Trump segue em busca de novo diretor para o FBI
Trump afirmou ser "possível" que a nomeação seja decidida antes de seu giro internacional no final desta semana
AFP
Publicado em 15 de maio de 2017 às 17h02.
Última atualização em 15 de maio de 2017 às 17h17.
Donald Trump continua em busca de um novo diretor para o FBI após a demissão de James Comey. Mas a oposição democrata ameaça obstruir essa tarefa, a fim de conseguir a nomeação de um promotor especial para investigar a interferência russa nas eleições americanas.
Muitos nomes circulam na imprensa para esta posição, e não menos do que 14 pessoas estão entre os candidatos, de acordo com o site Politico.
Durante o fim de semana, Trump revelou sua intenção de tomar esta decisão rapidamente. "Todos eles são muito conhecidos", disse a repórteres sobre os aspirantes. "Bem conhecidos, muito respeitados, muito talentosos", garantiu.
Ele afirmou ser "possível" que a nomeação seja decidida antes de seu giro internacional no final desta semana.
Entre os candidatos figuram homens e mulheres com experiência na polícia ou em segurança nacional, bem como pessoas com um perfil mais político.
Entre eles, destacam-se o atual diretor interino Andrew McCabe, o número dois dos senadores republicanos John Cornyn, o juiz nova-iorquino Michael García, a ex-chefe do departamento de Justiça Alice Fisher, a ex-conselheira de George W. Bush Fran Townsend, o ex-congressista Mike Rogers e o congressista Trey Gowdy, que liderou a comissão que investigou os ataques de Benghazi, na Líbia.
Uma vez nomeado, o novo diretor será apresentado em uma audiência perante um comitê do Senado. Em seguida, todo o Senado, com maioria republicana, deve confirmar sua nomeação depois de uma eleição.
Os democratas querem condicionar seu voto à designação, pelo departamento de Justiça, de um promotor especial para lidar com a investigação do FBI em andamento sobre a interferência russa na campanha presidencial de novembro e possíveis ligações de membros do comitê de campanha de Trump com a Rússia.
"Com um promotor especial todos ficarão tranquilos, pois haverá uma pessoa independente que supervisionará o diretor do FBI", declarou nesta segunda-feira o líder dos democratas no Senado, Chuck Schume.
Na prática, a oposição democrata não pode evitar a confirmação do futuro diretor do FBI, mas tem o poder de atrasar o processo com manobras.
Gravações misteriosas
Até agora, nenhum republicano se mostrou a favor da ideia de nomear um promotor independente para este caso, mas isso não significa que todos concordem com a atuação de Donald Trump.
Alguns republicanos criticam Trump, que sugeriu na semana passada que despediu Comey em razão da investigação sobre a Rússia, incomodado com o fato de que seu nome apareceu citado apesar de não ser diretamente alvo desta investigação.
Ainda mais grave, o presidente sugeriu em um tuíte que teria gravado conversas com James Comey, fazendo com que todos se questionem sobre os métodos de Trump.
No jornal Washington Post, ex-funcionários e jornalistas disseram suspeitar há algum tempo de que Trump grava seus telefonemas.
No caso de um presidente, a lei estipula que esses registros devem ser preservados.
"Ele deve explicar o tuíte", declarou o senador republicano Lindsey Graham no domingo na NBC. "Eu aconselharia o presidente a não escrever tuítes sobre esta investigação".
"Eu não tenho nenhuma prova de conluio (entre Trump e a Rússia), mas o presidente deveria se acalmar e deixar a investigação seguir seu curso", disse Graham.
Para este influente líder republicano, o próximo diretor do FBI deve estar "além de quaisquer objeções", sem filiação política, para garantir a independência na investigação sobre a Rússia.