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Tunisianos tomam as ruas dois anos após queda de Ben Ali

Protestos liderado por islâmicos marca os dois anos da derrubada de Zine El Abidine Ben Ali em uma revolta popular que inspirou outras em todo o mundo árabe

Pessoas durante manifestação em Túnis: manifestantes estão descontentes com o desemprego e os preços altos (Anis Mili/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2013 às 12h52.

Túnis - Milhares de tunisianos protestaram contra o governo liderado por islâmicos nesta segunda-feira, exatamente dois anos após a derrubada do presidente Zine El Abidine Ben Ali em uma revolta popular que inspirou outras em todo o mundo árabe.

Mais de 8.000 manifestantes seculares se reuniram em frente ao Ministério do Interior na Avenida Bourguiba, em Túnis, o mesmo local onde os protestos forçaram Ben Ali a aceitar que seu regime tinha acabado e o levaram a fugir do país em 14 de janeiro de 2011.

O partido islâmico moderado Ennahda venceu as eleições em outubro de 2011, mas tem encontrado dificuldades para restaurar a segurança e a estabilidade.

Os manifestantes estão descontentes com o desemprego e os preços altos, bem como com a violência ligada a elementos religiosos.

Eles encheram a avenida central da capital nesta segunda-feira carregando faixas que diziam "Sem medo, sem terror, o poder pertence ao povo" e "Não à ditadura emergente. Não à ditadura religiosa".

Acenando bandeiras vermelhas e brancas da Tunísia, eles gritavam: "Ennahda fora" e "Onde está a Constituição? Onde está a democracia?".

Os tunisianos se levantaram contra Ben Ali depois de o vendedor ambulante Mohamed Bouazizi atear fogo a si mesmo na cidade de Sidi Bouzid.


A agitação, então, tomou conta de grande parte do mundo árabe, expulsando ou desafiando os governantes no Egito, Líbia, Iêmen, Bahrein e Síria, que ainda está mergulhada em uma guerra civil que a ONU diz que custou mais de 60.000 vidas.

"Eu estava aqui há dois anos no mesmo lugar. O ditador se foi e nós conseguimos liberdade de expressão, mas ainda enfrentamos muitas dificuldades, como surtos de violência, falta de segurança, continuação do desemprego e alto custo de vida", disse a líder do Partido Republicano, Maya Jribi, à Reuters.

Na mesma rua, cerca de 2.000 partidários do governo se reuniram para celebrar o segundo aniversário da revolução, mas não houve confrontos entre os dois lados.

Centenas de policiais se posicionaram na ruas.

"A oposição está tentando frustrar o governo e recusa diálogo ou participação em qualquer governo", disse à Reuters Ahmed Salhi, um partidário do governo de 45 anos.

"Seu único objetivo é não ver os islâmicos governarem a Tunísia." A tensão vem crescendo entre islamistas e secularistas desde que o movimento Ennahda ganhou a eleição.

No mês passado, centenas de partidários do governo e esquerdistas entraram em confronto na capital, alimentando temores sobre o sucesso da transição para a democracia.

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Túnis - Milhares de tunisianos protestaram contra o governo liderado por islâmicos nesta segunda-feira, exatamente dois anos após a derrubada do presidente Zine El Abidine Ben Ali em uma revolta popular que inspirou outras em todo o mundo árabe.

Mais de 8.000 manifestantes seculares se reuniram em frente ao Ministério do Interior na Avenida Bourguiba, em Túnis, o mesmo local onde os protestos forçaram Ben Ali a aceitar que seu regime tinha acabado e o levaram a fugir do país em 14 de janeiro de 2011.

O partido islâmico moderado Ennahda venceu as eleições em outubro de 2011, mas tem encontrado dificuldades para restaurar a segurança e a estabilidade.

Os manifestantes estão descontentes com o desemprego e os preços altos, bem como com a violência ligada a elementos religiosos.

Eles encheram a avenida central da capital nesta segunda-feira carregando faixas que diziam "Sem medo, sem terror, o poder pertence ao povo" e "Não à ditadura emergente. Não à ditadura religiosa".

Acenando bandeiras vermelhas e brancas da Tunísia, eles gritavam: "Ennahda fora" e "Onde está a Constituição? Onde está a democracia?".

Os tunisianos se levantaram contra Ben Ali depois de o vendedor ambulante Mohamed Bouazizi atear fogo a si mesmo na cidade de Sidi Bouzid.


A agitação, então, tomou conta de grande parte do mundo árabe, expulsando ou desafiando os governantes no Egito, Líbia, Iêmen, Bahrein e Síria, que ainda está mergulhada em uma guerra civil que a ONU diz que custou mais de 60.000 vidas.

"Eu estava aqui há dois anos no mesmo lugar. O ditador se foi e nós conseguimos liberdade de expressão, mas ainda enfrentamos muitas dificuldades, como surtos de violência, falta de segurança, continuação do desemprego e alto custo de vida", disse a líder do Partido Republicano, Maya Jribi, à Reuters.

Na mesma rua, cerca de 2.000 partidários do governo se reuniram para celebrar o segundo aniversário da revolução, mas não houve confrontos entre os dois lados.

Centenas de policiais se posicionaram na ruas.

"A oposição está tentando frustrar o governo e recusa diálogo ou participação em qualquer governo", disse à Reuters Ahmed Salhi, um partidário do governo de 45 anos.

"Seu único objetivo é não ver os islâmicos governarem a Tunísia." A tensão vem crescendo entre islamistas e secularistas desde que o movimento Ennahda ganhou a eleição.

No mês passado, centenas de partidários do governo e esquerdistas entraram em confronto na capital, alimentando temores sobre o sucesso da transição para a democracia.

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