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Trump não deveria voltar a cargos públicos, diz relatório sobre ataque ao Capitólio

O documento recomenda legislar para que Trump e outros que "participaram da insurreição" não possam ocupar cargos públicos, "sejam federais ou estaduais, civis ou militares"

A recomendação encabeça uma lista de propostas do documento de 845 páginas (James Devaney / Colaborador/Getty Images)
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AFP

Publicado em 23 de dezembro de 2022 às 17h04.

Última atualização em 23 de dezembro de 2022 às 17h52.

Donald Trump não deveria poder voltar a ocupar cargos públicos após o papel que desempenhou na invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, no ano passado, concluiu um relatório do comitê legislativo que investigou o fato.

A recomendação encabeça uma lista de propostas do documento de 845 páginas, destinado a garantir que não se repita o motim mortal pelo qual o comitê acusa o ex-presidente de orquestrar, em uma tentativa frustrada de se manter no poder após as eleições de 2020.

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"Nosso país foi longe demais para permitir que um presidente derrotado se transforme em um tirano exitoso, transtornando nossas instituições democráticas (e) fomentando a violência", diz o presidente do painel, Bennie Thompson, na introdução do relatório publicado na noite de quinta-feira.

O documento recomenda legislar para que Trump e outros que "participaram da insurreição" não possam ocupar cargos públicos, "sejam federais ou estaduais, civis ou militares".

Trump anunciou que tem a intenção de se candidatar novamente para a Casa Branca em 2024.

O relatório foi a conclusão de 18 meses de trabalho dos investigadores do Congresso, que ouviram mais de mil testemunhas para estabelecer a causa principal do ataque, pelo qual culparam diretamente o bilionário republicano.

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O comitê — integrado por sete democratas e dois republicanos — também recomendou reformas na lei eleitoral, uma ofensiva federal aos grupos extremistas e a designação da certificação pelo Congresso das eleições presidenciais como um "evento especial de segurança nacional", como o discurso anual do Estado da União.

O partido do ex-presidente se opôs a cada passo da investigação e a mudança legislativa de janeiro, quando os republicanos terão maioria, gera dúvidas sobre a possibilidade de as recomendações serem adotadas.

Trump denuncia uma "caça às bruxas" tanto neste caso quanto em outras investigações penais e cíveis sobre suas práticas comerciais e seus esforços por anular sua derrota eleitoral no estado da Geórgia.

Em sua última reunião pública na segunda-feira, o painel recomendou ao Departamento de Justiça apresentar acusações penais contra Trump por quatro possíveis crimes: obstrução da Justiça, conspiração para fraudar os Estados Unidos, declarações falsas ao governo e incitar à insurreição.

O painel começou a apresentar evidências ao procurador independente Jack Smith, que supervisiona as investigações federais sobre o papel de Trump nos distúrbios e sua gestão dos documentos governamentais sigilosos, armazenados indevidamente em sua casa na Flórida.

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