Termina sem acordo reunião militar entre as duas Coreias
As duas delegações, lideradas por coronéis, não chegaram a um consenso para formar a agenda e designar as datas do encontro de alto nível
Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2011 às 05h17.
Seul - A reunião militar entre as duas Coreias, que tinha o objetivo de preparar um encontro de alto nível que contribuísse para reduzir a tensão na península, terminou sem um acordo nesta quarta-feira após dois dias de negociações, informaram fontes da defesa sul-coreana.
As duas delegações, lideradas por coronéis, não chegaram a um consenso para formar a agenda e designar as datas do encontro de alto nível que teria o objetivo de reduzir as divergências das duas nações após o bombardeio norte-coreano contra a ilha sul-coreana de Yeonpyeong.
"As conversas terminaram por volta das 15h (4h em Brasília) sem que haja acordo", indicou um oficial sul-coreano à agência local "Yonhap".
Este encontro militar era o primeiro desde setembro e um importante gesto de aproximação entre as duas Coreias após o ataque norte-coreano que em 23 de novembro deixou quatro sul-coreanos mortos na ilha de Yeonpyeong e elevou a tensão ao máximo.
A Coreia do Sul exigia que o encontro de alto nível que estava sendo preparado incluísse em sua agenda um pedido de desculpas explícito pelo ataque contra Yeonpyeong e pelo afundamento em março da embarcação sul-coreana "Cheonan", na qual morreram 46 tripulantes.
Desde o início, porém, a Coreia do Norte manifestou que o ataque contra Yeonpyeong foi motivado por manobras navais sul-coreanas nas proximidades e negou reiteradamente que tenha ordenado torpedear a corveta sul-coreana "Cheonan" no Mar Amarelo (Mar Ocidental).
As duas condições sul-coreanas parecem estar por trás do fracasso dos preparativos para as negociações de alto nível, propostas por Pyongyang no final de janeiro dentro de um conjunto de negociações destinadas a normalizar as relações.
A Coreia do Sul concordou nesta quarta-feira - mas com ressalvas - com uma reunião entre os representantes da Cruz Vermelha dos dois países para planejar encontros das famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-53). O fracasso das conversas militares, no entanto, pode frustrar essa aproximação.