos acusam o poder central de não proteger a população local.
Até agora morreram ao menos onze representantes das forças de segurança e todos os dias a televisão nacional transmite ao vivo os funerais destes mártires vítimas do PKK.
Também ocorreram vários sequestros de policiais, às vezes junto com suas famílias, e foram registrados ataques a delegacias, fazendo a Turquia voltar "ao pesadelo recorrente do problema curdo", segundo o editorial do jornal Hurriyet.
O presidente Recep Tayyip Erdogan já disse que considera impossível seguir adiante com o frágil processo de paz que começou em 2012 com o PKK e assegurou que não retrocederá em sua "guerra contra o terrorismo", na qual também inclui a ofensiva contra o grupo jihadista Estado Islâmico.
O atentado de Suruç, o primeiro do EI em território turco, obrigou Erdogan, acusado até agora de conivência com o grupo radical, de mudar sua estratégia e ordenar ataques contra o EI na Síria, uma decisão aplaudida pelos Estados Unidos, que lideram a coalizão internacional contra os jihadistas.
O governo também deu autorização para que os F-16 americanos possam usar a base aérea de Incirlik para atacar o EI na Síria.
No entanto, a prioridade da Turquia parece ser sua luta contra os curdos. Na última semana, o exército realizou dezenas de ataques aéreos contra os alvos do PKK, mas apenas três contra o EI, segundo números do governo.
Além disso, das 1.300 pessoas presas no país desde 20 de julho, 847 o foram por sua suposta relação com a rebelião curda e apenas 137 por seus vínculos com o EI, segundo números oficiais.
Na frente política, o presidente turco e o governo islamita conservador acusam quase diariamente o líder do partido pró-curdo HDP, Selahattin Demirtas, de "ameaçar a segurança nacional" porque rejeita condenar especificamente as ações do PKK.
"Estão criando voluntariamente uma atmosfera de caos diante das eleições antecipadas", segundo Demirtas.
Seu partido, com 80 deputados e 13% dos votos, é considerado um dos grandes vencedores das legislativas de 7 de junho, nas quais o AKP, no poder, perdeu a maioria absoluta pela primeira vez desde 2002.
Segundo a oposição, Erdogan quer debilitar a qualquer custo a oposição antes de convocar eleições antecipadas.