Trump pediu para ex-diretor do FBI encerrar investigação
O memorando de Comey, relatado primeiramente pelo New York Times, deve levantar questões sobre se Trump tentou interferir em investigação federal
Reuters
Publicado em 16 de maio de 2017 às 19h35.
Última atualização em 16 de maio de 2017 às 20h58.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , pediu ao então diretor do FBI James Comey para encerrar uma investigação sobre as ligações entre o ex-conselheiro de segurança nacional da Casa Branca Michael Flynn e a Rússia,disse nesta terça-feira uma fonte que viu o memorando escrito por Comey.
O novo acontecimento explosivo desta terça-feira ocorre após uma semana de turbulência na Casa Branca, depois que Trump demitiu Comey e então discutiu informações confidenciais de segurança nacional sobre o Estado Islâmico com o chanceler russo, Sergei Lavrov.
O memorando de Comey, relatado primeiramente pelo New York Times, deve levantar questões sobre se Trump tentou interferir em uma investigação federal.
Comey escreveu o memorando após encontro no Salão Oval da Casa Branca com Trump, um dia depois que o presidente demitiu Flynn, em 14 de fevereiro, por enganar o vice-presidente Mike Pence sobre a extensão de suas conversas no ano passado com o embaixador da Rússia, Sergei Kislyak.
"Eu espero que você possa deixar isso para lá", disse Trump a Comey, de acordo com uma fonte familiarizada com o conteúdo do memorando.
O New York Times informou que durante a reunião no Salão Oval Trump condenou uma série de vazamentos do governo aos meios de comunicação e disse que o diretor do FBI deveria considerar processar repórteres por publicação de informações sigilosas.
A Casa Branca negou o relato em um comunicado, dizendo que "não era um retrato verdadeiro ou preciso da conversa entre o presidente e o Sr. Comey".
A saída de Flynn ocorreu horas depois de um relato de que o Departamento de Justiça havia alertado a Casa Branca semanas antes que Flynn poderia estar vulnerável a chantagem por causa de contatos com o embaixador russo Kislyak antes de Trump tomar posse, em 20 de janeiro.
Kislyak estava com Lavrov na Casa Branca na semana passada quando Trump revelou informação sigilosa.
Uma porta-voz do FBI não quis comentar os detalhes do memorando.