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Tensão em Israel e Gaza antes da libertação de presos

Israel atacou Faixa de Gaza em um recrudescimento da violência após vários meses de calma e nas vésperas da libertação de presos palestinos

Mãe do preso palestino Hazem Shobair segura foto do filho em 28 de outubro de 2013, no sul da faixa de Gaza (Said Khatib/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2013 às 21h06.

Jerusalém - Israel destruiu nesta segunda-feira locais de lançamento de foguetes no norte da Faixa de Gaza em resposta a uma série de disparos contra seu território, em um recrudescimento da violência após vários meses de calma e nas vésperas da libertação de presos palestinos.

Este ataque aéreo israelense é o primeiro em dois meses e ocorre quando Israel se dispõe a libertar, na madrugada de quarta-feira, um grupo de 26 presos palestinos, com base nas negociações de paz entre israelenses e palestinos sob o patrocínio dos Estados Unidos.

"Este ataque teve como objetivo preciso dar uma resposta imediata às agressões e visou às infraestruturas terroristas de Gaza", declarou o tenente-coronel Peter Lerner, porta-voz militar, afirmando que o Exército considera o Hamas "responsável por qualquer atividade terrorista procedente da Faixa de Gaza".

Nas últimas 24 horas, dois foguetes e um tiro de morteiro foram disparados da Faixa de Gaza contra o sul de Israel. Um dos foguetes foi interceptado pelo sistema de defesa antiaéreo Iron Dome sobre a cidade israelense de Ascalon.

Os disparos palestinos não causaram vítimas ou grandes danos, e não foram reivindicados.

Segundo testemunhas, o ataque teve como alvo um campo de treinamento das Brigadas Ezedin Al Qasam, braço armado do movimento palestino Hamas, que governa Gaza. O local estava vazio no momento.

Em um comunicado publicado em Gaza, o Hamas criticou "a escalada [israelense] que tem por objetivo aterrorizar nosso povo" e acusou Israel de "ser completamente responsável por qualquer deterioração" da situação.

No domingo, o governo israelense deu sinal verde para a libertação de 26 detentos palestinos de longa data.


"Após a decisão do governo (...) de 28 de julho de 2013 de retomar as negociações de paz entre Israel e a Autoridade Palestina e de nomear uma comissão ministerial, visando a libertar prisioneiros durante as negociações, a libertação de 26 prisioneiros foi validada", informou o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

"Todos os prisioneiros libertados cometeram delitos antes dos acordos de Oslo e cumpriram penas de 19 a 28 anos de prisão", informa o texto, acrescentando que 21 deles são da Cisjordânia, e cinco, da Faixa de Gaza.

Dois dias antes da retomada das conversas de paz entre israelenses e palestinos, em 30 de julho, o premier de Israel anunciou que aceitava libertar 104 detentos palestinos. Os presos seriam soltos em diferentes etapas, após o início das negociações e de acordo com sua evolução. Em 13 de agosto, um primeiro grupo foi liberado.

Segundo a imprensa local, a maioria dos 104 palestinos e árabes israelenses detidos antes dos acordos de paz de Oslo, em 1993, esteve envolvida em ataques que levaram à morte de israelenses. Algumas famílias das vítimas fatais desses atentados podem apelar das libertações iminentes, acrescentou a imprensa local.

O governo israelense advertiu que os prisioneiros que se "dedicarem a atividades hostis a Israel" voltarão para a prisão para cumprir o fim de sua condenação.

O anúncio da libertação dos detentos aconteceu em meio a uma polêmica entre o governo de Netanyahu e a direção palestina.

No sábado, os líderes palestinos negaram, categoricamente, ter aceitado a construção de novas casas nas colônias judaicas em troca da libertação dos presos, como revelou um funcionário israelense de alto escalão.

"Estabelecer uma relação entre a libertação de um novo grupo de prisioneiros e o anúncio de milhares de casas nas colônias vai contra todos os compromissos firmados antes das negociações", declarou à AFP o negociador Yasser Abed Rabo, secretário-geral do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

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Jerusalém - Israel destruiu nesta segunda-feira locais de lançamento de foguetes no norte da Faixa de Gaza em resposta a uma série de disparos contra seu território, em um recrudescimento da violência após vários meses de calma e nas vésperas da libertação de presos palestinos.

Este ataque aéreo israelense é o primeiro em dois meses e ocorre quando Israel se dispõe a libertar, na madrugada de quarta-feira, um grupo de 26 presos palestinos, com base nas negociações de paz entre israelenses e palestinos sob o patrocínio dos Estados Unidos.

"Este ataque teve como objetivo preciso dar uma resposta imediata às agressões e visou às infraestruturas terroristas de Gaza", declarou o tenente-coronel Peter Lerner, porta-voz militar, afirmando que o Exército considera o Hamas "responsável por qualquer atividade terrorista procedente da Faixa de Gaza".

Nas últimas 24 horas, dois foguetes e um tiro de morteiro foram disparados da Faixa de Gaza contra o sul de Israel. Um dos foguetes foi interceptado pelo sistema de defesa antiaéreo Iron Dome sobre a cidade israelense de Ascalon.

Os disparos palestinos não causaram vítimas ou grandes danos, e não foram reivindicados.

Segundo testemunhas, o ataque teve como alvo um campo de treinamento das Brigadas Ezedin Al Qasam, braço armado do movimento palestino Hamas, que governa Gaza. O local estava vazio no momento.

Em um comunicado publicado em Gaza, o Hamas criticou "a escalada [israelense] que tem por objetivo aterrorizar nosso povo" e acusou Israel de "ser completamente responsável por qualquer deterioração" da situação.

No domingo, o governo israelense deu sinal verde para a libertação de 26 detentos palestinos de longa data.


"Após a decisão do governo (...) de 28 de julho de 2013 de retomar as negociações de paz entre Israel e a Autoridade Palestina e de nomear uma comissão ministerial, visando a libertar prisioneiros durante as negociações, a libertação de 26 prisioneiros foi validada", informou o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

"Todos os prisioneiros libertados cometeram delitos antes dos acordos de Oslo e cumpriram penas de 19 a 28 anos de prisão", informa o texto, acrescentando que 21 deles são da Cisjordânia, e cinco, da Faixa de Gaza.

Dois dias antes da retomada das conversas de paz entre israelenses e palestinos, em 30 de julho, o premier de Israel anunciou que aceitava libertar 104 detentos palestinos. Os presos seriam soltos em diferentes etapas, após o início das negociações e de acordo com sua evolução. Em 13 de agosto, um primeiro grupo foi liberado.

Segundo a imprensa local, a maioria dos 104 palestinos e árabes israelenses detidos antes dos acordos de paz de Oslo, em 1993, esteve envolvida em ataques que levaram à morte de israelenses. Algumas famílias das vítimas fatais desses atentados podem apelar das libertações iminentes, acrescentou a imprensa local.

O governo israelense advertiu que os prisioneiros que se "dedicarem a atividades hostis a Israel" voltarão para a prisão para cumprir o fim de sua condenação.

O anúncio da libertação dos detentos aconteceu em meio a uma polêmica entre o governo de Netanyahu e a direção palestina.

No sábado, os líderes palestinos negaram, categoricamente, ter aceitado a construção de novas casas nas colônias judaicas em troca da libertação dos presos, como revelou um funcionário israelense de alto escalão.

"Estabelecer uma relação entre a libertação de um novo grupo de prisioneiros e o anúncio de milhares de casas nas colônias vai contra todos os compromissos firmados antes das negociações", declarou à AFP o negociador Yasser Abed Rabo, secretário-geral do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

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