Torturas da CIA incluíam afogamento e hidratação retal
Privação do sono, golpes e ameaça psicológica também estavam entre as chamadas "técnicas de interrogatório"
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2014 às 06h26.
Washington - As chamadas "técnicas de interrogatório" da CIA incluíam simulação de afogamento, privação do sono, golpes, ameaça psicológica e até hidratação retal, revela o documento divulgado nesta terça-feira pela comissão de Inteligência do Senado.
O relatório acusa a CIA de submeter prisioneiros da guerra contra o terror a "técnicas reforçadas de interrogatório", que incluíam ainda lançá-los contra paredes, banhos gelados, tapas na cara e socos na barriga.
Segundo o documento, a "técnica da parede" (walling) consiste em colocar o prisioneiro diante de uma parede, contra a qual ele é lançado violentamente pelo interrogador.
Khaled Cheikh Mohammed, o suposto cérebro dos atentados de 11 de setembro de 2001, foi submetido a este método, assim como a técnica do "submarino", que simula afogamentos, e à privação de sono.
Na privação de sono, o detento era mantido acordado por até 180 horas, ou "sete dias e meio", em uma posição particularmente incômoda: "de pé, com as mãos sobre a cabeça" ou acorrentados e amarrados ao teto, revela o documento do Senado.
Abu Zubeida, um palestino capturado em março de 2002 no Paquistão, foi o primeiro prisioneiro da CIA a ser submetido a "técnicas reforçadas" de interrogatório. Esteve, por exemplo, encerrado em uma cela iluminada 24 horas.
O relatório informa ainda que entre junho e agosto de 2002, Abu Zubeida foi "isolado durante 47 dias sem ser interrogado", e que sofreu uma técnica de confinamento ainda mais dura: foi colocado em uma espécie de caixão durante 266 horas, e em uma caixa ainda menor, durante 29 horas, enquanto era interrogado.
Em um centro de detenção conhecido como "COBALT", um preso podia ser mantido na escuridão total, de pé, nu e com as mãos sobre a cabeça.
Os prisioneiros também eram submetidos regularmente a duchas ou banhos de água gelada.
A simulação de afogamento (waterboarding) é, talvez, a técnica mais tristemente célebre. O preso era mantido amarrado a um banco inclinado, enquanto o interrogador lhe jogava água pelo nariz e a boca, durante 20 a 40 segundos, impedindo o interrogado de respirar.
A operação era repetida a cada três ou quatro respirações. Cheikh Mohammed foi vítima desta "técnica" em 183 oportunidades. Em março de 2003, sofreu cinco interrogatórios com afogamento durante 25 horas.
O "waterboarding" provocava vômitos e convulsões e Abu Zubeida, submetido a esta "técnica", sofreu uma crise de "histeria" e durante certo tempo foi "incapaz de se comunicar".
Segundo o relatório, ao menos cinco presos foram submetidos a "reidratações retais" e em um caso os torturadores aplicaram alimentação pelo reto.
Entre as ameaças psicológicas, as mais comuns envolviam familiares das vítimas, especialmente mulher e filhos, mas algumas advertiam sobre o estupro da mãe.
Washington - As chamadas "técnicas de interrogatório" da CIA incluíam simulação de afogamento, privação do sono, golpes, ameaça psicológica e até hidratação retal, revela o documento divulgado nesta terça-feira pela comissão de Inteligência do Senado.
O relatório acusa a CIA de submeter prisioneiros da guerra contra o terror a "técnicas reforçadas de interrogatório", que incluíam ainda lançá-los contra paredes, banhos gelados, tapas na cara e socos na barriga.
Segundo o documento, a "técnica da parede" (walling) consiste em colocar o prisioneiro diante de uma parede, contra a qual ele é lançado violentamente pelo interrogador.
Khaled Cheikh Mohammed, o suposto cérebro dos atentados de 11 de setembro de 2001, foi submetido a este método, assim como a técnica do "submarino", que simula afogamentos, e à privação de sono.
Na privação de sono, o detento era mantido acordado por até 180 horas, ou "sete dias e meio", em uma posição particularmente incômoda: "de pé, com as mãos sobre a cabeça" ou acorrentados e amarrados ao teto, revela o documento do Senado.
Abu Zubeida, um palestino capturado em março de 2002 no Paquistão, foi o primeiro prisioneiro da CIA a ser submetido a "técnicas reforçadas" de interrogatório. Esteve, por exemplo, encerrado em uma cela iluminada 24 horas.
O relatório informa ainda que entre junho e agosto de 2002, Abu Zubeida foi "isolado durante 47 dias sem ser interrogado", e que sofreu uma técnica de confinamento ainda mais dura: foi colocado em uma espécie de caixão durante 266 horas, e em uma caixa ainda menor, durante 29 horas, enquanto era interrogado.
Em um centro de detenção conhecido como "COBALT", um preso podia ser mantido na escuridão total, de pé, nu e com as mãos sobre a cabeça.
Os prisioneiros também eram submetidos regularmente a duchas ou banhos de água gelada.
A simulação de afogamento (waterboarding) é, talvez, a técnica mais tristemente célebre. O preso era mantido amarrado a um banco inclinado, enquanto o interrogador lhe jogava água pelo nariz e a boca, durante 20 a 40 segundos, impedindo o interrogado de respirar.
A operação era repetida a cada três ou quatro respirações. Cheikh Mohammed foi vítima desta "técnica" em 183 oportunidades. Em março de 2003, sofreu cinco interrogatórios com afogamento durante 25 horas.
O "waterboarding" provocava vômitos e convulsões e Abu Zubeida, submetido a esta "técnica", sofreu uma crise de "histeria" e durante certo tempo foi "incapaz de se comunicar".
Segundo o relatório, ao menos cinco presos foram submetidos a "reidratações retais" e em um caso os torturadores aplicaram alimentação pelo reto.
Entre as ameaças psicológicas, as mais comuns envolviam familiares das vítimas, especialmente mulher e filhos, mas algumas advertiam sobre o estupro da mãe.