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Teste nuclear norte-coreano põe a China em apuros

O mais provável é que Pequim se junte às novas sanções no Conselho de Segurança da ONU, apesar disso a colocar em apuros

Presidente da China: um reforço das sanções impulsionaria indiretamente Pequim a aumentar seu apoio com o objetivo de evitar, a todo custo, uma crise em seu vizinho (Reuters / Mike Segar)
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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2016 às 15h39.

O teste nuclear norte-coreano põe a China no foco, mas o gigante asiático teme tanto que uma queda do regime de Pyongyang provoque um caos em seu quintal que é pouco provável que opte pela pressão.

A China foi pega de surpresa, como o resto do mundo, mas reagiu da mesma forma que nos últimos três testes nucleares: expressando seu "posicionamento forte" e pedindo-lhe que voltasse à mesa de negociações.

O mais provável é que Pequim se junte às novas sanções no Conselho de Segurança da ONU , apesar disso a colocar em apuros.

O gigante asiático mantém vivo o regime norte-coreano, fornecendo-lhe petróleo e comida, e sem ele a população da Coreia do Norte, muito debilitada inclusive na parte alimentar, acabaria completamente desamparada, segundo a maioria dos estudos.

Um reforço das sanções impulsionaria indiretamente Pequim a aumentar seu apoio com o objetivo de evitar, a todo custo, uma crise em seu vizinho.

No entanto, estão cada vez mais distantes as perspectivas de uma melhora das relações entre os dois países, outrora tão próximos.

Em dezembro, corriam rumores de uma possível primeira visita oficial a Pequim do jovem líder norte-coreano, Kim Jong-Un, que, diferentemente de seu pai e avô, não se dignou a viajar à capital chinesa nos quatro anos que leva no poder.

O concerto inédito previsto em Pequim do grupo pop norte-coreano Moranbong parecia um sinal promissor, mas seu cancelamento repentino, sem explicações, fez cair por terra as esperanças.

Quatro dias depois, Kim Jong-Un assinou o documento aprovando o teste nuclear.

Muito obstinados

O jovem herdeiro da dinastia comunista Kim Jong-Un "demonstra, sem dúvida, a mentalidade de alguém que não tem nada a perder", avalia Wang Dong, professor da Universidade de Pequim.

O teste de uma bomba de hidrogênio, às vésperas do aniversário do líder norte-coreano, é um golpe contra a comunidade internacional e a China, em particular, além de uma afronta às sanções da ONU.

A China forneceu, no ano passado, aproximadamente 23 milhões de toneladas de cereais e mais de 176 mil toneladas de combustível à Coreia do Norte, mas "sua influência é cada vez menor", considera o especialista chinês em Relações Internacionais, Zhu Feng.

"O principal problema é que os líderes em Pyongyang não escutam, são muito obstinados", acrescenta.

Apesar dos acontecimentos, Feng não espera que a China mude radicalmente seu enfoque. Uma prova disso são as edições da imprensa nesta quinta-feira, que condenam o teste nuclear de Pyongyang, mas definem a negociação como a única saída possível.

Status quo acima de tudo

A margem de manobra da China é cada vez "mais estreita", estima Yanmei Xie, analista do International Crisis Gruop.

Pequim pode fazer um convite para que sejam ressuscitadas as "negociações a seis" com Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos e Rússia, inativas há anos, mas, segundo Xie, seus fundamentos estratégicos não serão modificados.

Para Pequim, uma Coreia do Norte com armas nucleares é preocupante, "mas uma queda do regime de Pyongyang conduziria a um caos massivo em seu quintal e, potencialmente, a uma península coreana unificada, com Washington estendendo sua influência à fronteira chinesa, algo assustador", conclui.

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O teste nuclear norte-coreano põe a China no foco, mas o gigante asiático teme tanto que uma queda do regime de Pyongyang provoque um caos em seu quintal que é pouco provável que opte pela pressão.

A China foi pega de surpresa, como o resto do mundo, mas reagiu da mesma forma que nos últimos três testes nucleares: expressando seu "posicionamento forte" e pedindo-lhe que voltasse à mesa de negociações.

O mais provável é que Pequim se junte às novas sanções no Conselho de Segurança da ONU , apesar disso a colocar em apuros.

O gigante asiático mantém vivo o regime norte-coreano, fornecendo-lhe petróleo e comida, e sem ele a população da Coreia do Norte, muito debilitada inclusive na parte alimentar, acabaria completamente desamparada, segundo a maioria dos estudos.

Um reforço das sanções impulsionaria indiretamente Pequim a aumentar seu apoio com o objetivo de evitar, a todo custo, uma crise em seu vizinho.

No entanto, estão cada vez mais distantes as perspectivas de uma melhora das relações entre os dois países, outrora tão próximos.

Em dezembro, corriam rumores de uma possível primeira visita oficial a Pequim do jovem líder norte-coreano, Kim Jong-Un, que, diferentemente de seu pai e avô, não se dignou a viajar à capital chinesa nos quatro anos que leva no poder.

O concerto inédito previsto em Pequim do grupo pop norte-coreano Moranbong parecia um sinal promissor, mas seu cancelamento repentino, sem explicações, fez cair por terra as esperanças.

Quatro dias depois, Kim Jong-Un assinou o documento aprovando o teste nuclear.

Muito obstinados

O jovem herdeiro da dinastia comunista Kim Jong-Un "demonstra, sem dúvida, a mentalidade de alguém que não tem nada a perder", avalia Wang Dong, professor da Universidade de Pequim.

O teste de uma bomba de hidrogênio, às vésperas do aniversário do líder norte-coreano, é um golpe contra a comunidade internacional e a China, em particular, além de uma afronta às sanções da ONU.

A China forneceu, no ano passado, aproximadamente 23 milhões de toneladas de cereais e mais de 176 mil toneladas de combustível à Coreia do Norte, mas "sua influência é cada vez menor", considera o especialista chinês em Relações Internacionais, Zhu Feng.

"O principal problema é que os líderes em Pyongyang não escutam, são muito obstinados", acrescenta.

Apesar dos acontecimentos, Feng não espera que a China mude radicalmente seu enfoque. Uma prova disso são as edições da imprensa nesta quinta-feira, que condenam o teste nuclear de Pyongyang, mas definem a negociação como a única saída possível.

Status quo acima de tudo

A margem de manobra da China é cada vez "mais estreita", estima Yanmei Xie, analista do International Crisis Gruop.

Pequim pode fazer um convite para que sejam ressuscitadas as "negociações a seis" com Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos e Rússia, inativas há anos, mas, segundo Xie, seus fundamentos estratégicos não serão modificados.

Para Pequim, uma Coreia do Norte com armas nucleares é preocupante, "mas uma queda do regime de Pyongyang conduziria a um caos massivo em seu quintal e, potencialmente, a uma península coreana unificada, com Washington estendendo sua influência à fronteira chinesa, algo assustador", conclui.

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