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Turquia diz que EI usa armas que EUA deixaram no Iraque

Estas declarações ocorrem menos de 24 horas depois da visita à Turquia do secretário de Estado e do ministro da Defesa dos Estados Unidos

O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu (Umit Bektas/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2014 às 09h29.

Ancara - O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, assegurou na noite de sábado em entrevista que os militantes do Estado Islâmico (EI) ficaram com a maior parte do armamento sofisticado deixado no Iraque pelos Estados Unidos .

'As armas mais sofisticadas deixadas pelos Estados Unidos no Iraque terminaram completamente sob poder do EI', afirmou Davutoglu em entrevista concedida à televisão pró governamental 'Kanal 24 TV'.

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Estas declarações ocorrem menos de 24 horas depois da visita à Turquia do secretário de Estado e do ministro da Defesa dos Estados Unidos, John Kerry e Chuck Hagel, para tentar incorporar o país à coalizão militar 'para destruir o EI'.

A reticência do governo em fazer parte na aliança o colocou no ponto de mira das vozes críticas americanas.

O jornal 'The Wall Street Journal' defende em seu editorial de sábado a 'conclusão inevitável' de que os EUA necessitam encontrar um aliado na zona melhor do que a Turquia para enfrentar o Estado Islâmico, sugerindo que a base americana de Incirlik, no sul do país, deveria ser mudada para outro lugar.

Antes desta aparição na televisão, Davutoglu manteve uma reunião junto ao presidente, Recep Tayyip Erdogan, e alguns meios de comunicação afins do governo, segundo vazou (informação) na imprensa convidada, como o jornal 'Sabah', que inclusive recolhe uma lista de presentes.

Após o encontro, o jornal 'Aksam' publicou um artigo revelando que nas negociações com os Estados Unidos para que Turquia se incorpore à aliança com o EI, Washington tinha sido incapaz de responder questões como o futuro dos 49 reféns turcos sequestrados pelo EI, as garantias de que o armamento enviado à região não caia em mãos de radicais, e o destino de Assad.

Davutoglu tratou também a questão da Síria, onde disse que os enfrentamentos sectários são o resultado que uma minoria (alauita) que representa 12% do país.

'Os que se sentem afastados tendem a se radicalizar', disse o primeiro-ministro turco.

Na entrevista, o dirigente rejeitou a ideia de respaldar Bashar al-Assad na luta contra o Estado Islâmico, sublinhando que essa manobra aproximaria a oposição dele e que 'o povo do Oriente Médio não deveria ser forçado a escolher entre duas más opções'.

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