Exame Logo

Contagem dos votos nos EUA terá tecnologia espanhola

Eleições presidenciais acontecem no próximo dia 6 de novembro. Cédulas de papel terão menos importância

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de novembro de 2012 às 07h12.

A empresa espanhola Scytl vai ajudar no processamento eletrônico de milhares de votos nas eleições presidenciais dos Estados Unidos no dia 6 de novembro, uma disputa que pode ser tão apertada quanto à de 2000, mas desta vez as cédulas de papel terão menos importância.

Em uma década, a Scytl, com sede em Barcelona, conseguiu se situar como líder mundial em software criptográfico e 'segurança eleitoral' e ampliou desde 2008 sua presença nos EUA, que decidirá agora entre o presidente democrata, Barack Obama, e seu rival republicano, Mitt Romney.

Veja também

'Não há sistema perfeito, mas em uma década fazendo este trabalho nunca tivemos um problema com hackers e manipulação de dados', garantiu Michelle Shafer, porta-voz nos EUA da Syctl, que viu este mercado se abrir no país quando os problemas com a apuração em 2000 mostraram uma necessidade de modernização.

Em 2008, a Scytl conseguiu pela primeira vez que os residentes no exterior pudessem votar pela internet graças a um acordo com o governo da Flórida, estado onde, em 2000, a apuração de cédulas de papel perfurado se transformou em um pesadelo para os funcionários eleitorais na disputa entre George W. Bush e Al Gore.

A modernização progressiva do sistema de votação americano permitiu à empresa catalã, nascida nos corredores da Universidade Autônoma de Barcelona, ampliar sua presença em 2010 para mais de uma dezena de estados.

Em janeiro deste ano, a Scytl, cujo nome deriva de uma técnica de criptografia usada na Grécia antiga, adquiriu 100% do capital da empresa americana Catedral, se consolidando como uma das líderes no gerenciamento eletrônico de votos nos EUA.

O software desenvolvido pela Scytl vai ajudar em graus diferentes no processo de votação e apuração deste ano em 29 estados e tem um papel especialmente relevante na tramitação dos votos das tropas americanas no exterior.

Os soldados de seis estados (Alabama, Arkansas, Missouri, Nova York, Alasca e Virginia Ocidental), mobilizados ou residentes no exterior, podem votar à distância graças a Scytl, que desenvolveu vários sistemas de acordo com as exigências de cada divisão eleitoral.


A empresa catalã, dirigida por Pere Vallés, não fabrica as cabines de votação, mas permitiu que milhares de americanos no exterior pudessem votar através da internet ou com sistemas que agilizam o voto à distância em cédulas de papel com ajuda da rede.

No entanto, alguns analistas governamentais como Bruce McConnell, especialista de segurança eletrônica do Departamento de Segurança Nacional, ainda acham que as precauções devem ser as maiores possíveis com o voto eletrônico pela internet e sua difusão deve avançar com cautela.

'O voto eletrônico é mais seguro comparado com o envio, por exemplo, de uma cédula por correio. Os sistemas da Scytl estão descentralizados e evitam problemas diante da necessidade de uma apuração, já que há um sistema de acompanhamento e garantias', garantiu Michelle.

Além disso, a Scytl fornece aos funcionários eleitorais americanos ferramentas que permitem analisar de maneira mais rápida e eficiente os dados eleitorais, o que evitaria cenas de apuração manual como as de 2000.

'A origem estrangeira de Scytl levanta mais suspeitas curiosamente nos Estados Unidos do que em outros países', disse Michelle, que negou os rumores difundidos pela internet, especialmente por blogs conservadores.

Um deles é que o investidor George Soros, doador da campanha de Obama, participa indiretamente na empresa. 'Não é verdade e não sei de onde tiraram isso, ele não tem nenhum vínculo com a Scytl', respondeu Michelle, uma informação confirmada posteriormente por sites como 'RealClearPolitics' e 'The Blaze'.

A Scytl trabalha em mais de 20 países, em alguns, como no caso da Noruega e do México, mais abertos para a ampliação da participação democrática na era digital com novos sistemas que já permitem votar desde um tablet, além de se pronunciar em decisões do governo quase em tempo real.

Michelle acredita que os receios nos Estados Unidos devem diminuir diante das garantias oferecidas pelos softwares de segurança e pelo fato de a Scytl ser registrada no país no nome de uma pessoal local.

Michelle ainda lembrou que: 'no final, quem contam os votos são os funcionários americanos, nós simplesmente fornecemos os meios para ajudá-los'.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesEleições americanasEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame