Talibã proíbe mulheres de frequentar a universidade no Afeganistão
"Recomenda-se que implementem a ordem de suspender a educação das mulheres até novo aviso", indica a carta publicada pelo ministro Neda Mohammad Nadeem
AFP
Publicado em 20 de dezembro de 2022 às 18h07.
Última atualização em 20 de dezembro de 2022 às 18h14.
As autoridades do Talibã anunciaram, nesta terça-feira, 20, a proibição do acesso de mulheres à educação universitária no Afeganistão por um período indeterminado, segundo uma carta do Ministério do Ensino Superior enviada a todas as universidades públicas e privadas.
"Recomenda-se que implementem a ordem de suspender a educação das mulheres até novo aviso", indica a carta publicada pelo ministro Neda Mohammad Nadeem.
O porta-voz do ministério, Ziaulah Hashimi, que a tuitou, confirmou a ordem em mensagem enviada à AFP.
A proibição de acesso ao ensino superior chega menos de três meses depois que milhares de mulheres realizaram as provas de acesso à universidade, uma espécie de vestibular, em todo o país.
Desde que o grupo fundamentalista islâmico recuperou o controle do Afeganistão em agosto do ano passado, as universidades se viram obrigadas a implementar novas regras, entre elas a segregação por gênero nas salas de aula e nas entradas dos edifícios.
Além disso, as estudantes apenas podiam ter aulas com docentes mulheres ou homens idosos.
A maioria das adolescentes de todo o país já havia sido proibida de frequentar o ensino médio, o que limita seriamente suas chances de ter acesso à universidade.
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