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Trump não descarta conceder perdão ao ex-gerente investigado por corrupção

O ex-gerente de campanha de Trump se declarou culpado de uma série de acusações sobre lavagem de dinheiro à prática de lobby sem registro

Trump: sem um perdão, Manafort pode passar o resto da vida na prisão, dizem especialistas (Rick Wilking/Reuters)
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Reuters

Publicado em 29 de novembro de 2018 às 11h59.

Washingtion - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , disse na quarta-feira que não descartou conceder um perdão ao seu ex-gerente de campanha Paul Manafort, que se declarou culpado de uma série de acusações federais que vão de lavagem de dinheiro à prática de lobby sem registro.

"Nunca foi debatido, mas eu não descartaria. Por que eu descartaria?", disse o presidente ao jornal New York Post durante uma entrevista no Salão Oval.

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Assistentes do procurador especial que investiga a interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016 disseram em autos na segunda-feira que Manafort mentiu a eles, violando um acordo de admissão de culpa.

"Manafort cometeu crimes federais ao mentir para o Birô Federal de Investigação e para o escritório do procurador especial a respeito de uma variedade de temas", disse o procurador especial Robert Mueller nos autos, que não deram detalhes, mas prometeram novos dados como parte de um relatório que antecederá a divulgação da pena.

O Wall Street Journal, citando pessoas a par do assunto, disse que as supostas declarações falsas de Manafort incluem comentários sobre seus negócios e contatos com um ex-associado na Ucrânia.

Estas declarações não pareceram ser essenciais para as alegações de possível conluio entre a campanha de Trump e a Rússia, que Mueller está investigando, mas não está claro se os procuradores planejam acusar Manafort de outras mentiras, noticiou o WSJ. Moscou nega ter influenciado a eleição de 2016, e Trump negou a ocorrência de qualquer conluio.

Os porta-vozes de Manafort e Mueller não quiseram comentar a reportagem do WSJ.

Nos autos, Manafort disse que discordou quando o procurador especial Robert Mueller afirmou que ele mentiu, mas os dois lados concordaram que o tribunal deveria ir adiante e condená-lo por seus crimes.

Sem um perdão, Manafort, de 69 anos, pode passar o resto da vida na prisão, dizem especialistas.

A suspensão do acordo de admissão de culpa significa que Manafort quase certamente receberá uma pena mais dura - tanto pelos crimes que admitiu em Washington quanto por sua condenação em um caso separado de fraude bancária e tributária na Virgínia em agosto.

Manafort pode estar sujeito a cerca de 10 anos de prisão só pelas oito acusações do caso da Virgínia, disseram especialistas em sentenças.

Mas o desdobramento também levou à especulação de que Manafort pode estar tentando obter favores de Trump ou protegendo outros associados que trabalharam na campanha.

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