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Trump aposta na unificação do partido republicano

"A convergência entre a campanha de Trump e o partido foi perfeita", acrescentou o chefe da campanha eleitoral do bilionário

Trump: "a convergência entre a campanha de Trump e o partido foi perfeita", acrescentou o chefe da campanha eleitoral do bilionário (Carlo Allegri / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2016 às 20h13.

Na véspera do final do show dos republicanos em Cleveland, Ohio, Donald Trump foca nesta quarta-feira na necessidade de unificar um partido dividido e virar a página de polêmicas que geram distrações.

Aclamado na terça-feira como candidato presidencial do Grande Velho Partido, o magnata de 70 anos parece estar colocando ordem na casa, após meses de brigas e um último suspiro rebelde no início da convenção republicana, há dois dias.

"Este é o partido de Trump agora", disse à emissora CBS nesta quarta-feira o chefe da campanha, Paul Manafort.

"A convergência entre a campanha de Trump e o partido foi perfeita", acrescentou Manafort, ao assinalar que os republicanos concordam que o empresário nova-iorquino é o candidato "mais forte e com a melhor visão" para brigar pela presidência.

Fiel a sua personalidade de "showman", Trump pousou com seu helicóptero em Cleveland e saudou seus seguidores, impressionados de apertarem a mão do empresário que promete "devolver a grandeza dos Estados Unidos".

Mas será seu discurso de quinta-feira que deverá fechar com chave de ouro os eventos e catapultar sua candidatura na eleição de 8 de novembro contra a aspirante democrata à Casa Branca, Hillary Clinton.

Apagando a polêmica

A oposição contra a ex-secretária de Estado é o elemento que une os republicanos: seu nome estará na boca dos oradores em Cleveland que falam de Hillary a mentirosa, Hillary a vilã, Hillary e seus e-mails...

O governador de Nova Jersey, Chris Christie, incitou na terça-feira os delegados a declararem Hillary como "culpada" por seus supostos erros na diplomacia americana em Cuba, Síria, Líbia. "Acabem com ela", gritou à tribuna.

Treze meses depois de uma campanha que viu Trump derrotar 16 aspirantes e esmagar a teimosa oposição interna, o magnata imobiliário disse que chegou a hora de "ir até o final" e conquistar a Casa Branca.

"O que começa em Cleveland terminará na Casa Branca", disse Mike Pence, companheiro de chapa de Trump ao receber o magnata, em sua segunda viagem esta semana à cidade da região dos Grandes Lagos, protegida por fortes medidas de segurança.

A equipe de Trump também tentou, nesta quarta-feira, enterrar a polêmica pelas acusações de plágio em torno do discurso de sua esposa, Melania Trump, na segunda-feira na convenção.

Uma integrante da campanha de Donald Trump admitiu ter usado frases de Michelle Obama para montar o discurso que deu à ex-modelo eslovena e pediu desculpas pelo "caos que causou", uma volta de 180º na estratégia inicial.

O que fará Ted Cruz?

O senador Ted Cruz, finalista das primárias republicanas, subirá ao palco do Quicken Loans Arena de Cleveland.

Suas palavras serão seguidas de muito perto para ver até onde conseguirá ajudar o magnata, que em maio havia qualificado de "mentiroso patológico".

"Nosso partido tem um candidato", disse nesta quarta-feira em um ato paralelo antes de ser interrompido pelas vaias de seus seguidores, que apontavam com insistência para o céu: o Boing 757 de Trump, distinguido por sua cor azul, sobrevoava a área.

A família de Trump tem sido o principal suporte do candidato. Depois de Melania, sua filha Tiffany e seu filho Donald Jr., e o outro filho, Eric, subirão ao palco para mostrar o lado humano do pai, visto por muitos como explosivo e egocêntrico.

Don Jr., 38, esposo e pai de cinco crianças, fez na terça-feira uma eloquente defesa de seu pai, mesclando assuntos de política - imigração, energia e segurança - com situações familiares.

"Para o meu pai, o impossível é só o ponto de início", destacou.

Muro contra Trump

Cleveland, uma cidade de 400.000 habitantes, está sob severas medidas de segurança, com a polícia onipresente e atenta às inúmeras manifestações, que geralmente ocorrem sem incidentes graves.

Um grupo de manifestantes marchou nesta quarta-feira em protesto contra as políticas migratórias do candidato republicano, que promete deportar os 11 milhões de imigrantes do país. Alguns colocaram um grande tecido com inscrições como "Isolem o Trump".

Além disso, várias pessoas foram detidas em torno da convenção, quando manifestantes tentaram queimar uma bandeira dos Estados Unidos, informou a polícia.

Trump lançou sua candidatura há 13 meses em seus escritórios de Manhattan, Nova York, declarando que os imigrantes mexicanos sem documentos eram estupradores e narcotraficantes. Parecia uma receita para o desastre.

Mas desde então tem desafiado todos os manuais de eleições: insulta imigrantes e muçulmanos, muda o complexo andamento da campanha e prefere a cobertura gratuita da mídia livre à propaganda projetada.

"É incrível. É surreal. Estou muito orgulhoso do meu pai, todos estamos", disse na terça-feira à CNN a filha mais velha do magnata imobiliário, Ivanka.

