Três são mortos em base da ONU no Sudão do Sul
ONU enviou quatro helicópteros para retirar seus funcionários de uma base do Sudão do Sul, onde três capacetes azuis indianos morreram
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2013 às 10h00.
Juba - A ONU enviou nesta sexta-feira quatro helicópteros para retirar seus funcionários de uma base do Sudão do Sul, onde três capacetes azuis indianos morreram em um dos últimos atos de violência em um país que, segundo Obama, está "à beira do precipício".
Soldados ugandeses também foram mobilizados na capital do país, Juba, em resposta a um pedido do governo para ajudar a proteger a cidade, atingida desde domingo por combates entre facções do exército, informou nesta sexta-feira o jornal New Vision, propriedade do governo ugandês.
Três capacetes azuis indianos foram assassinados na quinta-feira em um ataque contra uma base da ONU em Akobo, no leste do Sudão do Sul, com a qual a ONU havia perdido contato na quinta-feira, anunciou um porta-voz adjunto das Nações Unidas, Farhan Haq, em Nova York.
"Já não estamos em contato com a base de Akobo", declarou o porta-voz.
O embaixador da Índia na ONU, Asoke Mukerji, confirmou a morte destes capacetes azuis durante um debate da ONU em Nova York, explicando que os três foram escolhidos como alvo e assassinados durante o ataque à base, no estado de Jonglei (leste).
Segundo a ONU, jovens da etnia Lou Nuer - à qual pertence Riek Machar, rival político do presidente Salva Kiir, que acusa o primeiro de tentativa de golpe de Estado - entraram à força na base na quinta-feira, onde se refugiavam trinta civis da etnia Dinka.
"Ocorreram combates", indicou Farhan Haq.
Haq havia informado anteriormente que 40 dos 43 capacetes azuis indianos haviam sido transferidos a um acampamento militar do Exército do Sudão do Sul após o ataque.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um chamado "ao governo e às forças da oposição a respeitar os direitos dos civis e garantir sua segurança".
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu também o fim imediato da violência no Sudão do Sul, advertindo que o país está à beira de uma guerra civil.
"Os recentes combates ameaçam mergulhar o Sudão do Sul novamente nos dias obscuros do passado", declarou Obama.
"As lutas para acertar contas políticas ou desestabilizar o governo devem parar imediatamente. A retórica inflamatória e a violência devem cessar", insistiu, advertindo que o "Sudão do Sul está à beira do precipício".
Na quarta-feira, os Estados Unidos mobilizaram aproximadamente 45 soldados no Sudão do Sul "com o objetivo de assegurar a proteção dos cidadãos e dos interesses americanos", declarou Obama em uma carta dirigida ao Congresso na quinta-feira.
O ex-vice-presidente do Sudão do Sul Riek Machar, acusado de ter iniciado estes combates, convocou na quinta-feira a derrubar Kiir, afirmando que apenas aceitará negociar sobre as condições de sua partida.
Em declarações à Rádio França Internacional (RFI), Machar convocou "o SPLM (Movimento Popular de Libertação do Sudão, partido no poder) e seu braço armado SPLA (Exército Popular de Libertação do Sudão, forças armadas do país) a derrubar Salva Kiir de seu cargo".
"Se ele quer negociar as condições de sua partida do poder, estamos de acordo, mas ele deve sair, porque já não pode manter a unidade de nosso povo, sobretudo quando faz com que o povo seja morto como moscas e tenta provocar uma guerra étnica", acrescentou.
Rebeldes apresentados como partidários de Riek Machar conquistaram na noite de quarta-feira a localidade de Bor, capital de Jong lei, 200 km ao norte da capital Juba, avivando os temores de uma guerra civil.
A União Africana enviou na quinta-feira ao Sudão do Sul uma missão de paz composta por vários ministros do leste da África.
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, estimou na quinta-feira em Genebra que o risco de um conflito étnico é "extremamente alto" e declarou-se "muito preocupada pela segurança dos civis".
A Human Rights Watch acusou, por sua vez, os rebeldes de terem cometido assassinatos com bases étnicas em Juba e Bor.
Entre 2.500 e 5.000 civis pediram proteção da missão da ONU no Sudão do Sul em um bairro da capital de Juba, indicou Farah Haq, que ressaltou que a situação em terra era volátil e confusa.
O Sudão do Sul vive graves tensões desde que o presidente Salva Kiir destituiu em julho o vice-presidente Riek Machar, seu principal rival político.
