Cairo - As eleições para escolher os membros da Câmara Baixa do Parlamento egípcio, as primeiras após a revolução que derrubou o presidente Hosni Mubarak, foram finalizadas nesta quarta-feira após um longo processo eleitoral de um mês e meio e com os grupos islamitas como indiscutíveis vencedores.

Após três fases com seus respectivos dois turnos, os colégios eleitorais fecharam suas portas nesta quarta-feira às 19h no horário local (15h em Brasília).

As duas jornadas que formaram este segundo turno da terceira e última etapa transcorreram em um ambiente de tranquilidade e com pouca participação.

A apuração dos votos começou após o fechamento dos centros de votação sob a supervisão de um total de 12 mil juízes, que também controlaram o processo eleitoral, segundo a agência oficial egípcia 'Mena'.

Os egípcios de oito províncias foram chamados às urnas nesta quarta-feira para escolher entre os candidatos individuais que não conseguiram a maioria absoluta no primeiro turno desta terceira fase, realizada na semana passada.

Um total de 86 candidatos competiu pelas 43 cadeiras de um total de 498 da Câmara Baixa egípcia, em uma votação que se desenvolveu nas províncias de Qaliubia, Garbia, Minya e Qena, entre outras.

Neste turno, ao contrário do primeiro, as eleições foram realizadas em oito províncias ao invés de nove, porque um tribunal decidiu suspender a votação em Sinai do Sul, por infrações cometidas durante as primeiras jornadas.

Além disso, foram realizadas eleições em várias circunscrições de outras cinco províncias, entre elas Cairo e Alexandria, nas quais as primeiras foram canceladas por acusações de fraude.

O presidente da Agência Central de Mobilização Pública e Estatísticas, general Abu Bakr al Gundi, disse nesta quarta-feira que a participação nas três fases das eleições alcançou 60% dos egípcios registrados.

As eleições para a Assembleia do Povo ou Câmara Baixa tiveram uma arrasadora vitória dos partidos islamitas, com o Partido Liberdade e Justiça, braço político dos Irmãos Muçulmanos, na frente e os salafistas (muçulmanos rigorosos) do Al Nour em segundo lugar.

As eleições começaram no dia 28 de novembro, e após elas os cidadãos deverão comparecer novamente às urnas para escolher os representantes da Câmara Alta.