Mundo

Trump flexibiliza regras da era Obama sobre merenda escolar

Ação foi vista por defensores da saúde como um golpe direto contra a política defendida pela ex-primeira-dama Michelle Obama

O ato Healthy, Hunger-Free Kids, de 2010, foi defendido por Michelle Obama e estabelecia limites máximos de calorias em refeições escolares e cortava sódio e gordura trans (Kevin Dietsch/Pool/Getty Images)

O ato Healthy, Hunger-Free Kids, de 2010, foi defendido por Michelle Obama e estabelecia limites máximos de calorias em refeições escolares e cortava sódio e gordura trans (Kevin Dietsch/Pool/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 2 de maio de 2017 às 09h34.

Última atualização em 2 de maio de 2017 às 09h36.

O governo do presidente Donald Trump aliviou nesta segunda-feira algumas regras que tinham objetivo de tornar mais saudáveis a merenda escolar nos Estados Unidos, em uma ação vista por defensores da saúde como um golpe direto contra a política defendida pela ex-primeira-dama Michelle Obama.

O secretário da Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, em um de seus primeiros atos após confirmação no Senado na semana passada, assinou uma medida que adia a redução do nível de sódio nos alimentos, torna mais fácil a distribuição de comidas sem grãos integrais, e permite a volta de leites com gordura nos sabores de chocolate e morango.

"Certos aspectos dos padrões foram muito longe", disse Perdue, falando em uma escola primária na Virgínia.

A mudança acontece à medida que Donald Trump, um dos presidentes recentes mais amistosos ao fast food, promete cortar regulações.

O ato Healthy, Hunger-Free Kids, de 2010, foi defendido por Michelle Obama e se tornou um grito de guerra para seus críticos após estabelecer limites máximos de calorias em refeições escolares, cortar sódio e gordura trans, que entope artérias, e exigir maior número de frutas, vegetais e grãos integrais.

O programa de refeições escolares nos Estados Unidos, financiado pelo governo federal, teve início com o presidente Harry Truman na década de 1940 e é supervisionado pelo Departamento de Agricultura. O programa alimenta mais de 30 milhões de crianças, a maioria de famílias de baixa renda.

Proponentes das refeições saudáveis expressaram preocupação maior com o relaxamento dos esforços para reduzir o excesso de sódio, que é ligado a pressão alta, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral.

"Isto irá gerar níveis muito altos de sódio em lanchesescolares", disse Margo Wootan, diretora de política de nutrição do Centro para Ciência no Interesse Público.

O limite de sódio para uma refeição no colegial agora é de cerca de 1.400 miligramas, ou três quartos da quantidade máxima diária recomendada, disse Wootan.

A proclamação de Perdue adia planos de reduzir para 1.080 miligramas neste ano escolar. O alvo máximo era cerca de 740 miligramas no ano escolar de 2022, disse Wootan.

A Associação de Nutrição Escolar, que representa a indústria que vende comida para as escolas e funcionários de cafeterias escolares, fez lobby para enfraquecer as regras, em especial em relação ao sódio.

Muitas companhias alimentícias grandes são fornecedoras doprograma de refeições escolares dos EUA, incluindo a Tyson Food, Cargill Inc e General Mills. A Domino's Pizza Inc entrega em escolas como parte de seu programa "Smart Slice".

Mais de Mundo

Em um dia, ferrovias chinesas transportam mais de 21 milhões de passageiros

“EUA apoiam totalmente Israel”, diz embaixadora americana na ONU

Milei publica decreto dizendo que Aerolíneas é 'sujeita a privatização' e pode desestatizar empresa

Chile quer ampliar exportação para Nordeste e Centro-Oeste e sugere "Piscorinha"