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TAM fará primeiro vôo movido à bioquerosene da AL

O combustível é 100% nacional e pode reduzir até 80% as emissões de carbono

Biocombustível de pinhão manso, até 80% de redução nas emissões de CO2 (.)

Gabriela Ruic

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

São Paulo - A TAM, em parceria com a Airbus e CFM International, irá realizar no segundo semestre de 2010 o primeiro vôo na América Latina com uma aeronave movida à bioquerosene, de produção 100% nacional.

O combustível, feito a partir de pinhão manso, irá abastecer o modelo A320.  Estima-se que esta solução reduza em até 80% as emissões de carbono provenientes da queima de combustível de aeronaves, segundo Michigan Technology University (EUA).

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A  princípio, o combustível será produzido na proporção 50% pinhão manso e 50% querosene convencional. A companhia espera obter, até o final do ano, a homologação de órgãos competentes dos Estados Unidos para a utilização comercial. A partir daí, espera-se a aprovação da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível) para o uso da substância em aeronaves civis no Brasil.

"Estamos trabalhando para desenvolver o óleo de pinhão manso em escala comercial e acreditamos que em 3 a 5 anos, teremos a cadeia completa de extração, refinamento e distribuição do combustível e aí será possível que outras companhias de aviação no país utilizem a tecnologia", declarou o presidente da TAM, Líbano Barroso.

De acordo com Barroso, a TAM já investiu um total de 150 mil dólares em estudos e processos produtivos do grão e pretende ajudar a criar uma plataforma brasileira de bioquerosene sustentável.

Outro objetivo da companhia é aumentar a eficiência dos aviões na queima de combustível. Por isso, o grupo está apostando em uma tecnologia que utiliza alumínio e fibra de carbono para tornar os aviões mais leves. A conclusão do estudo dos novos materiais  está prevista para 2013. "Tais ações não significam uma economia de custo, mas sim a redução nas emissões de CO2 na atmosfera", afirma o presidente.

Pinhão Manso

O pinhão manso é um grão, pertencente à família da mandioca e da mamona. A ABPPM (Associação Brasileira dos Produtores de Pinhão Manso) enumera que existem, atualmente no Brasil, 60 mil hectares de terras, em 202 municípios, que se dedicam ao cultivo deste grão.  Estima-se que a cultura tenha capacidade de gerar 1 500 quilos de óleo por hectare, três vezes mais que a soja.

Para atingir a produção em escala comercial será necessário expandir a produção para 1 milhão de hectares, sendo então possível atender 20% da demanda nacional.

No ano passado, a empresa americana Continental Airlines realizou um vôo experimental utilizando bioquerosene à base de pinhão manso, misturado a algas e querosene. O teste definiu como viável a utilização deste tipo de combustível. Entre as primeiras do mundo fazer uso de  substâncias ecológicas para abastecerem suas aeronaves estão a Virgin Atlantic Airlines e a Air New Zealand.

De acordo com pesquisa do Instituto Pike, o pinhão-manso será uma das principais matérias-primas para o mercado de biocombustíveis dos próximos anos.

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