Trump encontra em 2016 um Partido Republicano que deu uma brusca guinada à direita.

Contra o casamento homossexual e o aborto, protecionista de mercado, a favor do uso do carbono, entusiasta de um grande muro na fronteira com o México: o programa partidário adotado na convenção parece olhar para o passado.

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Aclamado na terça-feira como candidato presidencial do Grande Velho Partido, o magnata de 70 anos parece estar colocando ordem na casa, após meses de brigas e um último suspiro rebelde no início da convenção republicana, há dois dias.

"Este é o partido de Trump agora", disse à emissora CBS nesta quarta-feira o chefe da campanha, Paul Manafort.

"A convergência entre a campanha de Trump e o partido foi perfeita", acrescentou Manafort, ao assinalar que os republicanos concordam que o empresário nova-iorquino é o candidato "mais forte e com a melhor visão" para brigar pela presidência.

Fiel a sua personalidade de "showman", Trump pousou com seu helicóptero em Cleveland e saudou seus seguidores, impressionados de apertarem a mão do empresário que promete "devolver a grandeza dos Estados Unidos".

Mas será seu discurso de quinta-feira que deverá fechar com chave de ouro os eventos e catapultar sua candidatura na eleição de 8 de novembro contra a aspirante democrata à Casa Branca, Hillary Clinton.

Apagando a polêmica

A oposição contra a ex-secretária de Estado é o elemento que une os republicanos: seu nome estará na boca dos oradores em Cleveland que falam de Hillary a mentirosa, Hillary a vilã, Hillary e seus e-mails...

O governador de Nova Jersey, Chris Christie, incitou na terça-feira os delegados a declararem Hillary como "culpada" por seus supostos erros na diplomacia americana em Cuba, Síria, Líbia. "Acabem com ela", gritou à tribuna.

Treze meses depois de uma campanha que viu Trump derrotar 16 aspirantes e esmagar a teimosa oposição interna, o magnata imobiliário disse que chegou a hora de "ir até o final" e conquistar a Casa Branca.

"O que começa em Cleveland terminará na Casa Branca", disse Mike Pence, companheiro de chapa de Trump ao receber o magnata, em sua segunda viagem esta semana à cidade da região dos Grandes Lagos, protegida por fortes medidas de segurança.

A equipe de Trump também tentou, nesta quarta-feira, enterrar a polêmica pelas acusações de plágio em torno do discurso de sua esposa, Melania Trump, na segunda-feira na convenção.

Uma integrante da campanha de Donald Trump admitiu ter usado frases de Michelle Obama para montar o discurso que deu à ex-modelo eslovena e pediu desculpas pelo "caos que causou", uma volta de 180º na estratégia inicial.

O que fará Ted Cruz?

O senador Ted Cruz, finalista das primárias republicanas, subirá ao palco do Quicken Loans Arena de Cleveland.

Suas palavras serão seguidas de muito perto para ver até onde conseguirá ajudar o magnata, que em maio havia qualificado de "mentiroso patológico".

"Nosso partido tem um candidato", disse nesta quarta-feira em um ato paralelo antes de ser interrompido pelas vaias de seus seguidores, que apontavam com insistência para o céu: o Boing 757 de Trump, distinguido por sua cor azul, sobrevoava a área.

A família de Trump tem sido o principal suporte do candidato. Depois de Melania, sua filha Tiffany e seu filho Donald Jr., e o outro filho, Eric, subirão ao palco para mostrar o lado humano do pai, visto por muitos como explosivo e egocêntrico.

Don Jr., 38, esposo e pai de cinco crianças, fez na terça-feira uma eloquente defesa de seu pai, mesclando assuntos de política - imigração, energia e segurança - com situações familiares.

"Para o meu pai, o impossível é só o ponto de início", destacou.

Muro contra Trump

Cleveland, uma cidade de 400.000 habitantes, está sob severas medidas de segurança, com a polícia onipresente e atenta às inúmeras manifestações, que geralmente ocorrem sem incidentes graves.

Um grupo de manifestantes marchou nesta quarta-feira em protesto contra as políticas migratórias do candidato republicano, que promete deportar os 11 milhões de imigrantes do país. Alguns colocaram um grande tecido com inscrições como "Isolem o Trump".

Além disso, várias pessoas foram detidas em torno da convenção, quando manifestantes tentaram queimar uma bandeira dos Estados Unidos, informou a polícia.

Trump lançou sua candidatura há 13 meses em seus escritórios de Manhattan, Nova York, declarando que os imigrantes mexicanos sem documentos eram estupradores e narcotraficantes. Parecia uma receita para o desastre.

Mas desde então tem desafiado todos os manuais de eleições: insulta imigrantes e muçulmanos, muda o complexo andamento da campanha e prefere a cobertura gratuita da mídia livre à propaganda projetada.

"É incrível. É surreal. Estou muito orgulhoso do meu pai, todos estamos", disse na terça-feira à CNN a filha mais velha do magnata imobiliário, Ivanka.

Trump encontra em 2016 um Partido Republicano que deu uma brusca guinada à direita.

Contra o casamento homossexual e o aborto, protecionista de mercado, a favor do uso do carbono, entusiasta de um grande muro na fronteira com o México: o programa partidário adotado na convenção parece olhar para o passado.

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