Entre a tarde de domingo e terça-feira, ao menos 500 pessoas morreram e 800 ficaram feridas nos confrontos apenas em Juba, segundo a ONU, além dos mortos na província.
Juba - A ONU enviou nesta sexta-feira quatro helicópteros para retirar seus funcionários de uma base do Sudão do Sul, onde três capacetes azuis indianos morreram em um dos últimos atos de violência em um país que, segundo Obama, está "à beira do precipício".
Soldados ugandeses também foram mobilizados na capital do país, Juba, em resposta a um pedido do governo para ajudar a proteger a cidade, atingida desde domingo por combates entre facções do exército, informou nesta sexta-feira o jornal New Vision, propriedade do governo ugandês.
Três capacetes azuis indianos foram assassinados na quinta-feira em um ataque contra uma base da ONU em Akobo, no leste do Sudão do Sul, com a qual a ONU havia perdido contato na quinta-feira, anunciou um porta-voz adjunto das Nações Unidas, Farhan Haq, em Nova York.
"Já não estamos em contato com a base de Akobo", declarou o porta-voz.
O embaixador da Índia na ONU, Asoke Mukerji, confirmou a morte destes capacetes azuis durante um debate da ONU em Nova York, explicando que os três foram escolhidos como alvo e assassinados durante o ataque à base, no estado de Jonglei (leste).
Segundo a ONU, jovens da etnia Lou Nuer - à qual pertence Riek Machar, rival político do presidente Salva Kiir, que acusa o primeiro de tentativa de golpe de Estado - entraram à força na base na quinta-feira, onde se refugiavam trinta civis da etnia Dinka.
"Ocorreram combates", indicou Farhan Haq.
Haq havia informado anteriormente que 40 dos 43 capacetes azuis indianos haviam sido transferidos a um acampamento militar do Exército do Sudão do Sul após o ataque.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um chamado "ao governo e às forças da oposição a respeitar os direitos dos civis e garantir sua segurança".
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu também o fim imediato da violência no Sudão do Sul, advertindo que o país está à beira de uma guerra civil.
"Os recentes combates ameaçam mergulhar o Sudão do Sul novamente nos dias obscuros do passado", declarou Obama.
"As lutas para acertar contas políticas ou desestabilizar o governo devem parar imediatamente. A retórica inflamatória e a violência devem cessar", insistiu, advertindo que o "Sudão do Sul está à beira do precipício".
Na quarta-feira, os Estados Unidos mobilizaram aproximadamente 45 soldados no Sudão do Sul "com o objetivo de assegurar a proteção dos cidadãos e dos interesses americanos", declarou Obama em uma carta dirigida ao Congresso na quinta-feira.
O ex-vice-presidente do Sudão do Sul Riek Machar, acusado de ter iniciado estes combates, convocou na quinta-feira a derrubar Kiir, afirmando que apenas aceitará negociar sobre as condições de sua partida.
Em declarações à Rádio França Internacional (RFI), Machar convocou "o SPLM (Movimento Popular de Libertação do Sudão, partido no poder) e seu braço armado SPLA (Exército Popular de Libertação do Sudão, forças armadas do país) a derrubar Salva Kiir de seu cargo".
"Se ele quer negociar as condições de sua partida do poder, estamos de acordo, mas ele deve sair, porque já não pode manter a unidade de nosso povo, sobretudo quando faz com que o povo seja morto como moscas e tenta provocar uma guerra étnica", acrescentou.
Rebeldes apresentados como partidários de Riek Machar conquistaram na noite de quarta-feira a localidade de Bor, capital de Jong lei, 200 km ao norte da capital Juba, avivando os temores de uma guerra civil.
A União Africana enviou na quinta-feira ao Sudão do Sul uma missão de paz composta por vários ministros do leste da África.
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, estimou na quinta-feira em Genebra que o risco de um conflito étnico é "extremamente alto" e declarou-se "muito preocupada pela segurança dos civis".
A Human Rights Watch acusou, por sua vez, os rebeldes de terem cometido assassinatos com bases étnicas em Juba e Bor.
Entre 2.500 e 5.000 civis pediram proteção da missão da ONU no Sudão do Sul em um bairro da capital de Juba, indicou Farah Haq, que ressaltou que a situação em terra era volátil e confusa.
O Sudão do Sul vive graves tensões desde que o presidente Salva Kiir destituiu em julho o vice-presidente Riek Machar, seu principal rival político.
Entre a tarde de domingo e terça-feira, ao menos 500 pessoas morreram e 800 ficaram feridas nos confrontos apenas em Juba, segundo a ONU, além dos mortos na província.